A liberdade tão sonhada pelos manifestantes da praça Tahrir cobrou um preço caro. O país poderá viver um retrocesso no campo dos costumes e leis, mas talvez esta seja uma etapa dolorosa e necessária para a consolidação dos valores democráticos no país.
E agora, o que acontecerá aos sitiados liberais egípcios? Diante de eleições legislativas disputadíssimas, as forças seculares que desempenharam um papel tão proeminente nos primeiros meses da revolução estão agonizando.
O blogueiro egípcio que ciceroneamos aqui no Rio há duas semanas nos enviou mensagens bem tristes, dizendo que tem visto muita gente morrer da janela de seu apartamento, que fica bem na praça Tahrir.
Revoluções são processos políticos complexos, que não costumam ser interrompidos subitamente, apenas com a derrubada de um autocrata. O Egito é a prova disso.