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Chanceler chinês defende autonomia estratégica da Europa durante visita a França

Global Times – A proposta da França de manter a autonomia estratégica estabeleceu um modelo para laços saudáveis China-Europa e injetará racionalidade em uma Europa que ainda está brigando sobre uma política unificada da China, disseram observadores depois que o conselheiro de Estado e ministro das Relações Exteriores chinês, Qin Gang, enfatizou que a relação China-Europa […]

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Global Times – A proposta da França de manter a autonomia estratégica estabeleceu um modelo para laços saudáveis China-Europa e injetará racionalidade em uma Europa que ainda está brigando sobre uma política unificada da China, disseram observadores depois que o conselheiro de Estado e ministro das Relações Exteriores chinês, Qin Gang, enfatizou que a relação China-Europa não se volta contra terceiros, nem é subordinada nem controlada por terceiros.

Qin fez as observações ao se encontrar com a ministra das Relações Exteriores da França, Catherine Colonna, na quarta-feira (10).

Referindo-se à visita de Estado do presidente Emmanuel Macron à China como um sucesso total, Qin disse que a China está pronta para trabalhar com a França para dar continuidade ao importante consenso alcançado pelos dois chefes de Estado, acelerar o avanço dos intercâmbios e da cooperação em vários campos e trabalhar para o desenvolvimento contínuo da parceria estratégica abrangente e duradoura entre a China e a França.

Ambos os lados devem abrir mais seus mercados um ao outro e construir uma cadeia de suprimentos China-França mais resiliente. Os dois lados devem fortalecer a cooperação em assuntos internacionais e unir as mãos para enfrentar os desafios globais, disse Qin.

Qin disse que a China sempre considerou a Europa como um parceiro estratégico abrangente, apoiou a Europa de forma consistente e inequívoca no fortalecimento de sua autonomia estratégica e no desempenho de um papel ativo na arena internacional, e defende que o relacionamento China-Europa não tenha como alvo terceiros, não dependem ou estão sujeitos a terceiros.

Por sua vez, Colonna disse que a França não se envolve em confrontos em bloco e defende que todos os países devem viver em harmonia e alcançar o desenvolvimento comum. Observando que a China desempenha um papel importante na paz e estabilidade mundial, Colonna disse que a França está disposta a fortalecer a comunicação com a China sobre a Ucrânia e outras questões internacionais e regionais importantes para buscar um terreno comum.

A adesão da França à autonomia estratégica está alinhada com os interesses estratégicos comuns da China e da França, com a visita de Qin ao país incentivando ainda mais a França a defender essa proposta, Song Luzheng, pesquisadora em estudos políticos do Instituto da China da Universidade de Fudan, disse ao Global Times.

Depois de visitar Pequim, a declaração de Macron instando a Europa a desenvolver mais autonomia estratégica foi repetida por muitas vozes na Europa, disse Sun Keqin, pesquisador dos Institutos de Relações Internacionais Contemporâneas da China, ao Global Times.

Os falcões da Europa provavelmente recuarão diante das forças que pedem autonomia estratégica, disse Sun, que continua confiante de que a Europa ainda está caminhando para um caminho mais autônomo.

No entanto, alguns especialistas disseram que a influência dos EUA no continente não deve ser negligenciada.

Cui Hongjian, diretor do Departamento de Estudos Europeus do Instituto de Estudos Internacionais da China, disse ao Global Times que “reduzir o risco” é um termo bastante vago. O uso dessa linguagem apenas estabelece limites desnecessários aos laços China-Europa e, de fato, mostra que os países europeus desejam impor medidas restritivas às trocas comerciais normais. “A Europa deve ser cautelosa e não transformar ‘não correr riscos’ em ‘desvinculação’ da China”, disse Cui. 

Na quarta-feira, antes de se encontrar com Qin, Colonna realizou uma conferência conjunta com sua contraparte alemã, Annalena Baerbock, em Paris. Eles enviaram uma mensagem conjunta sobre a China: “não estamos buscando a dissociação, mas sim limitar nossas dependências quando forem excessivas”, disse Colonna. “Estamos falando de reduzir os riscos em vez de dissociar.”

O especialista disse que os laços China-Europa parecem estar se aquecendo, mas enfrentam sérios desafios pela frente, incluindo sanções da UE contra empresas chinesas acusadas de ajudar a Rússia no conflito na Ucrânia. Se os dois chegarão a mais consenso ou se afastarão gradualmente, depende de a Europa conseguir se livrar de sua percepção tendenciosa da China e da influência dos EUA na política do continente para a China.

Em uma conjuntura tão crucial, a Europa deve abster-se de adotar políticas hostis à China, pois tais medidas não apenas atrasarão os laços que estão apenas se aquecendo, mas também dificultarão a cooperação da China com a Europa na solução da crise na Ucrânia, disse Cui.

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Paulo

11/05/2023 - 22h20

Macron parece ter sentido o duro golpe na “virada de mesa” da Austrália no processo de aquisição de submarinos franceses, que acabou atravessado por interesses americanos, culminando por minar as expectativas comerciais dos gauleses, nesse episódio. A indenização prometida pelos australianos, pela quebra de contrato, não será suficiente para cicatrizar as feridas expostas. Mas isso é só um detalhe no pano de fundo mais amplo do avanço da diplomacia chinesa sobre a Europa…Assim como na América Latina, os americanos encontram-se sob pressão crescente da China do outro lado do Atlântico e na África…Deveríamos aproveitar esse embate de titãs para granjearmos dividendos políticos e econômicos, mas temos hoje no Governo uma disposição de alinhamento quase automático com os chineses…Pena!

EdsonLuíz.

11/05/2023 - 20h29

Que apelativa a China tem sido!
Isto mostra o quadro de fraqueza em que ela se encontra diante das agressões e ameaças às democracias e ao que nos é importante como democratas e progressistas.

O que eles querem com declarações como estas, sem sintonia com o real? Declarações iguais a esta e a outras até mais apelativas que a China tem dado só servem para dar trabalho às diplomacias, para não precisarem ser desagradáveis.

A China sob Xi Jiping é uma ditadura unilateralista brincando de embromar com conversa-fiada uma comunidade de países multilateralistas e democráticos.

Mas mesmo este tanto de disparate e que obriga a tanta pirueta diplomática é feita com tanta arrogância que eu fico arrepiado em pensar se um dia uma ditadura assim ganhasse as redeas do mundo. Voltaríamos para os anos 900 do milénio passado.

Se a China quiser realmente andar ela vai precisar que surja um novo Deng Xiaoping para voltar a arejar tudo.


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