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Caso Master: relatos indicam interesse de Moraes em decisões do BC e investigações da PF

Novos elementos divulgados pela jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, ampliaram o debate em torno da atuação do ministro Alexandre de Moraes no episódio que envolve o Banco Master. Segundo a colunista, banqueiros e autoridades em Brasília relatam que o magistrado teria demonstrado interesse não apenas em decisões do Banco Central do Brasil relacionadas […]

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Novos elementos divulgados pela jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, ampliaram o debate em torno da atuação do ministro Alexandre de Moraes no episódio que envolve o Banco Master. Segundo a colunista, banqueiros e autoridades em Brasília relatam que o magistrado teria demonstrado interesse não apenas em decisões do Banco Central do Brasil relacionadas à instituição financeira, mas também no andamento das investigações conduzidas pela Polícia Federal.

De acordo com a coluna, essas informações estariam circulando entre integrantes do sistema financeiro e autoridades federais. Relatos atribuem a membros da própria Polícia Federal a afirmação de que Alexandre de Moraes teria manifestado atenção especial ao caso, assunto que, ainda segundo a apuração, já teria chegado à cúpula da corporação. Até o momento, não há confirmação oficial de que o ministro tenha feito solicitações formais à PF sobre o andamento das investigações.

Contexto da crise do Banco Master

O episódio envolve a atuação do Banco Master, que entrou em evidência após a prisão de seu presidente, Daniel Vorcaro, em novembro, em operação da Polícia Federal. Na sequência, o Banco Central decretou a liquidação da instituição, decisão que intensificou a repercussão do caso no meio político e financeiro.

A situação ganhou novos contornos após reportagens indicarem possíveis pressões relacionadas à tentativa de venda do Banco Master ao Banco de Brasília (BRB). O tema passou a ser acompanhado de perto por agentes do mercado e autoridades públicas, em razão do impacto potencial sobre o sistema financeiro e do envolvimento de diferentes órgãos reguladores e de investigação.

Possível conflito de interesses entra no debate

O caso passou a ser analisado também sob a ótica de eventuais conflitos de interesse. Isso porque Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro do Supremo Tribunal Federal, atua como advogada do Banco Master. Reportagem publicada pelo O Globo revelou que o escritório de advocacia dela firmou contrato com a instituição financeira no valor de R$ 129 milhões, o que intensificou questionamentos sobre a proximidade entre o ministro e interesses privados ligados ao banco.

Embora não haja, até o momento, decisão judicial que aponte irregularidade nessa relação profissional, o fato passou a ser citado por analistas e parlamentares como elemento sensível, especialmente diante da posição institucional de Alexandre de Moraes no Supremo e de sua influência em temas de grande repercussão nacional.

Reportagem aponta suposta pressão sobre o Banco Central

Nesta semana, a colunista Malu Gaspar, também de O Globo, publicou reportagem afirmando que Alexandre de Moraes teria pressionado o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, em defesa de interesses do Banco Master. Segundo o texto, o ministro teria feito ao menos três ligações telefônicas para questionar o andamento da operação de venda do banco ao BRB, além de participar de uma reunião presencial.

A publicação descreve que os contatos teriam ocorrido em momentos decisivos do processo, o que levantou suspeitas de tentativa de interferência indevida. A reportagem reforçou a discussão sobre a separação entre a atuação institucional de um ministro do Supremo e eventuais interesses privados relacionados a familiares.

Moraes nega interferência e apresenta versão oficial

Alexandre de Moraes nega qualquer tipo de pressão ou interferência no caso. Em nota divulgada pelo Supremo Tribunal Federal, o ministro afirmou que os contatos mantidos com o presidente do Banco Central trataram exclusivamente das sanções impostas a ele pela Lei Magnitsky, legislação norte-americana que permite punições a indivíduos acusados de violações de direitos humanos ou corrupção.

Segundo o comunicado, “inexistiu qualquer ligação telefônica entre ambos, para esse ou qualquer outro assunto”, e o ministro sustenta que jamais esteve no Banco Central para tratar da operação envolvendo o Banco Master. A nota afirma ainda que o escritório de advocacia de sua esposa “jamais atuou na operação de aquisição BRB-Master perante o Banco Central”.

Na íntegra da manifestação, Alexandre de Moraes declarou que realizou duas reuniões em seu gabinete com o presidente do Banco Central, ambas relacionadas exclusivamente aos efeitos da aplicação da Lei Magnitsky. A primeira teria ocorrido em 14 de agosto, após a sanção inicial, e a segunda em 30 de setembro, depois que a lei também foi aplicada à sua esposa, em 22 de setembro. “Em nenhuma das reuniões foi tratado qualquer assunto ou realizada qualquer pressão referente à aquisição do BRB pelo Banco Master”, afirmou.

Repercussão e próximos desdobramentos

As revelações publicadas por colunistas de diferentes veículos ampliaram a repercussão do caso e aumentaram a pressão por esclarecimentos adicionais. Nos bastidores de Brasília, o episódio é acompanhado com cautela por integrantes do Judiciário, do Executivo e do sistema financeiro, diante do potencial de desgaste institucional.

Até o momento, não há anúncio de abertura de investigação formal sobre a conduta do ministro, nem confirmação de irregularidades por parte dos órgãos competentes. Ainda assim, a combinação de interesses financeiros, decisões regulatórias e investigações policiais mantém o caso em evidência e alimenta debates sobre transparência, conflitos de interesse e os limites da atuação institucional de autoridades públicas.

O desfecho dependerá do avanço das investigações sobre o Banco Master, da análise de eventuais responsabilidades administrativas e da capacidade das instituições envolvidas de esclarecer os fatos diante da opinião pública.

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