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Censo do IBGE sob risco

Reproduzimos abaixo texto que recebemos do Sindicato de Trabalhadores do IBGE, alertando para riscos de sucateamento de uma das poucas áreas de excelência do Estado brasileiro: Por que defendemos o Censo 2020? O Censo Demográfico de 2020 corre sério risco de não ser realizado. Trata-se de uma operação massiva, com orçamento de R$3,4 bilhões, envolvendo […]

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Reproduzimos abaixo texto que recebemos do Sindicato de Trabalhadores do IBGE, alertando para riscos de sucateamento de uma das poucas áreas de excelência do Estado brasileiro:

Por que defendemos o Censo 2020?

O Censo Demográfico de 2020 corre sério risco de não ser realizado. Trata-se de uma operação massiva, com orçamento de R$3,4 bilhões, envolvendo a contratação temporária de 200 mil recenseadores. Com o arrocho fiscal que tem marcado a política econômica do país nos últimos anos, o Censo pode não acontecer.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que organiza o Censo Demográfico há mais de 80 anos, já teve dificuldades para garantir, no orçamento de 2019, as verbas necessárias para os procedimentos preparatórios, o chamado pré-Censo. Tudo indica que a será ainda mais difícil lutar por espaço no orçamento de 2020, quando será preciso acomodar o grosso dos custos da operação censitária.

A emenda constitucional do “teto de gastos”, a regra que limita os gastos do governo em um ano a partir do gastos do ano anterior, ameaça também ao Censo. Sendo realizado apenas a cada dez anos, ele não estava contemplado no orçamento 2019, o que cria dificuldades para acomodá-lo no orçamento de 2020.

É certo que a cifra agregada dos custos assusta. É preciso ter em mente, porém, que se trata de uma operação que visitará cada domicílio brasileiro, das favelas às terras indígenas. Quando o custo é apresentado em relação à população do país, ele é de menos de 16 reais por habitante. E só ocorre a cada dez anos.

Esse custo tem como contrapartida a produção de informações que não poderiam ser obtidas de outra forma, e que servem para regular aspectos centrais do funcionamento do estado brasileiro, a começar pela repartição de verbas públicas entre os municípios e unidades da federação. O Censo serve de calibração das políticas públicas (da distribuição de unidades do Minha Casa Minha Vida a reserva de vagas em universidades federais têm seus parâmetros legalmente vinculados aos resultados obtidos pelo Censo). Serve como insumo fundamental à pesquisa em todas as áreas de ciências humanas aplicadas e serve também como instrumento para que a sociedade tome ciência de suas desigualdades e mazelas e passe a cobrar as autoridades ações a respeito.

Por tudo isso, os prejuízos de não realizar o Censo, de realizá-lo com atraso (como ocorreu no governo Collor), ou ainda de realizá-lo com a qualidade dos dados coletados comprometida, superariam em muito qualquer suposta “economia” que poderia ser feita pela redução do seu orçamento.

Por isso, ao longo desse ano, pretendemos manter uma campanha de defesa do Censo Demográfico 2020. Convidamos outras organizações e indivíduos a se somarem nesse esforço. O Censo é um patrimônio de todos.

Assibge – Sindicato dos Trabalhadores do IBGE, Núcleo Sindical dos servidores lotados Avenida Chile, Rio de Janeiro

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Comentários

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Paulo

19/02/2019 - 23h01

Já recebi um recenseador do IBGE em minha casa (nem vou discutir se são terceirizados ou não, pois o custo de se manter um servidor permanente, para fins temporários, creio eu, seriam proibitivos), e posso garantir: o trabalho deles é essencial para o desenvolvimento nacional. Não se estabelecem políticas públicas sem um escrutínio rigoroso das necessidades e carências da sociedade brasileira, bem como de suas extravagâncias, colocados em confrontação…


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