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O que fazer com o GSI?

Depois da revelação dos vídeos do chefe do Gabinete de Segurança Institucional, surgiu uma discussão interna sobre o que fazer com a pasta que há anos não desempenha o seu trabalho. O Gabinete não foi capaz de defender a presidência da República da espionagem norte-americana revelada pelo site Wikileaks, não protegeu Dilma Rousseff do grampo […]

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Imagem: Marcos Oliveira/Agência Senado

Depois da revelação dos vídeos do chefe do Gabinete de Segurança Institucional, surgiu uma discussão interna sobre o que fazer com a pasta que há anos não desempenha o seu trabalho.

O Gabinete não foi capaz de defender a presidência da República da espionagem norte-americana revelada pelo site Wikileaks, não protegeu Dilma Rousseff do grampo da lava jato, foi incapaz de evitar que quase 40 quilos de cocaína fossem transportados na comitiva presidencial e mais recentemente não foi capaz de proteger o Planalto da horda de criminosos do 8 de janeiro. Tampouco foi capaz de aconselhar o governo sobre a proximidade da Ministra do Turismo, Daniela Carneiro, com milicianos ou então as lambanças do Ministro Juscelino (comunicações).

Logo, se uma pasta que tem como objetivo ser o responsável pela assistência direta e imediata ao Presidente da República no assessoramento em assuntos de segurança não é capaz de cumprir suas funções, qual a necessidade da sua existência?

Acontece que não é tão simples assim.

Se na esfera criminal e até mesmo civil, Lula sempre teve dificuldades para lidar com militares indisciplinados (vide que o ex-chefe do GSI, Gonçalves Dias, foi flagrado confraternizando com PMs amotinados durante uma greve na Bahia e depois virou chefe da pasta), o quão delicado seria acabar com a pasta?

Acontece que o GSI é uma das joia da coroa da cúpula militar brasileira. Se o governo realmente decidir acabar com a pasta, precisará garantir que está forte politicamente e institucionalmente. Vale lembrar que boa parte do engajamento dos militares com a política e a sua intromissão deles na política vem justamente da decisão da ex-presidente Dilma Rousseff que acabou com a pasta.

Exagero? Basta lembrarmos que uma das primeiras medidas do governo Michel Temer, após a deposição da presidente Dilma foi justamente a recriação do GSI sob a chefia do general Sérgio Etchegoyen (cujo a família esteve presente em todos os golpes de Estado no brasil na história recente), que até então já era membro do alto comando das forças armadas e leniente com o processo de politização da tropa ao longo dos anos anteriores.

A aproximação do Temer com os Militares se dá logo após a extinção do GSI em outubro de 2015 que culminou com a reativação do GSI em maio de 2016.

Para os militares, cooptar as estruturas de inteligência do Estado e, principalmente, orbitar o circulo interno da presidência da República, é uma forma de manterem a ficção de que são tutores da sociedade civil e fundamental para a execução de estratégias e articulações políticas, vide que os militares possuem uma sala dentro do Congresso Nacional com objetivo de realizar lobby.

Os militares só não querem se envolver com a política partidária, agora, no jogo da política institucional e de Estado eles se refestelam.

Por isso, talvez a medida mais indicada, seria manter o GSI sob a gestão de um civil e aos poucos ir desmilitarizando a estrutura, até para que os militares fiquem sem o argumento do revanchismo para tumultuar o país.

Será que o governo terá coragem de romper com os velhos hábitos e erros do passado?

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Cleber Lourenço

Defensor intransigente da política, do Estado Democrático de Direito e Constituição. | Colunista n'O Cafézinho com passagens pelo Congresso em Foco, Brasil de Fato e Revista Fórum | Nas redes: @ocolunista_

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Comentários

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Edu

20/04/2023 - 22h45

O antipwtista engole leite da milícia é quer reclamar ?????????
Aqueles que ficam phutinhos com o que ocorre à 5.000 km de distância e cagamole pro Nelson Picareta, as Joias de 16 milhões de Reais ou os gastos estratosféricos do Cartão Corporativo.
hahahahahahahaha
O antipetista não vale merdha nenhuma !!!!!

EdsonLuíz.

20/04/2023 - 21h45

O que fazer com o GSI?

Esta é uma das perguntas mais importantes para a democracia brasileira a ser feita neste pós ’08 de Janeiro’!
▪É uma da mais importantes perguntas para a democracia e não teríamos resposta nem para esta pergunta nem para suas derivações e extensões caso não apurássemos todo o ’08’ em uma CPI.

Agora, com a CPI, existe a possibilidade de saber::
–Acabar com o GSI?
–Repensá-lo?
–Ou não mudar nada porque não significa ameaça e cumpre seu papel?

Penso que a nossa democracia está muito mal entregue se o presidente da república é um populista. Se o populista-presidente é da extirpe de Lula ou Bolsonaro, que além de populismo somam identificação política com regimes autoritários e associação a falcatruas, então é que nossa democracia está muito mal mesmo.

Mas tivemos que engolir Bolsonaro e temos que engolir Lula. Tanto Bolsonaro como Lula foram legitimamente eleitos e nós democratas temos que suportar.

Bolsonaro poderia ter sido afastado de forma legítima por um pedido de impeachment, pedido este que não ocorreu por algumas forças políticas que lhe eram oposição terem visto mais vantagem em manter Bolsonaro até o fim do mandato, risco que quase se tornou pesadelo para estas próprias forças com a expansão de gasto que Bolsonaro fez ao final, entre março/2021 e agosto/2023 que quase lhe deu a reeleição.

Eu estou convencido de que foi o profissionalismo de Roberto Campos Neto, que subiu a taxa Selic todas as vezes que Bolsonaro fez aumento de gasto eleitoreiro, o que impediu que estes gastos tivessem o efeito inteiro de criar as ilusões de sucesso que gastos sempre criam para governantes populistas e irresponsáveis.

Não houvessem os gastos eleitorais de Bolsonaro sido esterilizados por Roberto Campis para anular seu efeito sobre a inflação e a ilusão que cria os gastos por si, somada a maior arrecadação (nominal) que a própria inflação trás, que é maléfica mas ajuda os populistas a lidar com o Orçamento, e hoje teríamos Bolsonaro como presidente.

Mas Lula aplicou as mesmas políticas de ampliar gastos e “ter um pouco mais de inflação” em seus governos entre 2007 e 2016.

Fazendo a mesma gastança que Bolsonaro fez depois, Lula, que se aproveitou de à época o Brasil não ter um Roberto Campos Neto no Banco Central e o seu presidente e diretoria não ter autonomia formal, com seu populismo, colheu votos e conservou o poder, por intermédio de Dilma Rousseff.

Com gastança, Lula colheu votos e poder; o Brasil, com a gastança de Lula colheu uma recessão gigante e muito desemprego, desindustrialuzação, perda de receita e de investimento.

Com Bolsonaro nós vivemos e estamos vivendo ainda a repetição da trajédia gastança e suas consequência. Só que o problema criado pela gastança de Bolsonaro começará a aparecer com mais força agora, a partir do 2° semestre deste ano.

Vamos ver o que Haddad vai conseguir fazer para resolver e se o Congresso vai ajudar a aprimorar as políticas fiscais do Haddad ou vai piorá-las e autorizar mais gastança.

Bolsonaro e Lula foram legitimamente eleitos. Infelismente tivemos que suportar Bolsonaro e temos que suportar Lula.

Uma das qualidades de .manter a democracia é ter a possibilidade de afastar quem para ela não serve e de aprimorá-la.

Nas próximas elejções, como sempre em todas enquanto eleições houverem, será mais uma oportunidade de nos afastarmos de ter populismos na presidência da república.

Enquanto esperamos nova chance em 2026 para termos presidente da república mais responsável com a economia e mais competente, vamos ter, com a CPI, a oportunidade de ter algumas respostas que nos intrigam sobre o “08 de Janeiro” e se houve de fato ameaça a nossa democracia.

Edson Luiz Pianca
edsonmaverick@yahoo.com.br

P.S. Jagunço-gramático, não revisei. Revise para mim, caso se dê ao trabalho.


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