Trump é um mentiroso.
Em mais uma de suas declarações chocantemente ofensivas e inverídicas, o presidente americano chamou o Brasil de “parceiro comercial horrível” e afirmou que os Estados Unidos têm prejuízo no comércio bilateral com o país. As declarações provocaram uma resposta dura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que classificou as afirmações como “mentira”.
Os dados oficiais do US Census Bureau, ou departamento de estatística do próprio governo americano, contradizem completamente Trump.
A realidade dos números
O Brasil é o terceiro país com o qual os Estados Unidos têm o maior superávit comercial no mundo. Fica atrás apenas dos Países Baixos (Holanda) e do Reino Unido (Inglaterra).
No primeiro semestre de 2025, os americanos registraram um superávit de US$ 3,6 bilhões apenas com o Brasil. Enquanto isso, acumulam déficits bilionários com China (US$ 121,4 bilhões), México (US$ 98,3 bilhões) e Alemanha (US$ 39,7 bilhões).
É importante observar que Holanda e Reino Unido são países com populações muito menores que a brasileira. Se considerarmos o comércio de serviços digitais – Netflix, Google, Uber, ChatGPT -, o Brasil provavelmente saltaria para a primeira posição como parceiro comercial mais lucrativo para os Estados Unidos.
A população brasileira consome esses serviços americanos em volumes muito superiores aos países europeus.
Brasil compra cada vez mais dos EUA
As exportações americanas para o Brasil apresentam crescimento impressionante. Em julho de 2025, os Estados Unidos venderam US$ 4,3 bilhões em produtos para o Brasil – o maior valor da série histórica. Em janeiro de 2023, esse valor era de US$ 3,1 bilhões.
Os dados mostram uma tendência consistente de alta nos últimos dois anos. As vendas americanas para o Brasil saltaram de uma média de US$ 3,2 bilhões mensais para mais de US$ 4 bilhões.
A participação do Brasil nas exportações totais dos Estados Unidos também cresce. Passou de 2,21% em janeiro de 2024 para 2,48% em junho de 2025.
Enquanto isso, a Argentina de Milei, favorecida por Trump com a tarifa base de 10%, tem reduzido sua participação nos últimos meses.
Onde estão os empresários brasileiros para desmentir Trump publicamente? Eles estão comprando produtos americanos em volumes recordes. Deveriam vir a público denunciar as mentiras do presidente americano.
As tarifas brasileiras são baixíssimas
O ministro da Indústria e vice-presidente Geraldo Alckmin revelou dados que destroem outra mentira de Trump. Durante apresentação do programa Brasil Soberano, Alckmin informou que dos 10 principais produtos exportados pelos Estados Unidos para o Brasil, oito têm tarifa zero.
A tarifa média de todos os produtos americanos no Brasil é de apenas 2%. Trump alega que o país cobra “tarifas tremendas” dos americanos e quer impor tarifas de 50% ao Brasil em retaliação.
Os números mostram que a acusação é completamente falsa.
Trump já recuou em 60% sem Lula ceder nada
Lula não cedeu em nada, mas Trump já abriu mão de tarifas sobre a maioria (62%) dos produtos brasileiros. Isso demonstra a importância do mercado brasileiro para os Estados Unidos e contradiz completamente a narrativa de “parceiro horrível”.
Se o Brasil fosse realmente um mau parceiro comercial, por que os americanos isentaram voluntariamente mais da metade dos produtos brasileiros de tarifas?
Quem paga as tarifas são os americanos
São os americanos que pagam as tarifas, não o Brasil. O mecanismo é simples: o importador americano paga a tarifa ao governo americano e repassa o custo para o consumidor final.
O Brasil é prejudicado porque seus produtos ficam mais caros para o consumidor americano, reduzindo a demanda. Mas quem desembolsa o dinheiro da tarifa é sempre o lado americano.
Trump tenta manipular a opinião pública sugerindo que importadores americanos e exportadores brasileiros vão “absorver” o aumento das tarifas, mantendo os preços estáveis para o consumidor.
No mercado global atual, com margens apertadas devido à intensa competição, ninguém tem folga financeira para absorver tarifas de 50%. O impacto será direto no preço final.
Os produtos brasileiros que ainda mantêm tarifas são principalmente carne moída para hambúrguer e café. Ambos são produtos básicos na mesa americana, profundamente enraizados na cultura do país.
Déficit é normal no comércio internacional
Mesmo se o Brasil tivesse déficit comercial com os Estados Unidos – o que não tem -, isso seria perfeitamente normal nas relações comerciais internacionais.
Trump confunde déficit comercial com algum tipo de trapaça ou problema comercial. Países têm superávit com uns, déficit com outros. É assim que funciona o comércio global. Não há nada de errado nisso.
Se fosse ao contrário, o Brasil poderia acusar os Estados Unidos de serem um “parceiro horrível” por causa do déficit. Mas o Brasil não faz isso, porque entende que déficits e superávits são naturais no comércio internacional.
A tentativa de Trump de transformar relações comerciais normais em questão de segurança nacional ou trapaça revela sua completa ignorância sobre como funciona o comércio global.
Trump será obrigado a recuar
Trump será obrigado a recuar quando os consumidores americanos sentirem o aumento de preço no bolso.
A carne moída brasileira abastece as redes de fast-food americanas. O café brasileiro está presente na mesa de milhões de americanos todas as manhãs.
Trump mente, e as suas mentiras ficarão cada vez mais evidentes ao longo dos próximos dias e semanas.






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