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Entre 2014 e 2018, PT perdeu mais de 1,5 milhão de votos na região metropolitana do Rio

Para saber as causas da derrota da esquerda no segundo turno das eleições presidenciais de 2018, é importante saber exatamente onde ela foi derrotada, e qual o tamanho dessa queda. Então voltamos ao banco de dados do Cepesp/FGV, e preparamos uma tabela com as votações do PT no segundo turno em 2014 e 2018, por […]

15 comentários
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Haddad no Rio, campanha de 2018. Ricardo Stuckert

Para saber as causas da derrota da esquerda no segundo turno das eleições presidenciais de 2018, é importante saber exatamente onde ela foi derrotada, e qual o tamanho dessa queda.

Então voltamos ao banco de dados do Cepesp/FGV, e preparamos uma tabela com as votações do PT no segundo turno em 2014 e 2018, por mesorregião.

A tabela completa, com todas as 138 mesorregiões do país, pode ser baixada aqui.

Para entender o que aconteceu, separamos as 50 mesorregiões onde o PT obteve mais votos e fiz três tabelas: uma, classificada por aquelas 20 áreas onde o PT mais perdeu voto de 2014 para 2018; uma segunda, com as 16 regiões (na verdade, as únicas onde ele cresceu, entre as 50 maiores) onde o PT mais cresceu; e uma terceira, com a lista das 50 mesorregiões, classificada pela quantidade de votos recebida em 2018.

Olhem as tabelas. Comento depois de cada uma.

A maior queda do PT se deu na região metropolitana do Rio de Janeiro, a segunda maior do país. O PT perdeu, de 2014 para 2018, mais de 1,5 milhão de votos, apenas nessa região, uma queda de 41,5%. Em seguida, vieram três regiões de Minas: triângulo mineiro, vale do rio doce e sul de Minas. Na região metropolitana de Belo Horizonte, o PT caiu 22% de 2014 para 2018.

 

O PT apenas cresceu no Nordeste, em especial na Bahia. No Nordeste baiano, região onde mais cresceu, a variação foi positiva em 11,5% de 2014 para 2018, atingindo 682,9 mil votos nas últimas eleições.  O Centro Sul Baiano deu 980 mil votos para o PT no segundo turno de 2018, 11% a mais do que o registrado nas eleições de 2014.

Interior do Pará, Ceará e Paraíba também se destacaram.

Outra região que se destaca é a metropolitana de Salvador, onde o PT recebeu 1,65 milhão de votos no segundo turno de 2018, 9% a mais que a quantidade recebida no segundo turno de 2014.

 

Na tabela com as 50 mesorregiões onde o PT mais recebeu votos, observamos que a região metropolitana de São Paulo é, de longe, a mais importante do país. Nela, o PT perdeu cerca de 600 mil votos de 2014 para 2018, caindo 7,5%. De maneira geral, as quedas mais expressivas se deram em regiões metropolitanas. A votação do PT na região metropolitana de Porto Alegre, por exemplo, caiu 28% de 2014 para 2018, totalizando 915 mil votos nas últimas eleições.

 

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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Comentários

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josa

25/01/2019 - 19h58

Pelos comentários falando em cú,tás melhorando de leitores

Paulo Werneck

25/01/2019 - 18h27

Não sabia que mostrar dados de tabelas era analisar. Isso é no máximo informar.
Considerando que nas eleições há vários partidos, uma análise requeriria a verificação do que aconteceu com os votos dos outros participantes, o que não consta da “análise”.
Se constasse veríamos que também outros partidos que não são da esquerda também perderam e ilustres desconhecidos foram eleitos.
Finalmente, o artigo começa falando de causas da derrota da “esquerda”. Ora, mesmo filiado ao PT, não acho correto a identificação do PT com a esquerda, esquecendo PSOL, parcelas do PDT, do PSB e da Rede, etc. Embora sejamos o maior partido no espectro da esquerda, não somos a esquerda. No mínimo as tabelas deveriam agregar os votos desses partidos, talvez fazendo alguns ajustes regionais.

Marcus Vinicius Machado Padilha

25/01/2019 - 16h49

Até parece que a tal “perda” de votos se deu dentro de um regime de normalidade democrática. Coincidentemente a sede da Goebbles fica no RJ, não?

José Zimmermann Filho

25/01/2019 - 16h08

Aqueles que culpam o próprio PT pela perda de eleitores esquecem o motivo principal: o jornalismo de guerra da mídia. Intensificou-se em 2014, não por acaso quando Dilma cogitou regulação econômica da mídia, até a prisão de Lula.

Jeferson

25/01/2019 - 09h00

Na verdade o PT só tem voto no sertão nordestino. Região de boas pessoas, mas infelizmente a grande maioria é analfabeta, sem conhecimento, sofrida pela seca e fome. Condições ideais para a alienação políticas. Na verdade são massa de manobra de políticos demagogos, que usam estas pessoas com mentiras e migalhas de alimentos. Mas o Mito chegou, e uma nova era está começando. O fm do Putê está só começando!!!

    Paulo Werneck

    25/01/2019 - 18h31

    Claro que a nova era já começou. A era da família miliciana, dos assassinatos de índios, de presidente gazeteiro nas coletivas de imprensa, da lavagem de dinheiro. Parabéns, se conseguir ler e entender minha resposta…

Deodato Sigmaringa

24/01/2019 - 23h09

Agora divida 1,5 milhões por 4 e conclua que o PT do Rio tem perdido eleitores à razão de 375 mil por ano ou 21 mil por mês ou mil por dia ou 43 por hora. Então dê uma sugestão para reduzir essa taxa de perda em 10%, para apenas 40 por hora.

antipaneleiro

24/01/2019 - 22h01

Quando voltará o velho Miguel, que escrevia textos mais interessantes do que a chatice de análises de pesquisas eleitorais? Antes do golpe não fazia isso, por que agora? Está numa pós-graduação em Ciência Política? Mas se a sua nova fase de cientista político de think tank tanto te agrada, eu gostaria de perguntar acerca dos votos das eleições de 2018 em Honduras, Paraguay e na República Democrática do Congo, assim como perguntar sobre a chance eleitoral real (incluindo o judiciário da Argentina) da Cristina Kirchner na Argentina. Que o PT sem Lula perde boa parte das periferias das grandes cidades para os pastores evangélicos não é novidade (afinal, Freixo perdeu pro Crivella esnobando o Lula em 2016), mas daí a insistir em fingir uma normalidade democrática é ridículo.

    Miguel do Rosário

    24/01/2019 - 22h51

    Obrigado pelo comentário nostálgico sobre o “velho Miguel”, rs, mas que eu me lembre eu sempre fiz análises eleitorais. E observe, isso não é análise de pesquisa eleitoral. É análise de dados eleitorais, que são a única referência totalmente concreta, real, objetiva do sentimento popular. Precisamos estudar muito isso antes de qualquer coisa.

Fábio maia

24/01/2019 - 21h04

Jean renuncia com medo de morrer. Bozo e asseclas riem e personificam o escárnio. A milícia carioca toma o poder no país. Milícia instituem censura na ADM publica e tua chamada de capa e o PT. MUITO AMOR JUNTO

João Ribett

24/01/2019 - 20h23

O PT não perdeu eleitores. Eleitores mambembes, aqueles que de acordo com a maré, é votaram em outros. Pra fazer tal verificação, teria que fazer levantamento no quadro de afiliados.

leandro oliveira

24/01/2019 - 19h05

Quem perdeu foi os cariocas e o brazil… Quem viver verá !

Renato

24/01/2019 - 17h11

O Petê sempre foi fraquinho no Rio. Lindbergh só foi parar no senado graças ao corruptíssimo Sérgio Cabral !

Alan Cepile

24/01/2019 - 16h53

Excelente texto, ótima análise. Isso mostra todas as decisões desastradas do PT ao longo de 4 anos:

1) não ter lutado no fakepeachment como deveria;
2) as indicações de postes para presidência e governo do Rio;
3) aquela patacoada do Lula ou nada enganando o próprio eleitorado;
4) a estratégia esquisita de campanha até com mudança de cor;
5) as parcerias com bandidos do PMDB, PP e PR;
6) a defesa de Dilma a Cunha contra um dos seus próprios ministros;
7) a linda amizade e parceria de Lula com Renan na caravana pelo nordeste;
8) Haddad ter dito que não houve golpe num jantar com FHC (essa foi forte!);
9) PT ter votado no Eunício pra presidente do senado;
10) Levy… (essa foi demais!)

Tem mais….

Pacheco

24/01/2019 - 16h19

So isso perdeu?
Com figuras como lindinho e a Tiburi a poeta do cu foi ate pouco
Necessarios nomes mais fortes, senão e ladeira abaixo


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