Mino Carta, jornalista responsável pela criação de alguns dos mais importantes veículos do país, morreu nesta terça-feira (2), em São Paulo, aos 91 anos. Internado havia duas semanas no Hospital Sírio-Libanês, ele não resistiu a complicações de saúde. A causa da morte não foi divulgada.
Nascido em Gênova, na Itália, em 1933, Mino chegou ao Brasil ainda criança após seus pais, também jornalistas, serem perseguidos pelo regime fascista de Mussolini. Foi um dos fundadores do Jornal da Tarde em 1966, da revista Veja em 1968, da IstoÉ em 1976 e do Jornal da República em 1979, que teve curta duração. Em 1994, lançou a CartaCapital, publicação que dirigiu até os últimos anos e que se tornou referência no debate político e econômico nacional.
Ao longo de mais de seis décadas de atividade, Mino Carta se destacou pela capacidade de estruturar redações, formar equipes e propor novos modelos de reportagem e análise, sempre atento ao papel da imprensa no debate público. Além da atuação em jornais e revistas, também se dedicou à literatura, publicando livros como O Castelo de Âmbar (2000), romance em que mescla memória e ficção, A Sombra do Silêncio (2003), relato de forte cunho autobiográfico, e A Sombra do Poder (2019), em que revisita sua experiência na imprensa e analisa as relações entre mídia e política no Brasil. Foi ainda autor de Minhocarta – O Brasil (2012), livro em que expõe sua visão crítica do país. Fora da escrita, cultivava também a pintura, com obras expostas em diversas galerias do Brasil.


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