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Castañon e os significados do autoexílio de Jean Wyllys

O Cafezinho se solidariza com o deputado Jean Wyllys, do PSOL, vítima de contínuas ameaças e calúnias, numa escala tal que ele não mais suportou e decidiu renunciar a um mandato popular e sair do país. Depois da execução de Marielle Franco, ficou claro que essas ameaças representam risco real de vida. Ainda mais depois […]

12 comentários
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Foto: Wilson Dias/ Agência Brasil

O Cafezinho se solidariza com o deputado Jean Wyllys, do PSOL, vítima de contínuas ameaças e calúnias, numa escala tal que ele não mais suportou e decidiu renunciar a um mandato popular e sair do país. Depois da execução de Marielle Franco, ficou claro que essas ameaças representam risco real de vida. Ainda mais depois da posse de Bolsonaro, cercado de milicianos por todos os lados.

Abaixo, algumas reflexões do professor Gustavo Castañon sobre o caso.

***

COMPLEXO

Por Gustavo Castañon, em seu Facebook

A renúncia de Jean Wyllys não me parece algo a ser condenado ou enaltecido.

Me parece nada mais que uma decisão humana, nada heróica nem demérita.

Um parlamentar não é obrigado a ser mártir. Ele tem o direito de não querer exercer um mandato em ambiente de falta de garantias democráticas. Tampouco considero que ele tenha traído seus eleitores: quando ele se candidatou a eleição de Bolsonaro ainda parecia um pesadelo improvável.

No entanto a narrativa de que já estamos numa ditadura parece quase tão fantasiosa quanto a narrativa da “ditadura bolivariana do PT”, que esse pessoal que está agora no poder fazia livremente sem qualquer tipo de restrição.

Bolsonaro não ganhou só a eleição, ganhou a narrativa política no imaginário popular do sul, sudeste e centro-oeste.

Por enquanto.

Quando então digo “quase tão fantasiosa” o faço por três motivos.

Primeiro porque Lula foi condenado e preso num processo completamente absurdo, quando eles bem poderiam ter esperado por uma das acusações menos frágeis que pesam sobre ele. O fato de não o terem feito, indica claramente um recado de que o estado de direito acabou.

Segundo porque o atual presidente e vários de seus auxiliares já deram declarações pregando o fim do regime democrático, e com a crise que eles vão inevitavelmente causar no país, a saída ditatorial não pode ser descartada.

Terceiro porque os EUA decidiram exterminar os nacionalistas em toda a América Latina, e um endurecimento da ditadura judicial e da estratégia de “combate à corrupção” contra a classe política desses países continua de vento em popa.

Enfim, Jean Willis não é um exilado político. Ameaças de morte contra quem não se submete à quadrilhas fazem parte da vida política. Eu mesmo nunca exerci cargo executivo ou legislativo eleito algum e já fui ameaçado seriamente duas vezes. No entanto ele tem sim motivos para se sentir em perigo e o peso político de seu auto-exílio não pode ser subestimado.

A comemoração de Bolsonaro acerca do fato só demonstra mais uma vez que ele não tem qualquer ideia de onde está e do que deveria ser. Muito menos da complexidade e da gravidade de sua situação perante o mundo.

E só vai piorar.

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Comentários

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Chauke Stephan Filho

28/01/2019 - 00h04

O Brasil só poderá defecar-se de seus males mediante a ditadura, a guerra e o extermínio.

Pois é… Simples assim.

Parece absurdo, né ?! Mas a vida que padecemos neste País é o quê ?

Pacheco

25/01/2019 - 13h08

Vamos aguardar os proximos capitulos. Existem varias possibilidades, e uma delas conforme divulgada na imprensa e a possibilidade real de Jean Wilis esta diretamente envolvido com a tentativa de assassinato de Bolsonaro. Parece que existe uma solicitação para a Interpool para o seu monitoramento.Por que esta solicitação? Nao e de graça ne?

Zé Maconha

25/01/2019 - 09h58

O Cafezinho segue a linha de extrema-direita que adotou defendendo a ditadura miliciana do Escritório do Crime.
Bolsonaro é um assassino e a decisão de Jean foi acertada , pela segurança do mesmo e também para envergonhar Bolsonaro perante o mundo.
E que lixo de testo , não é ditadura porque Bolsonaro ganhou a eleição?
Maduro e Hitler também hahaha
E no caso deles não descumpriram a constituição pra tirar o líder das pesquisas.

degas

25/01/2019 - 09h31

Mas será que o Bolsonaro mandaria prendê-lo e executá-lo oficialmente? Óbvio que não. Para cometer um crime desses, ele apelaria para meios ilegais que também poderia utilizar não sendo presidente. Ou seja, o risco alegado pelo BigBrother não aumentou em nada. Acho que até diminuiu, pois quem está na presidência deve ter muito mais cuidado com o que faz.

Enfim, trata-se de outra palhaçada desse imbecil que vive em busca de holofotes e faz parte de um grupinho que se acha melhor que os outros. O sujeito já quis aprovar uma lei pela qual você poderia ser punido se um gay se sentisse ofendido por qualquer coisa (sim, bastaria o cara “se sentir”). Depois, morrem milhares de pessoas sem que a polícia consiga resolver os casos, mas eles acham que isso é inadmissível no caso da tal Marielle. Agora, com todo mundo em risco nesse país, queria receber proteção especial.

    Luiz Felipe de Oliveira Lopes

    25/01/2019 - 10h18

    Não sei o que você acha da vida, muito menos seu grau de instrução, mas, atitudes como a sua, me assombra. Matar uma vereadora eleita pelo voto popular e pior, por motivos políticos, é o que? As ligações do Flávio com a milícia (a mesma que matou Mariele) não é motivo suficiente para se ter medo? Acredito que você não tenha visto o filme Tropa de Elite. Mas afirmo a você que a milícia é muito pior do que foi retratado no filme. Coisas realmente insanas acontecem e sequer são publicadas. Assassinatos de trabalhadores a sangue frio é muito mais comum do que você pensa. Cuidado com o que você deseja, pois pode acontecer para todos nós. Acho que você deveria pensar no que é “SER HUMANO”? Num segundo momento, você é humano?

Roque

25/01/2019 - 07h54

Arregou!!! Deu uma de valentão e cuspiu no Mito. Isto não se faz… Com certeza deve ter ido para o EUA, pois, em Cuba, Rússia, Coréia do Norte e Irã (países que odeiam gays) é correr para o paredão. E na Venezuela ia morrer de fome…

    Luiz Felipe de Oliveira Lopes

    25/01/2019 - 10h27

    Faz o seguinte Roque, vai para a Zona Oeste, na cidade do Rio de Janeiro, e começa a falar essas baboseiras que você está falando aqui. Mas não corra de lá não. Assuma o que você disse, afinal, você é um valentão. Me impressiona a ignorância das pessoas, a falta de conhecimento da realidade das periferias brasileiras, o olhar apenas para seu umbigo e não para a nação. Que nação estamos construindo? Que tipo de pessoas são essas? Estamos perdendo milhares de jovens todos os meses para o exterior. Estão desistindo do Brasil. Por isso é cada vez maior o número de energúmenos, boçais e truculentos, porque nossa boa juventude está indo embora do Brasil para sempre, restando aqui os que não podem ir e essas pessoas que são incapazes de pensar. Muito triste.

      Roque

      25/01/2019 - 12h00

      Pronto, já fez o seu trabalho sujo de hoje. Pode buscar o seu kit esmola (pão com mortadela + suco de groselha) na CUT ou na sede do Putê. Militonto, os jovens estão saindo pq não conseguem arrumar um bom emprego por aqui. Sabe pq? Por conta da roubalheira da dupla PT/PMDB durante 16 anos. Destruíram o nosso País, quebraram várias empresas, lotearam todos os ministérios com as piores quadrilhas. Larga de ser vaca de presépio, deixe de ser gado de manobra, tente usar só um pouquinho a sua massa cinzenta.

Abraão Honesto

25/01/2019 - 07h09

Que falta de imparcialidade, o que Bolsonaro tem a haver com isso ? Lembra da Marilene e esquece de centenas que morreram no mesmo dia que ela.

Almirante

25/01/2019 - 06h09

Estranha história… quase metade dos politicos sofrem ameacas diárias, faz parte da vida deles… Vimos em davos faixas pedindo a morte de Bolsonaro, entre diversos outros exemplos. Vai saber o que ele esta tramando, acho que nao aceitou seu “grande rival” ser o seu presidente e pediu pinico.

Estou curioso para saber qual pais escolherá.. Um pais Socialista ou um ultra-capitalista radical como os Europeus, EUA, Japao…

    marco

    25/01/2019 - 10h24

    Acho que vai para Israel, ele gosta do regime.

Paulo

24/01/2019 - 23h12

Concordo apenas no sentido de que Bolsonaro não deveria comemorar o “auto-exílio” do deputado defensor das causas gays (não me ocorre agora o nome da moda, acho que é LGBT). Mas uma certeza eu tenho: ele não vai pra Cuba, Nicarágua, Venezuela, Rússia ou China. Alguém topa uma aposta?


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