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Líder Supremo ignora ultimato de Trump sobre rendição incondicional do Irã

O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, recusou nesta quarta-feira, 18, a exigência de rendição incondicional feita pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enquanto a capital Teerã registrava congestionamentos nas principais rodovias em meio à intensificação dos ataques aéreos israelenses. A declaração de Khamenei foi feita em um pronunciamento gravado e transmitido pela […]

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O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, recusou nesta quarta-feira, 18, a exigência de rendição incondicional feita pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enquanto a capital Teerã registrava congestionamentos nas principais rodovias em meio à intensificação dos ataques aéreos israelenses.

A declaração de Khamenei foi feita em um pronunciamento gravado e transmitido pela televisão estatal. Trata-se da sua primeira manifestação pública desde a última sexta-feira.

O líder iraniano afirmou que uma eventual ação militar dos Estados Unidos acarretaria consequências duradouras. “Os norte-americanos devem saber que qualquer intervenção militar dos EUA será, sem dúvida, incluída de danos irreparáveis”, declarou.

Ele também rejeitou o uso de pressões por parte de Washington. “Pessoas inteligentes que conhecem o Irã, a nação iraniana e sua história nunca falarão com essa nação em linguagem ameaçadora, porque a nação iraniana não se renderá”, afirmou.

A posição do líder iraniano surge em resposta à escalada de declarações feitas por Trump nas redes sociais. Na terça-feira, 17, o ex-presidente norte-americano publicou mensagens nas quais sugeriu a possibilidade de executar o líder iraniano, além de postar a expressão “RENDIÇÃO INCONDICIONAL!” em relação ao governo de Teerã.

Fontes próximas às discussões em andamento nos Estados Unidos afirmam que Trump e seus assessores analisam opções que incluem a adesão dos EUA a operações militares conduzidas por Israel contra instalações nucleares iranianas. A possibilidade de cooperação militar entre Washington e Tel Aviv tem sido observada com preocupação por diplomatas e autoridades internacionais.

Durante a madrugada de quarta-feira, as Forças Armadas de Israel informaram que aproximadamente 50 aviões de guerra bombardearam cerca de 20 alvos na capital iraniana.

Entre os alvos atingidos, estariam centros de produção de materiais primários, componentes e sistemas relacionados à fabricação de mísseis. Em comunicado, o Exército israelense orientou os civis iranianos a se retirarem de determinadas áreas de Teerã por motivos de segurança.

A ofensiva provocou uma fuga em massa de moradores. As vias expressas de saída da cidade, que abriga cerca de 10 milhões de habitantes, ficaram congestionadas. Relatos obtidos pela agência Reuters indicam deslocamentos em direção a regiões periféricas e turísticas.

Uma moradora identificada como Arezou, de 31 anos, contou que conseguiu deixar a cidade e se abrigar na vizinha Lavasan.

“Ficaremos aqui enquanto essa guerra continuar. A casa da minha amiga em Teerã foi atacada e seu irmão ficou ferido. Eles são civis”, relatou. “Por que estamos pagando o preço pela decisão do regime de buscar um programa nuclear?”, questionou.

Em Israel, sirenes de alerta soaram em resposta aos mísseis de retaliação lançados pelo Irã. Em Ramat Gan, cidade localizada a leste de Tel Aviv, dezenas de pessoas buscaram abrigo na estação ferroviária local, onde colchões, cadeiras improvisadas e garrafas d’água foram distribuídos pela administração municipal.

Tamar Weiss, uma residente da cidade, estava com sua filha de quatro meses no local. “Estou assustado, sobrecarregado. Principalmente porque moro em uma área densamente povoada que parece ser o alvo do Irã e nossa cidade tem prédios muito antigos, sem abrigos e espaços seguros”, disse.

A sequência de ataques e ameaças de escalada militar gerou reações internacionais. O Ministério das Relações Exteriores da Rússia afirmou que o mundo se encontra “a milímetros de uma catástrofe” devido aos ataques sistemáticos contra instalações nucleares localizadas no território iraniano. Moscou também alertou para os riscos de envolvimento direto de potências externas e pediu contenção.

O ministro das Relações Exteriores da Alemanha fez um apelo ao Irã para que forneça garantias concretas de que não está desenvolvendo armas nucleares. Além disso, solicitou que o governo iraniano demonstre disposição para retomar canais diplomáticos de negociação com a comunidade internacional.

O conflito entre Israel e Irã, que já dura quase uma semana, envolve ataques de mísseis, drones e bombardeios aéreos em larga escala. Ambos os lados afirmam estar respondendo a agressões anteriores, sem indicação de cessar-fogo ou recuo estratégico.

Analistas indicam que a recusa do Irã em aceitar termos impostos pelos Estados Unidos e a expansão das operações militares israelenses devem prolongar o impasse. A ausência de interlocução direta entre as partes envolvidas e as ameaças de intervenção externa contribuem para a deterioração do quadro.

Representantes de organismos multilaterais avaliam a possibilidade de convocação de uma nova sessão extraordinária no Conselho de Segurança das Nações Unidas. A intenção é buscar uma resolução conjunta para reduzir a intensidade do conflito e evitar danos colaterais à população civil.

Enquanto isso, cidades iranianas continuam em estado de alerta, com deslocamentos populacionais e aumento do controle militar em zonas urbanas. Em Israel, as operações defensivas seguem ativas e novas ações ofensivas não foram descartadas pelas autoridades de segurança.

Com informações da Reuters

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