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A decepção de Parente é o mercado que ele defende

Por Tadeu Porto* (@tadeuporto), no Diálogo Petroleiro Que a discussão liberal no país não passa de pirraça de adolescentes, todo o país já notou. Recentemente, João Paulo Cuenca, no ótimo portal The Intercept Brasil, escreveu um texto interessante sobre o caso, que pode ser lido aqui. Bom, é natural ver tal ignorância dos amigos do Eduardo […]

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Por Tadeu Porto* (@tadeuporto), no Diálogo Petroleiro

Que a discussão liberal no país não passa de pirraça de adolescentes, todo o país já notou. Recentemente, João Paulo Cuenca, no ótimo portal The Intercept Brasil, escreveu um texto interessante sobre o caso, que pode ser lido aqui.

Bom, é natural ver tal ignorância dos amigos do Eduardo Cunha, Kataguiri ou Holiday, ou de membros dos Revoltados Online, como Alexandre Frota. Pessoas que foram utilizadas por uma casta política para manipular a população sobre uma agenda “liberal” que, na verdade, representa a onda mais conservadora que esse país vive desde a época da ditadura.

Basta observar, por exemplo, que nenhum grande movimento nacional adepto do liberalismo faz uma discussão séria acerca das centenas de oligopólios e monopólios que temos nos nossos nichos de mercado que, basicamente, matam a competição efetiva que na teoria regularia os preços de acordo com o desejo de demanda dos consumidores.

Claro, se esperamos tal ignorância de youtubers que viraram economistas da noite para o dia, de certa maneira não deixa de ser surpreendente ver tamanha incapacidade do presidente da maior empresa do país, senhor Pedro Parente.

Na verdade, tal surpresa não deveria existir para alguém com sucessivas mostras de incompetência como o executivo (péssimos negócios da RBS e na Bunge, ministro da Casa Civil que ocasionou o recorde de desemprego no país e presidente do CA da Petrobrás que afundou uma plataforma inteira) mas não deixa de ser triste ver o debate nacional político-econômico chegar a esse nível de despreparo, pelas palavras da estatal de petróleo nacional.

O grande exemplo desse fato é a declaração recente do Pedro Parente que se disse “decepcionado” com o fato das quedas de preço nas refinarias não ter refletido nas bombas. A Federação Única dos Petroleiros precisou de três dias para adiantar a população brasileira que a queda de preço é uma benesse para o mercado e não para a população. E olha que o setor privado de derivados conseguiu ser mais canalha do que esperado, não abaixando nem mesmo os três centavos insignificantes da gasolina ou diesel, pelo contrário,aumentando o preço apesar dos preços nas refinarias.

A decepção de Parente é, na verdade, a mesma de todos nós: a destruição do Estado e o fortalecimento de um mercado predatório e que não possui compromisso social algum com o país. Simplesmente, tira dinheiro da Petrobras – mola propulsora do desenvolvimento nacional – e joga num mercado fortemente ligado à cartéis, que alimenta uma minúscula elite que se farta de privilégios oriundos de uma desigualdade social nefasta e desumana.

Sendo assim, a frustração de Parente não passa de hipocrisia, uma vez que a ideologia que ele tanto defende é, certamente, a responsável por essas distorções que, entre outras consequências, aumenta a inflação nacional para favorecer empresários, conluios oligárquicos e rendistas.

Tadeu Porto é colunista do Cafezinho e Diretor do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense

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Tadeu Porto

Petroleiro e Secretário adjunto de Comunicação da CUT Brasil

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José Herculano da Silva

27/10/2016 - 21h42

O sr. Pedro Parente não integrava um trio com Murilo Portugal e Gustavo Franco no governo FHC, que quando o saudoso Dr. Adib Jatene foi reivindicar verbas para a sáude eles sugeriram que “diminuisse o número de atendimentos”? O Dr. Jatene teria dado um murro na mesa. Depois (não lembro quanto demorou) se demitiu.


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