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Mercado se rende a Lula, reage com otimismo à queda da gasolina e prevê inflação dentro da meta

O mercado financeiro recebeu com otimismo a redução de R$ 0,14 no preço da gasolina anunciada pela Petrobras e a queda nas projeções de inflação do Boletim Focus, divulgado nesta terça-feira (21) pelo Banco Central. A reação positiva foi destacada na coluna da jornalista Amanda Klein, que relatou um clima de alívio entre economistas e […]

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Foto: Ricardo Stuckert/SECOM

O mercado financeiro recebeu com otimismo a redução de R$ 0,14 no preço da gasolina anunciada pela Petrobras e a queda nas projeções de inflação do Boletim Focus, divulgado nesta terça-feira (21) pelo Banco Central. A reação positiva foi destacada na coluna da jornalista Amanda Klein, que relatou um clima de alívio entre economistas e investidores diante da sinalização de maior estabilidade macroeconômica para os próximos anos.

Inflação mais próxima da meta e expectativas controladas

Segundo o levantamento do Banco Central, a estimativa do mercado para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) — principal indicador da inflação — caiu de 4,72% para 4,70% em 2025. Para 2026, a projeção recuou de 4,28% para 4,27%. Já as expectativas para 2027 e 2028 foram mantidas em 3,83% e 3,6%, respectivamente.

O centro da meta de inflação para 2025 é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual, ou seja, até 4,5%. A leitura predominante entre analistas é que a inflação deve encerrar o ano dentro do limite do intervalo de meta, em linha com o comportamento mais favorável dos preços e da atividade econômica.

“Estamos com 4,8% (de projeção) para este ano, mas devemos revisar um pouco para baixo. Assim, aumentam as chances de ficar no limite da meta, ainda que não se possa afirmar com muita clareza”, afirmou Silvio Campos Neto, sócio e economista-sênior da Tendências Consultoria.


Expectativa de corte de juros em 2026

Para Campos Neto, o foco do Comitê de Política Monetária (Copom) já se desloca para 2026 e 2027, períodos em que o Banco Central espera consolidar a trajetória de desinflação.

“Esperamos o início da queda de juros em janeiro, com risco de ficar para março. Os juros devem cair até 12,5% no ano que vem — hoje a Selic está em 15%”, projetou o economista.


O alívio gradual da inflação e a perspectiva de desaceleração da atividade reforçam a aposta de que o ciclo de aperto monetário está chegando ao fim, o que pode impulsionar investimentos e ampliar o consumo no segundo semestre de 2025.

XP vê inflação abaixo de 4,5% nos próximos meses

Na XP Investimentos, o cenário também é considerado positivo. O economista Alexandre Maluf avalia que o IPCA deve ficar abaixo de 4,5% ainda em 2025.

“Estamos oficialmente com projeção de 4,7%, mas na nossa planilha já temos 4,57%. Vamos esperar o IPCA-15 de outubro (que sai na sexta) para atualizar”, afirmou.


Maluf observa, contudo, que os serviços continuam como principal foco de atenção, já que o segmento roda em torno de 6,8% nos últimos 12 meses, pressionado pelo mercado de trabalho aquecido e pelos estímulos fiscais de governos estaduais e federal em ano eleitoral.

“Já temos um mercado de trabalho robusto. Quando aumentam os gastos sobre uma base com ociosidade baixa, isso se reverte em inflação”, explicou.


Alimentos e commodities ajudam a conter preços

A super safra agrícola e a queda nas commodities internacionais são apontadas como fatores decisivos para frear a inflação dos alimentos, o item de maior peso no orçamento das famílias.

Segundo dados do IBGE, a inflação dos alimentos no domicílio acumula alta de apenas 1,7% de janeiro a setembro de 2025, contra 3,8% no mesmo período do ano passado.

Maluf acrescenta que a tendência deve continuar em 2026, com condições climáticas favoráveis e normalização dos preços do café e da soja.

“Para 2026, a previsão é de safra grande e clima favorável, com normalização do preço do café”, destacou o economista da XP.


Crescimento econômico segue moderado, mas consistente

O Boletim Focus também mostrou otimismo moderado com o crescimento do PIB. A projeção para 2025 subiu de 2,16% para 2,17%, enquanto as expectativas para 2026, 2027 e 2028 ficaram em 1,8%, 1,82% e 2%, respectivamente.

O desempenho recente da economia dá sustentação a essa visão. O PIB cresceu 0,4% no segundo trimestre de 2025, impulsionado pelos setores de serviços e indústria. Em 2024, o crescimento acumulado foi de 3,4%, marcando o quarto ano consecutivo de expansão — o melhor resultado desde 2021, quando a economia avançou 4,8%.

“A melhora gradual da inflação e o consumo estável sustentam a expansão, ainda que o crédito siga caro”, explicou um gestor ouvido pela coluna.


Dólar e perspectivas cambiais

No câmbio, o mercado manteve expectativas estáveis. O dólar deve encerrar 2025 cotado a R$ 5,45 e subir ligeiramente para R$ 5,50 em 2026.

Essa leve valorização reflete a previsão de desaceleração global e o reposicionamento das exportações brasileiras diante da volatilidade dos preços internacionais de commodities.

Confiança do mercado e desafios à frente

A combinação entre queda de preços de combustíveis, melhora nas projeções inflacionárias e estabilidade do PIB ajudou a reforçar a confiança dos investidores nas últimas semanas. A avaliação geral é que o ambiente econômico tende a permanecer mais previsível, com espaço para avanços graduais na política monetária e fiscal.

Ainda assim, economistas alertam para riscos fiscais e pressões de gastos públicos, especialmente no contexto eleitoral de 2026.

“A desaceleração da inflação é um bom sinal, mas o equilíbrio fiscal será determinante para consolidar essa tendência”, resume Campos Neto.


📊 Principais dados do Boletim Focus (21/10/2025):

Inflação (IPCA): 2025 – 4,70%; 2026 – 4,27%; 2027 – 3,83%; 2028 – 3,6%

PIB: 2025 – 2,17%; 2026 – 1,8%; 2027 – 1,82%; 2028 – 2,0%

Selic atual: 15% ao ano

Previsão de Selic para 2026: 12,5%

Dólar: R$ 5,45 (2025); R$ 5,50 (2026)

Inflação de alimentos (jan–set/2025): +1,7%

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Comentários

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Luiz Claudio

24/10/2025 - 05h59

Infração não era pro Centro da meta esse ano? Kkkkkk Vai ficar acima.

O petróleo caiu quase 8% no mês e a Petrobras reduziu 4% e o mercado se rendeu ao Lula?

Essa aprendeu economia com Miriam e Taxad….hahaha


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