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Bolsonaro admite em vídeo ter usado ‘ferro quente’ para tentar arrancar tornozeleira eletrônica antes de ser preso pela PF

Um vídeo que circula nas redes sociais neste sábado (21) mostra o ex-presidente Jair Bolsonaro afirmando que tentou arrancar    tornozeleira eletrônica utilizando um ferro quente. A gravação ocorreu após sua prisão preventiva, executada pela Polícia Federal (PF) na manhã de hoje em cumprimento a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). […]

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Um vídeo que circula nas redes sociais neste sábado (21) mostra o ex-presidente Jair Bolsonaro afirmando que tentou arrancar    tornozeleira eletrônica utilizando um ferro quente. A gravação ocorreu após sua prisão preventiva, executada pela Polícia Federal (PF) na manhã de hoje em cumprimento a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Nas imagens, Bolsonaro conversa com uma agente de segurança e descreve o material que teria usado ao danificar o equipamento. “Meti um ferro quente. Curiosidade… Foi ferro de soldar”, afirma. Questionado se havia tentado romper a pulseira da tornozeleira, ele responde que não tentou romper o dispositivo, mas confirma ter tentado removê-lo ao aplicar calor.

A declaração pública ocorre poucas horas depois de ter sido detido, em uma das fases mais tensas das investigações envolvendo sua atuação após o término do mandato. A PF informou, em nota divulgada pela manhã, que cumpriu um mandado de prisão preventiva expedido pelo STF. A decisão baseou-se em elementos apresentados pela corporação indicando risco de obstrução de Justiça e possibilidade de fuga, além da verificação de “tentativa de violar a tornozeleira eletrônica”.

Prisão preventiva e decisão do STF

A ordem de prisão foi assinada pelo ministro Alexandre de Moraes e faz referência a uma reunião programada de apoiadores do ex-presidente, que, segundo o despacho, poderia gerar tumultos e facilitar “eventual tentativa de fuga do réu”. A decisão também destacou que Bolsonaro teria tentado interferir nas condições impostas ao monitoramento eletrônico, ponto que se tornou mais evidente com o vídeo divulgado neste sábado.

Bolsonaro foi condenado em setembro a mais de 27 anos de prisão por liderar a trama relacionada à tentativa de golpe de Estado, processo que resultou em sua inelegibilidade e em diferentes medidas cautelares. Entre elas estava o uso obrigatório de tornozeleira eletrônica.

A prisão preventiva é uma medida cautelar aplicada quando há indícios de que o investigado pode comprometer o andamento do processo. Nas investigações que envolvem o ex-presidente, a PF argumentou que existiam elementos suficientes para justificar a medida, incluindo tentativas de mobilização de apoiadores em contextos que poderiam dificultar a ação policial.

Vídeo reforça tese de violação do equipamento

O conteúdo do vídeo divulgado nas redes sociais apresenta detalhes que, para investigadores, se somam a documentos já encaminhados ao STF sobre manipulação do equipamento de monitoramento. Ao relatar que utilizou um “ferro de soldar”, Bolsonaro confirma, na prática, que teria tentado alterar a integridade da tornozeleira eletrônica.

A PF vinha monitorando o dispositivo desde que o equipamento registrou sinais de dano. Dados técnicos indicam que a tornozeleira apresentou falhas atribuídas à exposição a altas temperaturas. O vídeo torna pública uma parte das circunstâncias que já eram objeto de análise interna da corporação.

Além de registrar a tentativa de danificar o material, o vídeo evidencia que a ação ocorreu antes do cumprimento do mandado. Investigadores avaliam que o ato pode ser enquadrado como tentativa de obstrução, já que interferir em mecanismos de monitoramento pode comprometer a fiscalização de medidas impostas pela Justiça.

Reação política e implicações jurídicas

A difusão do vídeo deve intensificar debates no meio político e jurídico sobre o comportamento do ex-presidente sob medidas cautelares. A tentativa de violar a tornozeleira pode ser considerada agravante e dificultar pedidos de revogação da prisão preventiva apresentados por sua defesa.

A base política do ex-presidente tende a reagir ao episódio nas próximas horas, enquanto integrantes do governo e parlamentares alinhados ao STF já começaram a se manifestar sobre o caso. A divulgação pública deve intensificar a discussão sobre o cumprimento de decisões judiciais e sobre a conduta de investigados submetidos a monitoramento eletrônico.

Especialistas em direito penal afirmam que a tentativa de danificar o equipamento pode ser interpretada como descumprimento de decisão judicial, o que reforça a legitimidade para aplicação da medida cautelar. No caso específico de monitoramento eletrônico, qualquer tentativa de interferência aciona mecanismos de alerta e pode ser utilizada para justificar a prisão preventiva, desde que associada a outros elementos.

Procedimentos após a prisão

Após ser preso, Bolsonaro foi conduzido à Superintendência da Polícia Federal, onde passou por identificação formal e exames previstos no protocolo. A defesa deve ter acesso ao conteúdo integral da decisão nas próximas horas e poderá ingressar com pedidos de habeas corpus ou medidas de urgência.

A decisão sobre eventual transferência ou local de custódia caberá ao STF, que avaliará questões de segurança, estrutura carcerária e regras aplicáveis a réus que exerceram a Presidência da República. Não há, por ora, definição sobre o local em que Bolsonaro permanecerá detido.

Próximos passos

Com a prisão preventiva decretada e o vídeo agora amplamente divulgado, o caso entra em nova fase. O STF deverá analisar os próximos recursos da defesa e avaliar relatórios da PF sobre as condições do monitoramento eletrônico. A corporação também deve anexar o vídeo às investigações, reforçando o conjunto de informações sobre o episódio.

A repercussão nacional indica que o tema continuará central na agenda política e jurídica. A expectativa é de que novas ações e manifestações de autoridades sejam divulgadas ao longo do dia.

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