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Nordeste poderia crescer mais que o Brasil até 2030

Combinar aumento da produtividade com redução das desigualdades seria a melhor alternativa para elevar o PIB per capita na região Mais do que choques de produtividade, é preciso combinar crescimento econômico com redução das desigualdades para o Brasil se desenvolver e cumprir os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), definidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) […]

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Combinar aumento da produtividade com redução das desigualdades seria a melhor alternativa para elevar o PIB per capita na região

Mais do que choques de produtividade, é preciso combinar crescimento econômico com redução das desigualdades para o Brasil se desenvolver e cumprir os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), definidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) como meta até 2030. Esta é uma das conclusões do estudo que o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou, nesta segunda-feira (13/9), com foco na região Nordeste. O levantamento apresenta um cenário otimista de retomada do crescimento no pós-recessão, com melhoria da produtividade do país. Estima ainda que a economia nordestina tende a crescer acima da média nacional, porém, o nível do Produto Interno Bruto (PIB) per capita da região não atingiria 60% do PIB per capita nacional no período, com exceção de Pernambuco, que se aproximaria dessa taxa.

“Quando são combinadas as duas políticas é possível ter crescimento econômico e redução das desigualdades. Inclusive, esse mix gera um crescimento muito maior do que quando se implementa apenas o choque de produtividade”, comparou o pesquisador do Ipea Bruno de Oliveira Cruz. Ele fez o estudo junto com o economista Carlos Wagner de Albuquerque Oliveira, que acompanhou pelo Ipea a adaptação do modelo criado na Universidade de Denver de construção de cenários prospectivos do Brasil, seus estados e o Distrito Federal. Para a regionalização dos dados sobre o Brasil, a iniciativa, em 2018, liderada pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) da Organização das Nações Unidas (ONU) junto com a Universidade de Denver contou com o apoio do Ipea, da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do antigo Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, à época.

A ferramenta projeta cenários de longo prazo, sujeitos a adversidades e incertezas, e simula módulos com as dimensões econômica, geográfica, de saúde, educação, governança, entre outras. Esses módulos interagem entre si e possibilitam simulações para 186 países. A simulação para o Brasil foi regionalizada, a partir deste estudo editado pelo Ipea, sob o título ‘Impactos Regionais de Choques de Produtividade e Redução de Desigualdades: O Caso da Região Nordeste’. Os autores analisaram quatro cenários: a tendência – sem alteração na política, choque de produtividade, redução das desigualdades e um mix desses dois últimos. “A vantagem da ferramenta é poder comparar essas políticas que poderiam ser implementadas e auxiliar na formulação de PPAs pelos gestores públicos”, disse Bruno Cruz.

O estudo revela que, mesmo com as políticas de redução das desigualdades e crescimento do PIB per capita, os resultados das simulações indicam que o Brasil não seria capaz de eliminar a taxa de pobreza no Nordeste, embora chegue próximo desse objetivo. “As implicações nos diversos cenários indicam que seriam necessários esforços localizados regionalmente para zerar a pobreza em 2030”, concordam os pesquisadores do Ipea. O cenário combinado de combate de desigualdade e melhoria de produtividade gera a maior média de crescimento do PIB per capita – ou 1,42%, mostra o estudo, diante da média de 0,6% de crescimento médio per capita da economia brasileira no cenário-base e de 0,7% de taxa média de expansão do PIB per capita da América Latina.

Ao elaborarem o estudo, os pesquisadores do Ipea desconsideraram os efeitos da pandemia, uma vez que a ideia inicial foi entender a possível trajetória da economia brasileira e gerar elementos para apoiar as decisões e a melhoria das políticas públicas numa perspectiva de longo prazo. Eles lembram que mesmo antes da pandemia, o Brasil apresentava taxas de crescimento muito baixas. O choque de produtividade conseguiria melhorar a taxa de crescimento da economia brasileira, mas, para isso, o país teria que melhorar sua capacidade produtiva, a infraestrutura, reduzir a mortalidade e melhorar o capital humano, para se promover o crescimento da taxa do PIB per capita no Brasil.

“Haveria redução da taxa de pobreza, uma pequena queda do Gini – índice que mede o grau de concentração de renda num determinado grupo – e um pequeno crescimento do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)”, informou Bruno Cruz. Ao examinar os estados, haveria um crescimento maior da economia, uma melhoria dos indicadores de desigualdade social e de IDH, mas não tão grande quanto no cenário de redução de desigualdade. Neste cenário, haveria uma pequena taxa de crescimento e melhoria acentuada nos indicadores sociais, mas quando se observam os estados, por exemplo, vários deles não conseguiriam zerar essa taxa, a exemplo do Maranhão e da Bahia.

Com informações do Instituto de Pesquisa Economica Aplicada (Ipea)

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