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Tic Tac: Hacker afirma que Bolsonaro lhe pediu para invadir urnas eletrônicas; advogado confirma

O hacker Walter Delgatti Neto, segundo seu próprio advogado, Ariovaldo Moreira, recebeu um pedido direto do ex-presidente Jair Bolsonaro para hackear o sistema de urnas eletrônicas brasileiras. Na entrevista concedida à Globo, Moreira explica: “Em Brasília inicialmente a proposta era essa de que ele iria trabalhar para o Ministério da Defesa no sentido de fiscalizar […]

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O hacker Walter Delgatti Neto, segundo seu próprio advogado, Ariovaldo Moreira, recebeu um pedido direto do ex-presidente Jair Bolsonaro para hackear o sistema de urnas eletrônicas brasileiras.

Na entrevista concedida à Globo, Moreira explica:

“Em Brasília inicialmente a proposta era essa de que ele iria trabalhar para o Ministério da Defesa no sentido de fiscalizar a lisura das urnas. Essa era a proposta inicial. E segundo o Walter, ele esteve sim no Ministério da Defesa, acompanhou algumas reuniões acerca da confiança nas urnas. Ele realmente esteve lá, prestou algum serviço. Mas ele também recebeu propostas de invasões. Peço perdão, peço desculpa mas eu não posso te narrar isso mesmo porque eu não tenho provas contundentes nesse sentido. São especulações, versões apresentadas pelo Walter. O computador do Walter foi apreendido, muito provavelmente a polícia federal ao analisar esses computadores irá chegar à conclusão de que o Walter não está mentindo. Ele prestou serviço para Jair Bolsonaro, isso de acordo com a narrativa do Walter. Todos sabem que ele esteve com o ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele me disse que esteve com o presidente uma única vez, mas falou com o presidente por telefone em mais uma oportunidade. Então, segundo ele, ele esteve no Ministério da Defesa e eles têm provas disso.”

A Polícia Federal prendeu Delgatti Neto na quarta-feira (2). Em depoimento prévio à prisão, Delgatti afirmou ter tido um encontro com Bolsonaro para discutir o sistema de votação eletrônica. Foi nesse momento que, conforme relatado por Delgatti, Bolsonaro lhe perguntou se seria capaz de hackear as urnas eletrônicas caso obtivesse acesso ao código-fonte dos equipamentos. O hacker, contudo, disse aos investigadores que essa questão “não foi adiante”.

O encontro entre Bolsonaro e Delgatti foi intermediado pela deputada Carla Zambelli, que também foi alvo da operação da Polícia Federal. Delgatti esclareceu que o acesso ao código-fonte das urnas eletrônicas seria possível apenas na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e que ele não poderia ir até lá.

O TSE permite o acesso antecipado aos sistemas de votação para fins de auditoria, 12 meses antes do primeiro turno. No entanto, o acesso ocorre em um ambiente controlado e sob supervisão do tribunal.

Segundo o relatório da Polícia Federal, “A deputada Carla Zambelli esteve envolvida nos atos do declarante e, conforme relatado, encontrou o ex-presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Alvorada, onde foi perguntado se o declarante, munido do código-fonte, conseguiria invadir a urna eletrônica. Isso não avançou, pois o acesso foi apenas na sede do Tribunal, e o declarante não poderia ir até lá.”

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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