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Jornal da Faria Lima publica editorial contra as atitudes golpistas de Bolsonaro

Neste sábado, 7, o Brazil Journal, um dos mais influentes do mercado financeiro no país, publicou um editorial intitulado “Não vai ter golpe”. A publicação do editorial acontece após a divulgação de um manifesto elaborado pela elite financeira, onde também manda um recado explícito a Jair Bolsonaro, afirmando que o Brasil terá eleições em 2022. Leia o editorial […]

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Neste sábado, 7, o Brazil Journal, um dos mais influentes do mercado financeiro no país, publicou um editorial intitulado “Não vai ter golpe”.

A publicação do editorial acontece após a divulgação de um manifesto elaborado pela elite financeira, onde também manda um recado explícito a Jair Bolsonaro, afirmando que o Brasil terá eleições em 2022.

Leia o editorial na íntegra!

Não vai ter golpe

Pode comprar Brasil. Pode vender dólar, ficar ‘dado’ no juro e comprar a Bolsa

A democracia brasileira — com todas as suas imperfeições — foi uma construção coletiva que envolveu toda a sociedade: da Igreja aos sindicatos, dos trabalhadores aos empresários, e até os próprios militares, que buscaram uma transição digna depois da fadiga de material causada por 21 anos de Poder usurpado.

Uma nova aventura golpista não interessa às pessoas de responsabilidade no País.

Não interessa aos donos do capital, porque tudo que esse assunto gera é volatilidade e desperdício de tempo, dinheiro e oportunidades.

Não interessa aos políticos porque, em cenários assim, eles acabam ou num porão fedorento ou silenciados e castrados.

Não interessa aos jovens brasileiros, que querem educação de qualidade e emprego — e estão construindo um País mais justo, aberto e humano, infinitamente melhor do que este que nossa geração está deixando.

E certamente não interessa aos militares, que sabem que estariam embarcando num Vietnã particular: herdando um país dramaticamente polarizado, com finanças em frangalhos e desafios que demandam construção coletiva.

Isso sem falar no inevitável isolamento internacional: a Casa Branca atual certamente não apoiaria um golpe de inspiração trumpista. Muito menos a União Europeia e a China, agredidas rotineiramente por Bolsonaro e seu círculo xiita.

A época em que o General Olímpio Mourão mudava o tabuleiro da Política colocando seus tanques na estrada de Juiz de Fora para o Rio é apenas uma referência histórica, um retrato antiquado numa era dominada pela internet e pela informação, em que milhões de pessoas são mobilizáveis em questão de minutos.

Na frase célebre de Marx, a história só se repete como farsa, mas esse teatrinho de agora — esse rato que ruge — sequer é farsa, é mais um meme de Whatsapp.

Bolsonaro criou uma realidade paralela e há muito tempo não governa. Apenas se envolve em paranoias e não-problemas, causando a suspeita generalizada de que seu comportamento transcende o campo da política e invade o da psiquiatria.

Ninguém mais aguenta o nível de atrito que o Presidente gera todos os dias. Para ele, tudo é guerra. Trump também agia assim. Os EUA se cansaram; o Brasil está esgotado.

Agora, esse papo de golpe é um diversionismo deletério que só ajuda a narrativa do próprio Bolsonaro, um homem que jamais deveria ter sido Presidente e agora se desespera diante da derrota iminente.

Esqueça os petistas e a esquerda. Se Bolsonaro soubesse o que o empresariado diz dele privadamente, entenderia que não tem mais o apoio na economia que Paulo Guedes um dia representou.

Aliás, Bolsonaro foi eleito como o anti-Lula. Mas agora, é o próprio 17 que pode trazer o 13 de volta, porque o petista só conseguirá vencer em 2022 contra Bolsonaro. Qualquer outro candidato ganharia fácil no segundo turno.

É importante e saudável que as pessoas se manifestem contra a narrativa golpista, mas não convém atribuir a “um cabo e um soldado” poderes que eles simplesmente não têm.

O Brasil é muito maior, mais complexo e melhor do que o hospício em que se transformou o Planalto.

A sabedoria milenar ensina que cão que ladra não morde, e as sombras na caverna sempre parecem maiores do que realmente são.

É hora do País acender a luz e acordar do pesadelo.

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Comentários

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Galinzé

09/08/2021 - 07h03

Tiraram a Dilma pra piorar, pqp…

Kleiton

09/08/2021 - 07h02

Esse bozo imundo já era.

Ronei

08/08/2021 - 22h13

Não tem oposição a esse Governo não tem como mudar nada mesmo e por isso Bolsonaro fala e faz o que quer pois sabe que tem apoio dos brasileiros.

Rosinei Brandão

08/08/2021 - 21h13

O texto só contém um erro de apreciação. E dos crassos. Lula não vence só ao Bolsonaro. Vence todos em segundo turno. Se não liquidar a fatura no primeiro. Além de traquejo, capacidade tem uma qualidade essencial e bem determinante: carisma.

Natalia Pons

08/08/2021 - 20h26

Concordo com Galinzé,

nao ha candidatos viavéis para enfrentar Bolsonaro…Cirolipa é zoado por onde anda e o ex presidiario tem medo de sair em publico para nao apanhar…o resto é fantasia.

Galinzé

08/08/2021 - 17h58

De 2018 pra cá não mudou nada.

Kleiton

08/08/2021 - 17h57

Bolsonaro já ganhou as eleições de 2022 há muito tempo, desde 2018.


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