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As consequências do negacionismo e desigualdade social na vacinação infantil

O relatório “Situação Mundial da Infância 2023”, lançado pela Unicef nesta quinta-feira (20) revelou uma realidade preocupante: 48 milhões de crianças ao redor do mundo não receberam nenhuma dose da tríplice bacteriana (DTP), sendo que mais de um milhão e meio dessas crianças são brasileiras. Entre as causas desse problema, a organização cita a falta […]

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Reprodução: Pexels

O relatório “Situação Mundial da Infância 2023”, lançado pela Unicef nesta quinta-feira (20) revelou uma realidade preocupante: 48 milhões de crianças ao redor do mundo não receberam nenhuma dose da tríplice bacteriana (DTP), sendo que mais de um milhão e meio dessas crianças são brasileiras. Entre as causas desse problema, a organização cita a falta de confiança em vacinas ocasionado pelo negacionismo ostensivo em várias partes do mundo e a desigualdade social.

Segundo o calendário de vacinação da criança disponibilizado pelo SUS, as crianças devem tomar as primeiras doses da DTP aos 2 meses, sendo um dos alicerces do combate à mortalidade infantil. Difteria, Tétano e Coqueluche, principal alvo da proteção da tríplice bacteriana, possuem entre suas consequências a insuficiência cardíaca e respiratória.

Dentre os anos abordados pelo relatório, 2021 apresenta o maior déficit: 18,2 milhões de crianças não receberam as doses devidas. 2020 fica logo atrás, com 16,5 milhões de crianças sem as doses, justamente os anos de pandemia e do crescimento da desconfiança com relação às vacinas. A Unicef alerta que a imunização infantil só estará completa após todas as doses da DTP, além de possíveis reforços.

O Brasil, que atravessou a pandemia de covid-19 sob o governo de Jair Bolsonaro, acusado de atraso na compra de vacinas na CPI de 2021 e responsável pela disseminação de desinformação no período, apresentou queda na confiança dos imunizantes pós-pandemia. Antes mais de 99% dos brasileiros confiavam nas vacinas infantis, agora, o relatório mostra uma confiança de apenas 88,8%.

Cristina Albuqerque, chefe de saúde do Unicef no Brasil enfatiza: “Vai ser um longo caminho, mas nós temos o Programa Nacional de Imunizações, que é o maior programa público do mundo de vacinação. Onde estão essas crianças? Elas têm que ser encontradas. Isso tem que ser uma prioridade.”

A desigualdade social também é um fator causador dessa defasagem na vacinação segundo o relatório. Esse, que não é um problema desconhecido do Brasil, hoje é preocupação do Ministério da Saúde, como mostra a declaração da Ministra Nísia Trindade: “Nós estamos trabalhando diretamente com municípios através do Conselho de Secretários Municiais de Saúde, das prefeituras. […] Por isso temos reforçado, junto com as ações de vigilância, as ações na atenção primária à saúde”.

O relatório apresenta também recomendações: “fortalecer a demanda por vacinas, inclusive construindo confiança” e “priorizar o financiamento de serviços de imunização e atenção primária à saúde”, são algumas delas.

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