Uma investigação conduzida pelo site Metrópoles, através dos jornalistas Arthur Guimarães e Isadora Teixeira, apontou a participação de Renato de Araújo Corrêa, empreiteiro com histórico de contratos lucrativos com o governo, na reforma da casa de praia do ex-presidente Jair Bolsonaro, localizada em Angra dos Reis, Rio de Janeiro.
Corrêa, que havia arrematado licitações governamentais somando quase R$ 17 milhões em uma única semana, foi identificado coordenando as obras no imóvel de Bolsonaro, conforme relatos de vizinhos que preferiram não se identificar.
Um vídeo divulgado pela reportagem registra Bolsonaro, em um evento em Angra dos Reis, mencionando a reforma de sua propriedade e indicando Corrêa, presente no evento, como responsável pelos custos. Corrêa, por sua vez, nega ter executado a obra, atribuindo a realização a uma empresa terceirizada, cujo nome afirmou não recordar.
Além disso, a investigação revela que a propriedade de Bolsonaro, após a reforma, incluiu melhorias robustas como substituição de pisos, reparos no telhado, renovação de esquadrias, demolição e reconstrução de paredes, além de pintura interna e externa. Antes das alterações, o valor estimado do imóvel era de aproximadamente R$ 1 milhão.
O ex-presidente, em entrevista à Folha de São Paulo, alegou possuir todas as notas fiscais da reforma, financiada com recursos próprios. Contudo, detalhes sobre o custo total da reforma e a participação exata das empresas envolvidas permanecem não divulgados.
As empresas de Renato também foram mencionadas em projetos de reforma no aeroporto de Angra dos Reis em 2022, uma iniciativa frequentemente associada aos filhos de Bolsonaro, que expressam o desejo de transformar a região em um ponto turístico comparável ao Caribe.
No final de janeiro, a Polícia Federal realizou uma operação de busca e apreensão na residência de Bolsonaro em Angra dos Reis, como parte de uma investigação sobre milícias digitais.
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