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Discurso de Biden ao Congresso: 5 momentos-chave

Por BBC Brasil Meio século depois de entrar no Congresso dos Estados Unidos como senador, Joe Biden retornou à Casa para proferir seu primeiro discurso como presidente americano. Biden prometeu um conjunto de medidas no valor total de US$ 4 trilhões (cerca de R$ 21,4 trilhões), incluindo a expansão do ensino gratuito, desde a educação […]

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Por BBC Brasil

Meio século depois de entrar no Congresso dos Estados Unidos como senador, Joe Biden retornou à Casa para proferir seu primeiro discurso como presidente americano.

Biden prometeu um conjunto de medidas no valor total de US$ 4 trilhões (cerca de R$ 21,4 trilhões), incluindo a expansão do ensino gratuito, desde a educação infantil à superior, e também a assistência financeira a crianças pobres. E celebrou a superação de sua promessa de aplicar nos americanos 100 milhões de doses de vacina contra a covid-19 nos seus primeiros 100 dias de mandato (o número já passa de 220 milhões de doses aplicadas).

A BBC News separou cinco momentos-chave da fala de Biden no tradicional discurso ao Congresso feito pelos presidentes americanos a cada início de ano.

‘Senhora vice-presidente, senhora presidente da Câmara’

Pela primeira vez na história americana, as duas pessoas sentadas atrás do presidente enquanto ele proferia esse tipo de discurso eram mulheres.

Eram elas: a presidente da Câmara dos Representantes (equivalente à Câmara dos Deputados brasileira) e política democrata de posto mais alto no Congresso, Nancy Pelosi, e a vice-presidente Kamala Harris, que atuou como senadora pela Califórnia antes de concorrer na chapa presidencial democrata em 2020.

Ao cumprimentar “a senhora vice-presidente e a senhora presidente da Câmara”, Biden acrescentou: “Nenhum presidente jamais proferiu essas palavras nesta tribuna. Nenhum presidente jamais proferiu essas palavras, e já estava na hora”.

‘A verdade acima das mentiras’

Biden começou seu discurso ao Congresso com uma referência não muito sutil ao seu antecessor, Donald Trump.

O atual mandatário disse que “herdou uma nação em crise”, e descreveu os EUA como uma “casa em chamas”.

“Agora, depois de apenas 100 dias, posso contar à nação: os EUA estão progredindo novamente”, disse ele, acrescentando que o país nunca fica parado.

“Os EUA estão emergindo de novo. Escolhendo a esperança em vez do medo. A verdade acima das mentiras. A luz sobre as trevas. Após 100 dias de recuperação e renovação, os EUA estão prontos para decolar. Estamos trabalhando novamente. Sonhando novamente. Descobrindo novamente. Liderando o mundo novamente.”

‘Eliminar o racismo estrutural’

As tensões raciais atingiram novos picos no ano passado, após a morte de George Floyd em maio de 2020 durante uma abordagem policial em Minneapolis.

Biden se referiu em seu discurso ao assassinato de Floyd pelas mãos de um agente, dizendo: “Todos nós vimos o joelho da injustiça no pescoço da América negra.”

“Não vamos ignorar o que nossas próprias agências de inteligência afirmaram: a ameaça terrorista mais letal à pátria hoje é o terrorismo de supremacia branca.”

O presidente também defendeu a polícia, recebendo aplausos, dizendo que “a maioria dos homens e mulheres uniformizados usam seu distintivo e servem suas comunidades com honra”.

Mas ele disse que o trabalho deve ser feito “para reconstruir a confiança entre as autoridades policiais e as pessoas a quem elas servem, para erradicar o racismo estrutural em nosso sistema de Justiça criminal”.

Os ricos precisam ‘pagar sua parte justa’

Grande parte do discurso de Biden se concentrou em vender seus planos de grande investimento para reformar a infraestrutura e os programas sociais dos EUA.

O American Jobs Plan, por exemplo, tem US$ 2,3 trilhões (cerca de R$ 12,3 trilhões) previstos para um pacote de infraestrutura — e com esperada geração de empregos —, incluindo obras de transporte público, ferrovias, aeroportos, saneamento, internet banda larga de alta velocidade, estradas e pontes, hospitais e creches.

E todos esses planos dependem do aumento de impostos sobre os ricos.

O presidente insistiu na noite de quarta-feira que era um jogo justo.

“É hora de as corporações americanas e o 1% mais rico dos americanos pagarem sua parte justa. Apenas paguem sua parte justa”, disse ele.

Muitas empresas sonegam impostos por meio de paraísos fiscais, da Suíça às Bermudas e às Ilhas Cayman, e se beneficiam de brechas e deduções fiscais que permitem o offshoring de empregos e a transferência de lucros para o exterior. Isso não está certo.”

Biden enfatizou que sua proposta de reforma tributária ajudaria a “recompensar o trabalho, não a riqueza” e afetaria “três décimos de 1% de todos os americanos”.

A Casa Branca indicou que o pacote seria viabilizado pelo aumento em quase duas vezes da alíquota de imposto de renda sobre ganhos de capital acima de US$ 1 milhão, chegando a 39,6%; e também pela elevação da alíquota para famílias com renda superior a US$ 400 mil.

O governo também iria “reprimir” os milionários e bilionários que trapaceiam nos impostos.

“Olha, não pretendo punir ninguém. Mas não vou aumentar a carga tributária da classe média deste país”, disse Biden.

“O que eu propus é justo.”

‘Temos que provar que a democracia ainda funciona’

Biden encerrou a noite relembrando os eventos de 6 de janeiro, quando os apoiadores de Trump invadiram o Capitólio dos Estados Unidos, e pediu aos congressistas que provassem que a democracia pode superar tais atos.

No início de seu discurso, ele chamou a invasão, que deixou cinco mortos, de “o pior ataque à nossa democracia desde a Guerra Civil”.

“Nossa democracia pode atender às necessidades mais urgentes de nosso povo? Pode nossa democracia superar as mentiras, raiva, ódio e medos que nos separaram? Os nossos adversários, os autocratas do mundo, estão apostando que não”, disse.

“Eles acreditam que estamos cheios de raiva, divisão e raiva. Eles olham para as imagens da multidão que atacou este Capitólio como prova de que o sol está se pondo sobre a democracia americana.

“Eles estão errados. E temos que provar que estão errados. Temos que provar que a democracia ainda funciona.”

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Comentários

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Valdeci Elias

01/05/2021 - 07h48

Brasileiro e o Norte-americano. Duas resposta diferentes para mesma tragédia. Enquanto um ignora os erros de seu presidente, e continua apoiando-o cegamente. O outro não perdoa erros, e troca sem perdão quem é incapaz de resolver problemas do país. No futuro veremos que estava certo.

Cuban

30/04/2021 - 16h10

O erro de Trump foi não ter posto dinheiro no bolso dos americanos lá atrás no começo da pandemia.

    Paulo

    30/04/2021 - 21h41

    Ora, ora, ora…

Kleiton

30/04/2021 - 16h06

Tirar dinheiro de quem tem para financiar sabe se lá o que…. realmente genial esse tal de Bidet !! Kkkkkkkk

Tony

30/04/2021 - 10h37

Sem o coronavirus hoje Trump seria presidente e os EUA com a menor taxa de desocupaçào da historia e a economai bombando como era antes da chegada do virus.

O resto é narrativa.

Paulo

29/04/2021 - 22h43

“Eles acreditam que estamos cheios de raiva, divisão e raiva. Eles olham para as imagens da multidão que atacou este Capitólio como prova de que o sol está se pondo sobre a democracia americana.

Eles estão errados. E temos que provar que estão errados. Temos que provar que a democracia ainda funciona.”

Palavras que podem por Biden, em quem não acreditava, confesso, num outro patamar da história da humanidade e do Ocidente.

Pode ser o canto do cisne da democracia ocidental, ou pode ser uma reafirmação, para a qual torço e rezo. Amém!


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