O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que não descarta a possibilidade de ordenar a morte do líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, em meio à escalada da guerra entre os dois países. A declaração foi divulgada nesta terça-feira, 18, pelo canal russo RT, em meio a novos desdobramentos do confronto militar entre Israel e Irã.
A declaração foi dada após questionamentos sobre reportagens que apontam que o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, teria rejeitado anteriormente um plano de Israel para executar Khamenei. Segundo as fontes citadas pelas reportagens, Trump teria recusado o plano por considerar que uma ação desse tipo provocaria uma escalada militar em toda a região.
Ao ser indagado sobre o suposto recuo dos Estados Unidos, Netanyahu respondeu: “Não vai escalar o conflito, vai encerrá-lo”.
O chefe de governo israelense argumentou que o Irã tem promovido ações que, segundo ele, aproximam o Oriente Médio de um confronto de grandes proporções. “A ‘guerra eterna’ é o que o Irã quer, e eles estão nos levando à beira de uma guerra nuclear. Na verdade, o que Israel está fazendo é impedir isso, dar fim a essa agressão”, disse Netanyahu.
Durante a entrevista, o primeiro-ministro também foi questionado sobre a possibilidade concreta de ordenar uma tentativa de assassinato de Ali Khamenei. A resposta foi direta: “Olha, estamos fazendo o que precisamos fazer. Não vou entrar em detalhes, mas já atingimos os principais cientistas nucleares deles”.
As declarações ocorrem no contexto de um aumento significativo nas tensões militares entre Israel e Irã. Nas últimas semanas, Israel intensificou ataques aéreos contra alvos considerados estratégicos em território iraniano, incluindo instalações militares, centros de comando e infraestruturas nucleares.
Do lado iraniano, o governo de Teerã respondeu com a Operação Promessa Verdade III, que consiste no lançamento de mísseis e drones contra áreas sob controle israelense. O Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica (IRGC) declarou que continuará a ofensiva até que haja uma resposta proporcional às mortes de oficiais e cientistas iranianos ocorridas após bombardeios israelenses.
As declarações de Netanyahu sobre uma possível ação direta contra o líder supremo do Irã ocorrem em um momento de fragilidade diplomática entre potências envolvidas no cenário do Oriente Médio. Especialistas apontam que uma eventual tentativa de eliminar Khamenei representaria uma mudança de paradigma no tipo de resposta militar adotada por Israel ao longo dos últimos anos.
Até o momento, não há confirmação oficial por parte dos Estados Unidos sobre a existência de qualquer plano israelense para executar o aiatolá nem sobre a suposta recusa do governo Trump. A Casa Branca e o Departamento de Estado dos EUA não se pronunciaram sobre as declarações feitas por Netanyahu.
O Irã, por sua vez, ainda não emitiu resposta oficial à fala do primeiro-ministro israelense. O porta-voz do governo iraniano afirmou, em pronunciamento anterior, que qualquer ação direta contra Khamenei ou outras autoridades de alto escalão será tratada como declaração formal de guerra.
Fontes diplomáticas ouvidas por veículos internacionais avaliam que as falas de Netanyahu podem ser parte de uma estratégia de dissuasão voltada ao cenário interno e ao público internacional, sobretudo após os ataques iranianos que atingiram áreas sensíveis em território israelense.
Nos bastidores, líderes europeus mantêm reuniões emergenciais para discutir possíveis medidas de contenção. Representantes da União Europeia e do Conselho de Segurança da ONU expressaram preocupação com o aumento do nível de confronto e o risco de ruptura total das vias diplomáticas.
Além do confronto direto com o Irã, Israel também enfrenta pressão interna por causa do prolongamento das operações militares. Protestos foram registrados em Tel Aviv, com manifestantes pedindo a abertura de um canal de negociação internacional e a suspensão de ações que possam resultar em escalada bélica total.
Analistas militares indicam que o discurso de Netanyahu pode ter como objetivo justificar possíveis ações futuras, sobretudo se Israel considerar o assassinato de lideranças iranianas como resposta legítima dentro do que considera ser uma guerra defensiva.
Até o momento, nenhuma autoridade israelense além de Netanyahu comentou sobre o conteúdo da entrevista. O gabinete do primeiro-ministro não emitiu nota complementar.
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