Trump adota tom mais conciliatório sobre a China, e Wall Street reage com alta enquanto investidores aguardam resultados trimestrais
Os mercados de Wall Street estavam preparados para iniciar a semana em alta nesta segunda-feira, após a retração registrada na última sexta-feira, com os investidores se sentindo mais confiantes diante do tom mais moderado do presidente Donald Trump em relação à China. O movimento reflete uma redução nas preocupações com uma possível escalada nas tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo.
O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, afirmou em entrevista à Fox Business Network que Trump deve se encontrar em breve com seu colega chinês durante a reunião na Coreia do Sul, enquanto ambos os países buscam diminuir as tensões comerciais.
Na semana passada, as relações comerciais se complicaram depois que a China expandiu controles sobre exportações de terras raras, essenciais para a indústria tecnológica. Como resposta, Trump anunciou na sexta-feira a intenção de aplicar uma tarifa adicional de 100% sobre produtos chineses importados pelos EUA, além de novos controles sobre softwares críticos fabricados no país. A medida provocou perdas significativas, fazendo com que S&P 500 e Nasdaq registrassem seus maiores recuos semanais em meses, interrompendo uma sequência de ganhos.
No fim de semana, porém, Trump adotou uma postura mais conciliatória, afirmando que “tudo ficará bem” e que os EUA não desejam “prejudicar” a China. Pequim, por sua vez, responsabilizou os EUA pela escalada, mas não implementou novas medidas retaliatórias, contribuindo para um ambiente de menor tensão nos mercados.
“A combinação de lucros, Israel e a paz, e o fato de que algum tipo de acordo será eventualmente fechado com a China em termos comerciais, deve ser uma proteção para o mercado”, comentou Peter Cardillo, economista-chefe da Spartan Capital Securities.
Impactos do cenário internacional
Além das questões comerciais, o Oriente Médio trouxe notícias positivas: o Hamas entregou o primeiro grupo de reféns israelenses sobreviventes, marcando um avanço significativo no cessar-fogo em Gaza, iniciativa impulsionada por Trump. O evento contribuiu para aumentar o otimismo entre investidores preocupados com riscos geopolíticos.
Às 8h26 (horário do leste dos EUA), os E-minis indicavam uma abertura robusta:
- Dow Jones avançava 366 pontos (0,8%)
- S&P 500 subia 74,75 pontos (1,13%)
- Nasdaq 100 ganhava 419,5 pontos (1,72%)
Temporada de lucros sob atenção
Outro foco do mercado nesta semana é o início da temporada de resultados trimestrais, especialmente no setor bancário. JPMorgan Chase, Goldman Sachs, Citigroup e Wells Fargo devem divulgar seus números já na terça-feira. O crescimento esperado do lucro do S&P 500 no terceiro trimestre é de 8,8% em relação ao ano passado, frente aos 13,8% registrados no trimestre anterior, segundo dados do LSEG I/B/E/S.
Essa temporada será um teste crucial para Wall Street, oferecendo sinais sobre a economia real em um momento de atraso na divulgação de dados oficiais devido à paralisação do governo, que já se estende pelo 13º dia consecutivo.
Ações em destaque no pré-mercado
No pré-mercado, as principais ações conhecidas como “Sete Magníficas” registravam ganhos após a queda da última sexta-feira:
- Nvidia (NVDA) subiu 2,8%
- Tesla (TSLA) avançou 2,5%
- JPMorgan (JPM) ganhou 1,2%, impulsionada pelo anúncio de um plano de investimento estratégico de US$ 1,5 trilhão
- Oracle (ORCL) teve alta de 1,7% após aumento de meta de preço por duas corretoras
- Estée Lauder (EL) cresceu 4,6% com atualização de classificação do Goldman Sachs
- Rocket Lab (RKLB) subiu 6,8% depois que o Morgan Stanley elevou sua avaliação
O otimismo em torno da inteligência artificial e as expectativas de possíveis cortes de juros nos EUA seguem sustentando o mercado, reforçando a confiança dos investidores após semanas de tensão.
Nesta segunda-feira, portanto, Wall Street inicia a semana com bom humor e sinais de recuperação, enquanto operadores acompanham de perto as negociações comerciais entre EUA e China, os primeiros resultados trimestrais e os desdobramentos geopolíticos em Gaza.


Nenhum comentário ainda, seja o primeiro!