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XP/Ipespe traz Lula a dois pontos de ultrapassar Bolsonaro

A pesquisa XP/Ipespe divulgada hoje, com entrevistas realizadas entre os dias 9 e 11 de março, mostra o impacto fulminante da decisão do STF, de anular os processos contra Lula, restituindo-lhe seus direitos políticos, sobre as chances de Bolsonaro se reeleger em 2022. Importante notar que os efeitos da decisão do STF ainda estão se […]

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A pesquisa XP/Ipespe divulgada hoje, com entrevistas realizadas entre os dias 9 e 11 de março, mostra o impacto fulminante da decisão do STF, de anular os processos contra Lula, restituindo-lhe seus direitos políticos, sobre as chances de Bolsonaro se reeleger em 2022.

Importante notar que os efeitos da decisão do STF ainda estão se espraiando. A coletiva de Lula, que teve ampla cobertura dos grandes meios de comunicação (notadamente no Jornal Nacional), aconteceu no dia 10 de março. Uma grande parte dos eleitores de Lula vive em lugares isolados do país, e a notícia de sua vitória judicial ainda deve estar sendo processada. 

Segundo a pesquisa, Lula teria 25% das intenções de voto, o que o coloca em empate técnico com Bolsonaro, que pontua 27%. Neste cenário, Ciro tem 9% e outros candidatos somados tem 16%. 

Importante destacar que Lula já havia empatado com Bolsonaro antes na mesma pesquisa, ao final de 2019, mas as circunstâncias hoje são bem diferentes. O Lula do final de 2019 havia acabado de sair da prisão e se mantinha condenado. O Lula de hoje teve todos seus processos anulados.

Além disso, o Bolsonaro de hoje é muito mais reprovado do que em qualquer momento anterior.

Segundo a mesma pesquisa, a reprovação ao desempenho de Bolsonaro no enfrentamento ao coronavírus bateu o recorde de 61%.

Como a pandemia ainda não tem data para terminar, e, ao contrário, tem experimentado uma escalada assustadora nas últimas semanas, a percepção de que Bolsonaro foi irresponsável e incompetente tende a aumentar. 

 

Segundo a mesma pesquisa, 63% dos entrevistados consideram que a economia brasileira, no momento, está no “caminho errado”.

Esse dado é uma bomba no colo de Paulo Guedes, sobretudo se considerarmos que ele não deu nenhum sinal, até agora, de mudar as diretrizes econômicas do governo, sobretudo no sentido de ampliar investimentos públicos e promover políticas mais audaciosas de geração de empregos.

 

As perspectivas de um eventual segundo turno também estão ficando mais difíceis para Jair Bolsonaro. Segundo a pesquisa, ele tem 41% X 40% de Lula. 

 

A pesquisa também traz um cenário com Haddad, na qual o petista teria 11% das intenções, mesmo número de Ciro e Sergio Moro.

 

Conclusão: se as próximas pesquisas começarem a trazer Bolsonaro atrás de Lula, isso poderia representar um acontecimento simbólico muito expressivo, levando a um colapso do bolsonarismo, ou seja, deflagrando um processo de migração de votos do presidente para o próprio Lula (por causa do efeito psicológico de votar no “líder”), e, no caso dos eleitores que ainda sào movidos por rejeição ao PT, para outros candidatos.

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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Comentários

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João Ferreira Bastos

12/03/2021 - 16h20

O choro é livre, ciriricas

Netho

12/03/2021 - 15h12

As pesquisas apontam para uma enorme avenida aberta à terceira via. Equidistante da bipolarização que representa um grande salto duplo carpado, porém para trás. De um lado, a República da Propinarias; doutro lado, a República das Milícias.
A pesquisa mais consolidada e que, embora falível, tem o menor índice de previsões erradas, é o Data Folha. O Data Folha está nas ruas e deve publicar sua pesquisa até o dia 21/03.
O Data Folha medirá todos os cenários, não apenas o cenário com o PT.
Se o Atlas Político for confirmado – os cenários com o PT podem ser solenemente descartados. Sem correr os riscos de, na hora H do dia D, os fantasmas e esqueletos do lulo-petismo e do dilmismo ressurgirem para confirmar a reeleição da dupla de filhotes da ditadura e devotos da tortura.
A repetição do cenário bipolarizado, com o antipetismo estimulando a aglutinação da direita à extrema-direita, com os mercados, a mídia grande e o latifúndio, simplesmente sepultará, em definitivo, o campo popular, progressista, democrático e trabalhista que nada tem a ganhar na companhia de Lula e o PT. Mas tem tudo a perder.
Que o PT marche como sempre marchou, ‘a outrance’ dos partidos que desprezou logo no seu nascedouro.
O PT nasce no ABC com a retórica de que todos os demais partidos de esquerda não representavam os trabalhadores.O desprezo do PT pelos partidos de esquerda sempre foi solene e desassombrado.
Cabe às siglas partidária não afundarem com o lulo-petismo nem se prestarem à repetição da equação cujo resultado é a derrota total e completa do campo democrático e popular.
Lula é o tal vaso chinês como ele mesmo se autodefiniu ao lado de uma cânfora quebrada encarnada por Dilma.
Cabe sempre lembrar, que o STF corre com as calças na mão quando ouvem o toque de reunir do Forte Apache.
Não é de estranhar que os ministros revisitem a segunda instância a partir do momento em que o Jair das Milícias nomeie o substituto de Marco Aurélio; provavelmente Aras ou algum peão totalmente evangélico. A composição do STF com dois votos comprometidos com o milicianismo eliminariam Lula do tabuleiro.
O PT teve a sua chance e jogou pela janela. O PT perdeu sua validade histórica. Com Lula não é diferente.
Lula não é Getúlio.

    Alexandre Neres

    12/03/2021 - 21h06

    Meu caro Netho, já que agora se assumiu sem nenhum pudor de terceira via, qual neoliberal de esquerda afinal de contas é seu ídolo?
    Clinton, Blair ou Obama? Você está utilizando mais o termo lulopetismo do que o próprio Merval Pereira, mostrando que foi bem adestrado. A paúra de Lula é tanta que tá apostando todas as fichas na indicação de Bolsonero para o STF a fim de barrar a sua candidatura. Isso é que é um progressista, os fins justificam os meios, tudo para se livrar de quem no voto é ruim de encarar. O negócio é burlar a soberania popular. Por via das dúvidas, para garantir, o melhor é ímpedir o cara de concorrer, nem que seja por meios espúrios. Que nem Carlos Lacerda ao falar de Getúlio Vargas: “‘Esse homem não pode ser candidato; se candidato não pode ser eleito; se eleito não deve tomar posse; se tomar posse não deve governar”. Voltando à terceira via, que tal a chapa Mandetta-Ciro? Ou prefere Ciro‐Dória? Mas, hein?

Paulo César Cabelo

12/03/2021 - 15h01

É Miguel a estratégia de vocês de usar o terrorismo da reeleição de Bolsonaro pra tirar votos do PT foi pro brejo , agora só te resta essa conta maluca de que Ciro herdará votos do Bozo , não vai , esses votos irão pra Moro ou Dória.
Ainda dá tempo do Ciro pedir desculpas e tentar um ministério no governo Lula , nem vice ele está em condições de exigir agora.

Getúlio

12/03/2021 - 14h59

O Brasil está caminhando para sua normalidade democrática. As lideranças progressistas vão aos pouco se aglutinar em torno daqueleque não faz tanto tempo, fez do nosso país exemplo para o mundo, de solidariedade, alegria e crescimento econômico, chegando a ser a 6* economia.

    marco

    13/03/2021 - 12h16

    Francamente colocar todas as apostas num ativo que claramente esta sob enorme pressão pessoal e familiar é muita burrice ou pior má fé.
    Se tiver juízo e um real compromisso com o povo brasileiro o ex -presidente Lula ,não será candidato.

Alexandre Neres

12/03/2021 - 14h05

Acho que o cenário atual é tão aterrador, num país em que morrem mais de 2000 pessoas por dia, campeão mundial de mortandade e de prevaricação quanto aos efeitos da pandemia, implicando que tais fatos devem ser objeto de análise mais à frente, quando já tiverem decantado.

Sem sombra de dúvidas, a volta de Lula teve um efeito devastador, evidenciando que até então a oposição estava batendo cabeça, sem fazer nem cosquinha no boçal-ignaro e agora tem um líder para colocá-lo no seu devido lugar.

Achei a opinião do cientista político Cláudio Couto da FGV bastante sensata. A vaga para o segundo turno que parece que vai haver uma disputa encarniçada é a de Bolsonero, que tende a sofrer na pele as consequências de uma gestão desastrosa. Mas, repito, tudo ainda está muito vago e nebuloso, mesmo as decisões judiciais que deflagraram este processo.

De certo mesmo, só a não candidatura de Moro, a quem foi destinado o lixo da História!

    Tiago Silva

    12/03/2021 - 23h44

    Caro Alexandre Neres,

    Quem conhece minimamente sobre política e direito sabe que o corrupto Sérgio Moro está destinado a ser o lixo da História, como Collor hoje é compreendido, mas não foi assim na sua época.

    Daí, hoje Bolsonaro e Lula inviabilizam outros candidatos a segundo turno por consolidarem algo em torno de 25% a 30% (com um núcleo duro de aproximadamente 15%). Ocorre que já características comunicacionais nestes candidatos que os fazem conseguir manter esses percentuais, mesmo com um ataque da imprensa (que durou muito mais e foi muito mais intenso inclusive com a utilização da Farsa a Jato como partido político a utilizar cargos públicos de forma Politiqueira para tentar influenciar no voto e opinião das pessoas). Porém mesmo Lula que tem grande capacidade Comunicacional em mídias de massa e carisma de palanque, foi derrotado por candidato do Marketing (e da Globo) que foi Collor…. Já Bozo é um fenômeno em mídias sociais, que foi impulsionado pelas falas de ódio dele que eram atributos buscados por algorítimos do YouTube para buscar mais visualizações e engajamentos (se beneficiou também da impunidade que essa terra sem lei da internet lhe proporcionava e aos seus seguidores). Porém, a Direita apesar de querer manter o neoliberaloide do Guedes em todos os candidatos, ainda busca algum candidato que possa assumir uma embalagem do Marketing para enganar pela aparência: a primeira aposta foi Dória, depois Moro, poderia ser Huck e agora parece que buscam o Eduardo Leite.

    Ocorre que Dória já tem a pecha de não confiável, Huck a pecha de candidato da Globo (e não alcança mais que 40 % em segundos turnos, pois os identificados com os polos de Direita e Esquerda representam algo em torno de 60% e tem um voto ideologizado). Sobraria o Politiqueiro do Moro ou Eduardo Leite. Hoje o corrupto do Moro (utilizou cargo público para prêmio e finalidade Politiqueira) seria um candidato que não poderia ser rivalizado nem por Lula e nem por Bolsonaro para não se vitimizar e com isso ascender como “anti-sistema”, mas poderia e deveria ser rivalizado por Ciro que então se poderia desconstruir a imagem que ainda tem para o povão que o pode ter como segundo voto ou para a classe média alta (homem, mais de 5 SM, principalmente do Sul e capitais) que migrou do Bozo para o Politiqueiro do Moro – mas o cínico do Moro tem um problema intransponível: ele não tem carisma, sua comunicação não empolga e é fraco em debates (que ainda transparece suas limitações de conteúdo e de vocabulário). Seria o oponente ideal para que o Ciro marcasse uma posição ganhando uma simpatia dos eleitores históricos do PT, dos eleitores que se sentiram enganados pelo Bozo e que ainda não se sentem enganados pelo Moro, além de um voto de quem quer fugir da polarização. Uma pena que o Ciro é mal assessorado em termos comunicacionais e deu um tiro no pé ao tentar inflar ou manter um antipetismo (aliás este blog Cafezinho demonstra a falta de visão estratégica).

    Não duvide da Direita buscar produzir novos Collor, como foi o caso do próprio Capetão.

    Porém a Esquerda tem que agir de forma estratégica e por nichos para que possa ganhar as eleições (isso eu trato não só do Lula, mas se o Ciro ou Boulos fosse para o segundo turno… Precisariam mais de 50% dos votos no primeiro turno em candidatos de Esquerda). Assim a briga nunca deveria ser Ciro x Lula (nesse caso Ciro apenas foi a Esquerda que a direita gosta – para se municiar de vídeos a viralizar, mas não votar no Ciro), mas deveria ser dessa forma em período pré-eleitoral até o fim do primeiro turno: 1- Lula x Bolsonaro (claro que todos da esquerda versus Bozo, pois deveria-se combater esse desgoverno desumano e neoliberaloide, mas aqui trato de uma briga pelo voto do eleitor humilde e que sente-se encantado por líderes carismáticos), 2- Ciro x Moro (e aí Ciro buscaria demonstrar que Moro seria um Politiqueiro de tendencias tucanas e elitistas que usou cargo público pra praticar crimes e manipular a democracia, entregando patrimônio nacional a interesses estrangeiros, além de buscar desconstruir a falsa concepção de que o juiz Politiqueiro seria capacitado ou correto… Teria que mostrar que o Moro é o sistema Elitista e Cínico brasileiro), 3- Boulos x Neoliberalóides do Partido Novo (buscar o público jovem) e por aí vai…

    Em 2018 achava que o Haddad não teria a simpatia necessária para ganhar, assim como a capacidade Comunicacional de Bozo principalmente nas redes sociais que se tornaram tão fundamental dificilmente conseguiria ser vencida, a opção mais competitiva para a Esquerda naquela época teria sido a opção que foi apresentada ao Ciro e ele não aceitou (ser vice de Lula e no seu impedimento assumir a cabeça de chapa com Haddad de vice em algo que a Argentina conseguiu depois) ou um candidato do PT que tivesse mais simbolismos para aquele momento em que Bolsonaro seria o Trump brasileiro, daí advogava que Paulo Paim poderia ser seu oponente como um Obama Brasileiro (e além do recall do Nordeste de Lula, poderia ter também uma penetração maior no sul e nas periferias de capitais do sudeste), mas parece que só ouvem João Santana.

    Em 2020 já são outros elementos e não se pode buscar estratégias para situações do passado para não forçar um anacronismo que tende à derrota. O principal é que se deveria ter coordenação e a esquerda buscar uma série de candidatos por nicho, mas com um programa base comum (que poderia ser uma sinergia entre os programas do PDT, PT, PSOL e PC do B… E até do PSB caso não seja abrigo ao Huck).

    O poder dos que ganham com o modelo excludente do Brasil sempre vão buscar um Novo Collor e só se sairia dessa artilharia midiática e Comunicacional com muita coordenação e estratégia (que faltou ao Ciro quando age como biruta de aeroporto ou ao PT quando perde o carisma de Lula ou perde seu encanto pelo pragmatismo exacerbado que desengaja).

Ricardo JC

12/03/2021 - 13h36

O que chama realmente a atenção na pesquisa é que a trajetória de Bolsonaro segue a de Lula. É como se tudo que acontecesse de um lado, também acontecesse do outro. Sinal de que a polarização permanece. Vamos ter momentos muito tensos adiante, pois acho que tudo deve ser feito para tirar este sujeito da presidência, sob pena de não termos mais um país daqui há 5 ou 6 anos. Eu, pessoalmente, preferia que o Lula não disputasse. Já fez tudo que podia por esse país (muitas vezes sem o devido reconhecimento) com seus erros e acertos (para mim, muito mais acertos do que erros) e precisamos arejar e encontrar novas lideranças capazes de levar o país adiante e lutar contra o (neo)liberalismo que tenta (e vem conseguindo) nos impor a pobreza e a miséria. Do lado de lá, eles estão sempre encontrando novas alternativas (e armadilhas) para acabar com o Brasil. Mas reconheço também que no cenário atual parece não haver outra figura tão popular quanto Lula para enfrentar este demônio que alcançou a presidência. Vamos aguardar porque as nossas elites econômicas tem sempre uma carta na manga, um truque para virar os jogos.

    Tiago Silva

    12/03/2021 - 23h59

    Entre Junho/2020 a Março/2021 tiveram oscilações que esse gráfico omitiu pela falta de pesquisas nesse período por este instituto.


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