A dívida bruta do Brasil como proporção do Produto Interno Bruto (PIB) subiu para 76,6% em junho de 2025, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (1º) pelo Banco Central. O aumento ocorre em meio a um déficit primário acima do previsto no setor público consolidado, que totalizou R$ 47,091 bilhões no mês.
O percentual representa alta em relação ao mês anterior, quando a dívida bruta correspondia a 76,1% do PIB. A dívida líquida do setor público também registrou elevação, alcançando 62,9% do PIB, contra 62,0% em maio.
O déficit primário de junho superou as expectativas do mercado. Analistas consultados em pesquisa da Reuters estimavam um saldo negativo de R$ 40,9 bilhões. O resultado representa uma piora nas contas públicas, reforçando a tendência de pressão fiscal observada nos últimos meses.
Déficit do governo central lidera resultado negativo
O governo central — que inclui Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social — respondeu pela maior parte do déficit primário no mês, com saldo negativo de R$ 43,527 bilhões.
Governos estaduais e municipais também encerraram o mês com saldo negativo. O déficit combinado dessas esferas foi de R$ 954 milhões. Já as empresas estatais registraram déficit de R$ 2,610 bilhões, contribuindo para o resultado consolidado desfavorável.
O déficit primário ocorre quando as despesas do setor público superam as receitas, desconsiderando os gastos com juros da dívida. É considerado um dos principais indicadores da sustentabilidade fiscal de um país, sendo acompanhado de perto por investidores, agências de classificação de risco e autoridades econômicas.
Acúmulo no semestre e trajetória da dívida
No acumulado do primeiro semestre de 2025, o setor público consolidado acumula déficit primário de R$ 79,3 bilhões, segundo o Banco Central. Esse valor representa 0,76% do PIB estimado para o ano.
O avanço da dívida bruta reflete, além dos déficits sucessivos, outros fatores como o pagamento de juros nominais, variações cambiais e operações com ativos do governo. O aumento contínuo do indicador coloca pressão sobre a trajetória da dívida e sobre a credibilidade da política fiscal, especialmente em um contexto de desaceleração do crescimento econômico e aumento de gastos públicos.
Contexto fiscal e expectativa do mercado
O resultado divulgado pelo Banco Central ocorre em meio a discussões sobre a revisão das metas fiscais e a sustentabilidade do novo arcabouço fiscal adotado pelo governo federal. A regra prevê uma trajetória de resultado primário que permita estabilizar a relação dívida/PIB ao longo dos próximos anos.
Economistas ouvidos por instituições financeiras têm alertado que o cumprimento da meta de déficit zero para 2025 — anunciada pelo governo — dependerá do controle de gastos e de uma arrecadação robusta. A frustração de receitas e a manutenção de despesas elevadas poderiam comprometer esse objetivo.
A piora no resultado de junho e a alta da dívida bruta também devem influenciar a avaliação de agências de rating sobre a situação fiscal do Brasil. Embora o país tenha obtido melhorias recentes em sua nota de crédito por algumas dessas agências, a tendência dependerá da continuidade de medidas fiscais efetivas.
Próximos dados e sinalizações
O Ministério da Fazenda deve se pronunciar nos próximos dias sobre as medidas que serão tomadas para mitigar o avanço da dívida e conter o desequilíbrio fiscal. A equipe econômica, liderada pelo ministro Fernando Haddad, tem defendido que o governo está comprometido com a disciplina fiscal, mas enfrenta pressões políticas e demandas sociais crescentes.
O próximo relatório bimestral de receitas e despesas, previsto para agosto, poderá trazer ajustes nas estimativas de arrecadação e gastos, o que poderá afetar a projeção de cumprimento da meta fiscal para o ano.
Enquanto isso, o mercado segue monitorando os dados do Tesouro Nacional, das contas externas e os indicadores de inflação, além das decisões do Comitê de Política Monetária (Copom), que influenciam diretamente o custo do serviço da dívida pública brasileira.


Kleiton
31/07/2025 - 12h00
O futro dos jovens esta sendo jogado no lixo, a populaçào invelheçe e a divida publica sò aumenta.
O Brasil é um pais completamente falido sòb todos os pontos de vista e a unica coisa que deve ser feita pelos jovens é ir embora.