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Bolsonaro põe fim a seu mandato com um discurso de louco furioso

O vídeo, com o pronunciamento de Bolsonaro, é esse. É preciso assistir: O presidente do Senado, David Alcolumbre, reagiu com uma nota, assinada também pelo vice-presidente da Casa, Antonio Anastasia,  que não oculta seu estarrecimento: Nota à imprensa “Neste momento grave, o País precisa de uma liderança séria, responsável e comprometida com a vida e […]

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O vídeo, com o pronunciamento de Bolsonaro, é esse. É preciso assistir:

O presidente do Senado, David Alcolumbre, reagiu com uma nota, assinada também pelo vice-presidente da Casa, Antonio Anastasia,  que não oculta seu estarrecimento:

Nota à imprensa

“Neste momento grave, o País precisa de uma liderança séria, responsável e comprometida com a vida e a saúde da sua população. Consideramos grave a posição externada pelo presidente da República hoje, em cadeia nacional, de ataque às medidas de contenção ao covid-19. Posição que está na contramão das ações adotadas em outros países e sugeridas pela própria Organização Mundial da Saúde (OMS). Reafirmamos e insistimos: não é momento de ataque à imprensa e a outros gestores públicos. É momento de união, de serenidade e equilíbrio, de ouvir os técnicos e profissionais da área para que sejam adotadas as precauções e cautelas necessárias para o controle da situação, antes que seja tarde demais. A Nação espera do líder do Executivo, mais do que nunca, transparência, seriedade e responsabilidade. O Congresso continuará atuante e atento para colaborar no que for necessário para a superação desta crise.”

Davi Alcolumbre, Presidente do Senado

Antônio Anastasia, Vice-presidente do Senado

https://twitter.com/davialcolumbre/status/1242612808015101952

***

Rodrigo Maia também reagiu, no mesmo tom:

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, criticou o pronunciamento do presidente da República, Jair Bolsonaro, que pediu o fim do isolamento e pregou a volta à normalidade em razão do coronavírus. Maia afirmou, por meio das redes sociais, que a fala de Bolsonaro nesta terça-feira (24) foi equivocada ao atacar a imprensa, os governadores e os especialistas em saúde pública.

“Desde o início desta crise venha pedindo sensatez, equilíbrio e união”, afirmou o presidente da Câmara.

Maia pediu aos brasileiros que sigam as normas determinadas pela OMS e pelo Ministério da Saúde em respeito aos idosos e a todos os que estão em grupo de risco. Ele ressaltou ainda que o Congresso Nacional vai votar medidas importantes para conter a pandemia e ajudar empresários e trabalhadores.

“O momento exige que o governo federal reconheça o esforço de todos – governadores, prefeitos e profissionais de saúde – e adote medidas objetivas de apoio emergencial para conter o vírus e [apoio] aos empresários e empregados prejudicados pelo isolamento social”, destacou Maia.

https://twitter.com/RodrigoMaia/status/1242627204892278784

***

Governadores, imprensa, infectologistas, todos estão estarrecidos pelo discurso completamente insano do presidente Jair Bolsonaro, que vai na contramão dos anúncios vindos dos próprios órgãos de governo, como Anvisa e Ministério da Saúde.

Mensagem do governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, do PSB, um sujeito lúcido:

O general Edson Pujol, Comandante do Exército, fez um pronunciamento há pouco (depois do discurso de Bolsonaro), em tom grave, sério, dramático, totalmente na contramão do jeito debochado do presidente. Sem mencionar o presidente Bolsonaro, sem falar em “gripezinha ou resfriadinho”, Pujol afirmou que a pandemia do coronavírus é o “maior desafio de sua geração”.

O governo da Índia, país com mais de 1 bilhão de pessoas, administrado pela extrema-direita, acaba de decretar confinamento total por 21 dias de sua população, numa tentativa de conter o avanço do novo coronavírus.

O Reino Unido, que havia flertado com alguma flexibilização no confinamento, voltou atrás, e seu primeiro-ministro, Boris Johnson, fez um pronunciamento ontem lúcido e cauteloso, pedindo que os ingleses se mantenham em casa e pratiquem o isolamento social. Mesmo assim, especialistas dizem que a Inglaterra irá pagar um preço alto, nas próximas semanas, pela hesitação do governo britânico nos primeiros dias.

O discurso de Bolsonaro, conforme apurou o Estadão, foi preparado em segredo em conjunto com Carlos Bolsonaro e o chamado “gabinete do ódio”. A inspiração do presidente, claramente, vem de Olavo de Carvalho e os mais insanos teóricos de conspiração.

O outro filho de Bolsonaro, Eduardo, diz que seu pai está “na linha de Donald Trump”.

Não é verdade.

Trump cogitou, em discurso ontem, que o confinamento dos americanos poderia ser relaxado a partir do dia 12 de abril, em lugares específicos. Não fez nenhuma menção, como fez Bolsonaro, à reabertura de escolas e comércio. Mesmo assim, infectologistas americanos criticaram duramente o discurso do presidente, e provavelmente ele não será levado à sério.

O criticismo à Trump nos Estados Unidos foi tremendo, como mostra o vídeo abaixo, do apresentador Lawrence O’Donnell:

Infectologistas já anunciam que os Estados Unidos se tornou o grande foco global do vírus. O apresentador da MSNB diz que a decisão sobre reabrir não é de Donald Trump, até porque não foi ele quem fechou nada no país. Não foi Trump que ordenou fechamento de comércio ou escolas. Foram governadores e prefeitos. E serão eles que tem a decisão de reabri-las, quando acharem que é seguro.

****

Bolsonaro gastou a maior parte de seu discurso para elogiar a si mesmo e a seu governo. Em dado momento, diz que levou “vida de atleta”, e por isso, caso “contraísse” o vírus, seria apenas uma “gripezinha” ou “resfriadinho”. Essa parte parece uma maneira de contornar a denúncia de que ele mesmo já teria sido infectado pelo vírus.

Ao ir na contramão de governadores, prefeitos e autoridades do próprio governo, o presidente promove o caos e a desordem.

É um alento, portanto, que o STF tenha acatado um pedido de parlamentares para que os governadores e prefeitos tenham autonomia sobre as medidas de circulação em suas regiões.

O custo do confinamento é, de fato, extremamente elevado, e justamente por isso, governos do mundo inteiro estão tomando decisões econômicas importantes, para salvaguardar empresas e empregos.  Ou seja, o confinamento é uma resposta ágil para segurar o avanço do vírus, num esforço global para resolver o problema da maneira mais rápida possível.

A única preocupação de Bolsonaro é não ser responsabilizado pela pesada crise econômica que se abaterá sobre o país, em função das medidas necessárias para conter o avanço do Covid-19. Por isso, tenta empurrar a culpa para governadores, prefeitos e imprensa.

Culminar a série de delírios, ele voltou a mencionar o produto cloroquina como “cura” do vírus, para desespero de médicos, hospitais e brasileiros que precisam desse remédio, e não estão encontrando-o mais nas drogarias, por causa da propaganda enganosa do próprio presidente. Todas as instituições responsáveis, incluindo ligadas ao governo federal, como a Anvisa e o Ministério da Saúde, já divulgaram notas alertando que esse produto não é recomendado para quem possui a doença porque ele ainda está em fase de testes e só poderá ser usado por hospitais e em casos graves.

Ao agir assim, Bolsonaro choca o país e o mundo, e se isola politicamente de maneira definitiva. Só restará ao presidente uma narrativa lamurienta de autovitimização.

Com este discurso, Bolsonaro selou seu destino.

Ele está certo, numa coisa, porém. O vírus passará. O Brasil se recuperará.

Bolsonaro, porém, não será perdoado pelo deboche e falta de seriedade num momento tão triste e dramático do país.

A partir de hoje nenhum brasileiro com um mínimo de sensatez dará apoio a um presidente tão absurdamente desequilibrado e irresponsável.

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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Comentários

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carlos

12/09/2021 - 10h01

Pensem em duas traíras, bolsonaro e temer!!!!

carlos

12/09/2021 - 09h58

Não sei se vocês vão concordar comigo, mas o meu dilema é , entre bolsonaro e temer qual dos dois vai o outro primeiro, pq são duas putas velhas , com o devido respeito as meretrizes , se for o bolsonaro tudo bem pq o outro já perdeu a primariedade , pense em dois bicudos.

gilmar arcanjo

29/06/2020 - 16h25

isto é uma besta. das mais insanas, fora bozo e seus filhos bandidos.

E agora?

25/03/2020 - 12h02

Miguel do Rosario, olha só que sinuca de bico: São Paulo toda vai ter que se unir e apoiar o Dória, “NON DUCOR DUCO”, kkkkkkkkkkk

Paulo

25/03/2020 - 11h53

Apesar dos arroubos verbais, acho que ainda não será desta vez que encaminharão o impeachment…

Antunes

25/03/2020 - 11h33

Impetchement já! Urgente.

Evandro Garcia

25/03/2020 - 11h25

Vejam quem està morrendo na Italia, comparem o territorio Brasileiro, a densidade demografica, a idade media, etc… e tirem as proprias conclusoes, sem histerias, preconceitos ideologicos idiotas, etc…

Dados do Ministerio da Saude:

A _idade média dos mortos_:
– do sexo masculino é de *79,5* anos.
– para as mulheres, *83,7* anos, sendo que apenas _30% das vítimas são mulheres_.

A vítima em média tinha *2,7* outras _doenças graves_ *antes* de contrair o vírus ?; *48,5%* tinham três ou mais doenças. Apenas três pacientes (0,8 %) não tinham outras doenças antes.
*Câncer, doenças cardíacas* e *hemorragia cerebral* foram algumas das doenças anteriores encontradas.

Até 17 de março *17* pessoas com *menos de 50 anos* _morreram_:
– 5 tinham menos de 40 anos;
– todos eram homens;
– todos com doenças anteriores graves; e
– problemas de saúde mais comuns: pulmonares, doenças cardiovasculares, diabetes, obesidade severa e outras.

Ninguém com menos de 30 anos morreu.

Dos falecidos, *71,1% são da Lombardia*, seguida pela região de Emília-Romana (17,3%); Vêneto (3,9%); Piemonte (1,8%); e Ligúria (1,1%.).

Curiosamente, todas as outras regiões têm menos de 1% do total de mortos…

dcruz

25/03/2020 - 09h18

A mensagem nas entrelinhas do discurso que ainda não foi mencionada, um darwinismo macabro, os mais fracos morrerão e só os mais fortes sobreviverão, quer dizer, estes, qualquer gripezinha os matará mesmo e nem precisa de câmara de gás. Aliás, para completar a sopa no mel da extinção macabra, com a morte dos mais velhos aposentados e dos nem tanto a se aposentar haverá um alívio substancial na folha das aposentadorias.

Ronaldo Braga

25/03/2020 - 08h34

Ninguém aqui defendendo o “minto”?

Edgar

25/03/2020 - 08h25

Bozo Psicopata.

Antunes

25/03/2020 - 08h23

Não dá para esperar nada de bom deste neofascista.
Fora bolsolixo!

Hernanes

25/03/2020 - 07h18

“A partir de hoje nenhum brasileiro com um mínimo de sensatez dará apoio a um presidente tão absurdamente desequilibrado e irresponsável.”

Coitado de você…

Monique

25/03/2020 - 07h16

O sujeito tem coragem para vender, tem pinta de líder e é tudo menos que falso, hipócrita ou bobo.
Disse a dele e fez críticas as medidas extremas de alguns estados, as mesmas também questionadas pelo Ministério da Saúde.
Pro resto segue tudo como antes, cada estado com as próprias regras e coordenadas com o Ministério da Saude. Veremos no dia que isso acabar se o vírus matou mais CPF ou CNPJ.

    cid elias

    25/03/2020 - 12h22

    Cuma, tudo menos falso? Esses penas pagas que infestam o cafezinho mentem como seu patrao! De X declaracoes dadas pelo tenente atleta q ficou 30 anos na mamata, 50 por cento ou mais foram checadas e consideradas falsas ou mentirosas! Tenha vergonha nessa cara, filhote

Rodolfo Matos

25/03/2020 - 02h00

Esse discurso aparentemente tem como meta eclipsar a repercussão sobre a MP 927. Todo mundo falando sobre o discurso e o assunto MP 927 desaparecendo dos noticiários, mas continuando em vigor e abrindo condições para demissões sumárias de empregados que contraírem o coronavírus e imposições patronais de “acordos” lesivos aos empregados que se sobrepõem à CLT sob ameaça de demissões em massa, por exemplo.

Alan C

25/03/2020 - 01h13

Esse infeliz já era, será responsabilizado por todas as mortes que já ocorreram e ainda estão por vir.
Não me surpreenderei se o presidente da câmara aceitar algum pedido de impedimento daqui pra frente.
O ministério da saúde disse que não iria comentar o discurso, claro, na posição de subordinado vai falar o que?? O Mandetta perdeu uma ótima oportunidade de pedir demissão depois dessa.
Esse verme não tem mais nenhuma condição pra dirigir esta nação.
Alguém consegue imaginar essa coisa coordenando os trabalhos de reconstrução pós-pandemia??
Quais serão as negativas? Que não existe crise?? Que não existe desemprego?? Que tem a tal “retomada”?? Esse cara é um lunático que perdeu completamente a conexão com o mundo real.

FORA BOZO! Pra ontem.

chichano goncalvez

24/03/2020 - 23h45

Ha uma coisa que esqueci, não vejo e não escuto mais esse desmiolado. Ele e seus filhos só dizem besteira, sem nenhum fundamento.

chichano goncalvez

24/03/2020 - 23h42

Veja o currilo desse destrambeleado: nunca trabalhou, viveu de gigolo; envolvido com milicias; expulso de colegio; trinta (30) anos de legislatura, nenhum projeto de lei. Seus ministros não se sabe qual é pior que o outro, para resumo, o governo dele nem começou e já terminou.


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