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Globo defende abertamente ataque dos EUA e Israel a soberania do Irã

O jornal O Globo publicou nesta segunda-feira, 23 de junho, um editorial defendendo a recente ofensiva militar dos Estados Unidos contra o Irã. O texto, intitulado “Ataque americano redefine o futuro do Oriente Médio”, foi divulgado após o bombardeio de instalações nucleares iranianas por forças norte-americanas, em uma operação conduzida sob ordens do presidente Donald […]

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O jornal O Globo publicou nesta segunda-feira, 23 de junho, um editorial defendendo a recente ofensiva militar dos Estados Unidos contra o Irã. O texto, intitulado “Ataque americano redefine o futuro do Oriente Médio”, foi divulgado após o bombardeio de instalações nucleares iranianas por forças norte-americanas, em uma operação conduzida sob ordens do presidente Donald Trump.

O conteúdo do editorial indica apoio à ação militar e aponta que, com os ataques, “o mundo está mais seguro”. O jornal afirma que parte do programa nuclear iraniano foi destruída, baseando-se em declarações feitas pelo presidente dos Estados Unidos. A publicação também atribui à ofensiva o mérito de ter “redefinido o equilíbrio regional”.

No texto, o jornal classifica como “correta” a decisão de Trump de ordenar o bombardeio de instalações como a usina de Fordow, localizada em uma área montanhosa, além de outros locais subterrâneos, como Natanz e Isfahan.

As estruturas citadas são reconhecidas pelo governo iraniano como centrais para a produção de energia com fins civis. Segundo especialistas internacionais, o Irã mantém seu programa nuclear sob monitoramento da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e é signatário do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP).

O editorial não menciona que Israel, aliado dos Estados Unidos na operação, não é signatário do TNP e tampouco reconhece oficialmente a posse de armamento nuclear, embora agências de inteligência internacionais indiquem que o país possui um arsenal considerável. O texto de O Globo também não apresenta questionamentos sobre a legalidade da ação ou possíveis violações ao direito internacional.

Ao replicar declarações da administração Trump sem ressalvas, o jornal reforça a versão oficial de Washington. O editorial afirma que o programa nuclear iraniano foi “completamente destruído” e sugere que o Irã deveria “aceitar a derrota e negociar um cessar-fogo”.

A sugestão, feita nos termos do texto, apresenta o conflito como uma disputa simétrica entre dois exércitos regulares, ignorando a disparidade entre as forças militares envolvidas e o fato de o Irã ter sido alvo de uma ofensiva unilateral por parte de uma potência nuclear.

No mesmo texto, O Globo reconhece o uso de armamento de última geração pelos Estados Unidos, utilizado para atingir alvos subterrâneos. A publicação também considera que uma possível retaliação iraniana será limitada, sem abordar os riscos que envolvem os cerca de 40 mil militares norte-americanos posicionados em bases espalhadas por países do Golfo Pérsico.

A análise contida no editorial omite antecedentes históricos de operações semelhantes, como as intervenções no Iraque e no Afeganistão. Essas ações militares, também iniciadas de forma unilateral, resultaram em prolongadas instabilidades políticas, sociais e econômicas, com reflexos contínuos na geopolítica regional.

O texto também não aborda os impactos humanitários potenciais do ataque, tampouco questiona os efeitos que ações militares desse tipo podem gerar para populações civis. Ao adotar o ponto de vista dos governos norte-americano e israelense, o jornal não propõe uma alternativa diplomática, nem aponta caminhos para a resolução pacífica do conflito.

Especialistas em relações internacionais apontam que o editorial reflete o posicionamento de setores que defendem ações preventivas como forma de conter o avanço de programas nucleares em países do Oriente Médio. No entanto, também alertam para o risco de que esse tipo de abordagem contribua para o enfraquecimento de instituições multilaterais e estimule novas tensões em uma região marcada por décadas de instabilidade.

O posicionamento editorial gerou reações entre analistas políticos e jornalistas especializados, que destacaram a ausência de ponderação diante de uma operação militar de grande escala. A publicação ocorre em um contexto de aumento das tensões entre Teerã e Washington, agravadas após o rompimento dos compromissos assumidos no Acordo Nuclear de 2015, abandonado unilateralmente pelos Estados Unidos em 2018.

A manifestação do jornal também repercutiu em fóruns internacionais, onde cresce a preocupação com a possibilidade de novos confrontos na região e o impacto que isso pode ter em temas como o fornecimento global de energia e os fluxos migratórios. Observadores da Organização das Nações Unidas indicam que qualquer escalada adicional no conflito pode ter consequências imprevisíveis, especialmente se envolver o uso de armamentos de alta destruição.

O editorial publicado por O Globo destaca-se por endossar uma ação armada em um cenário internacional complexo, sem abordar os riscos geopolíticos associados ou considerar alternativas baseadas no diálogo entre as partes envolvidas. Em vez de promover a mediação ou a análise crítica, o jornal optou por respaldar uma estratégia de ataque, com foco na destruição de alvos considerados estratégicos pelos Estados Unidos e Israel.

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