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O efeito dominó da Lava Jato

Jornalista aponta paralelo entre revolução francesa e Lava-Jato. “Os Procuradores e o Juiz da Lava Jato gostarão de ser perseguidos, condenados e enjaulados com base nos modelos teóricos que eles mesmos criaram para burlar os princípios constitucionais do Direito Penal?”. No Jornal GGN Lava Jato: quando começaremos a guilhotinar os guilhotinadores? Por Fábio de O. Ribeiro […]

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Jornalista aponta paralelo entre revolução francesa e Lava-Jato. “Os Procuradores e o Juiz da Lava Jato gostarão de ser perseguidos, condenados e enjaulados com base nos modelos teóricos que eles mesmos criaram para burlar os princípios constitucionais do Direito Penal?”.

No Jornal GGN

Lava Jato: quando começaremos a guilhotinar os guilhotinadores?

Por Fábio de O. Ribeiro

Não fiquei surpreso com o fato de Sérgio Moro ter aceitado a 5ª denúncia vazia contra Lula. A ação daquele juiz não é motivada pelo livre convencimento racional, mas pela racionalização de uma condenação que ele deseja impor ao réu.

Moro se apresenta como um juiz moderno formado nos EUA. Mas ele não passa de um duplo de Pierre Cauchon, bispo de Beauvais que foi severamente admoestado por um clérigo durante o julgamento de Joana D’Arc por condenar a la pucelle antes mesmo de recolher as provas da culpa.

E já que estamos falando da história da França é de lá que pode vir o antídoto para a doença judiciária criada pelos Procuradores e pelo Juiz da Lava Jato. Após publicar um texto sobre Jacques Vergès aqui no GGN uma leitora me perguntou no Facebook no que consistia a tática da ruptura. Transcrevo abaixo a resposta que dei a ela:

“Os atores jurídicos trabalham com situações previsíveis (a Lei, a Doutrina, a Jurisprudência e os costumes dos advogados, juízes e promotores). Atos imprevistos ou imprevisíveis causam um imenso desconforto, obrigam promotores e juízes a pensar ou impedem eles de seguir o roteiro que gostariam.”

A rápida aceitação da nova denúncia contra Lula evidencia que a Lava Jato tem um roteiro pré -definido. Lula deixou de ser um cidadão. Ele já foi transformado num vilão de telenovela a ser caçado implacavelmente pelos heróis do MP e da Justiça Federal e eles não se deterão enquanto não o condenarem e o meterem na prisão.

A presunção de inocência do ex-presidente brasileiro não existe. Qualquer conduta que dele será considerada automaticamente criminosa. Os modelos teóricos construídos para responsabilizar Lula independem de provas. Eles são auto-evidentes e justificam denuncias baseadas em convicções e sentenças condenatórias escritas muito antes da produção das provas e da defesa completa do acusado.

Uma dúvida cruel já se anuncia no horizonte. Os Procuradores e o Juiz da Lava Jato gostarão de ser perseguidos, condenados e enjaulados com base nos modelos teóricos que eles mesmos criaram para burlar os princípios constitucionais do Direito Penal?

Os heróis do combate a corrupção, diariamente apoiados pela mídia inclusive e principalmente quando pisoteiam o princípio da constitucional da inocência, conseguiram corromper inteiramente o sistema Penal, Constitucional e Judiciário brasileiro. O MPF e a Justiça Federal inventaram um novo paradigma que transforma a acusação em condenação, faz da ausência de provas uma evidência de culpa e consolida a perseguição criminal ilegal como um instrumento de tortura psicológica. Nada será mais justo do que submetê-los às novas regras do jogo que eles mesmos criaram.

A revolução francesa colocou o instrumento cirúrgico inventado pelo médico Joseph-Ignace Guillotin no centro do Direito Penal revolucionário. Não demorou muito para que Georges Jacques Danton e Maximilien François Marie Isidore de Robespierre também fossem guilhotinados. A missão da esquerda neste momento não deve mais ser exigir o cumprimento da Lei ostentando um tecnicismo que foi soterrado pela Lava Jato. Doravante não devemos descansar enquanto a dupla Deltan Dallagnol/Sérgio Moro não forem submetidos à guilhotina que eles mesmos levantaram em praça pública.

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Comentários

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Sangre di Coxa Conta Mina

20/12/2016 - 23h22

Não vai precisar de “Domínio do Fato”. Bastará a “colaboração” com a justiça dos EUA contra Petrobras e Embraer. Isso é crime de “Lesa Pátria” e condenará o Janot, Moro e seus meninos a uma pena pior que a cadeia: o nojo que os brasileiros têm dos traidores.
Apareceu na Alemanha: #MORO NA CADEIA. Vai virar meme aqui.

Carlos Lima

20/12/2016 - 17h05

Se a guilhotina bater na porta da GLOBO, porque já bateu e sumiu, não fica um moro, um daltan, um stf, aliás ninguém em pé, e em minusculo mesmo, essa turma não merece mais que isso, embora tenham pegado gente poderosa, mas a maior turma está ficando de fora estão até fazendo festa e rindo um para o outro. Só estão eliminando a concorrência no poder.

C.Poivre

20/12/2016 - 16h25

Dizem que hoje o golpista, usurpador, traíra e ilegítimo Temer terá a
cara de pau se se dirigir aos brasileiros como se nosso presidente
fosse. Não se sabe se irá renunciar ao cargo que ocupa de forma
inconstitucional, se falará sobre quanto amealhou desviando dinheiro dos
cofres públicos ou sobre quando e o quê transmitiu à CIA como seu
informante, traindo o próprio país.
Em protesto apagaremos as luzes de casa e desligaremos a
tv de 20:30 às 21:00. Não faremos aquela breguice coxinha de bater
panelas!

    Des

    20/12/2016 - 16h33

    Um protesto que ninguém verá, igual passeatas em dia de semana no meio da crise, totalmente eficaz.

    Eu não tenho globo em casa faz 7 anos (sem antena). O que eu faço?

Claudemir Nelson da Silva

20/12/2016 - 14h50

Bem… Tudo parece simples, contudo, observando a história, não a francesa, mas a nossa… E concluímos que não é tão simples.
Temos que entender que Moro, Dallagnol, a Globo, o congresso, o STF e os militares (sem exceção) são parte de um sistema mais complexo que os absurdos sistemáticos dentro da lava jato.
Primeiramente o impeachment não teria sido concretizado se todos não estivessem na mesma sintonia.
E observamos que todos falaram a mesma língua: deram a mesma desculpa e até usaram a mesma palavra para delinear a mesma situação.
Observando os bordões do golpe notamos que tudo foi ensaiado como numa peça de teatro.
Fizeram até um pré golpe para testar a febre do povo.
Mas antes de tudo usaram o marketing midiático para sugestionar o povo a acreditar na mentira da corrupção do PT que era maior que todas as outras.
Usaram velhas falácias da guerra fria como o medo da ditadura comunista e despertaram em muita gente um sentimento perverso que gerou um ódio generalizado que levou muita gente a vias de fato.
Tudo foi orquestrado sem ter ninguém para se opor, pois quem orquestrou tem a força e sem força não poderia ser realizado.
Dessa forma existia a força, mas era necessário fazer o povo aceitar para evitar retaliações e colapso no gerenciamento pós golpe.
O golpe não podia ser dado sem que os ministros militares de Dilma não estivessem no pacote.
De igual forma o judiciário vem depois, pois era necessário legitimar o crime através de discursos pobres e sem materialidade de verdade: e todos sabem que os juristas são mais cínicos nessa matéria.
Assim os dois poderes se reuniram para tomar o terceiro que nunca foi aceito pelo outros “três”.
O que vemos nos julgamentos da lava jato é exatamente o que qualquer militar lida diariamente na caserna quando responde um IPM, IT ou PAD.
Tudo transcorre exatamente daquela forma.
Vejo até como as testemunhas e os réus são submetidos a pressões psicológicas para mentir de forma sistemática, ou aceitar uma culpa que não tem. Tudo isso para que seja implantada a “verdade” que a “corporação” determinou.
É de conhecimento unânime na caserna que a verdade é um produto elaborado, “não algo real”.
E vemos lá como cá como são os julgamentos: nitidamente possui dois protocolos antes de existir a culpa, o crime ou a transgressão.
Para o legislador penal existem dois protocolos a ser seguido em um julgamento:
o primeiro é para inocentar: nesse caso não importa que tenha matado, roubado que o cara vai ser inocentado e ponto.
O segundo de igual forma dispensa que o militar tenha feito, pois ele foi chamado apenas para aprender quem manda.
Para a conclusão não importa quantos átomos sejam coados e oceanos engolidos.
Tudo isso é apenas a lei do forte, a alegria do mundo! Faça isso e ninguém dirá, não.
Concluímos que no fim termina conforme a história informa que será.
A verdade de tudo isso vai ser aceita daqui uns 50 anos após Lula estiver morto e receber um pedido de desculpa discreto na rede Globo.
Ele vai ser perseguido e talvez sofra uma “parada cardíaca e morra”. Contudo, ninguém vai responder por nada e o crime vai prescrever sem ninguém tocar em nada.
Por um acaso não é isso que notamos na história?
A gente pode até sonhar em ver o Moro preso, o supremo sendo condenado e alguém sendo punido pelos crimes, mas vemos que no último golpe todos morreram com seus nomes imaculados e com o bolso cheio de dinheiro que garantiu mais umas quatro gerações vivendo na riqueza sem fazer trabalho algum.
Até aquela comissão da verdade não deu em nada.

:

Pedro Tietê

20/12/2016 - 13h39

Primeiro os portugueses, depois a igreja católica ,depois os ingleses, depois americanos agora Maçon tá difícil , tem os evangélicos e os batista agora aonde vamos parar

    Claudemir Nelson da Silva

    20/12/2016 - 14h53

    Boa tarde.
    Os evangélicos são maçons.
    Não se pode fundar uma igreja sem o aval da maçonaria.
    Basta observar que as igrejas evangélicas possuem vários símbolos maçônicos, inclusive a frente de suas igrejas não diferem em nada de uma loja maçônica.
    Abraços

      Sangre di Coxa Conta Mina

      20/12/2016 - 23h30

      Os símbolos Maçônicos são os mesmos do Catolicismo. Veem da Religião Egípcia, origem do Judaísmo e do Cristianismo. Por mais que essas religiões o neguem.

        Claudemir Nelson da Silva

        21/12/2016 - 21h06

        Igreja batista tem origem nos EUA.
        EUA é um país maçom. Seus fundadores eram maçons e todas as igrejas evangélicas e não evangélicas existentes no Brasil são maçônicas.
        Referente a informação que o judaísmo vem da religião Egípcia: não acredito.
        Não consigo ver traços da fachada de uma sinagoga com uma fachada de uma igreja batista como vejo em uma loja maçônica.
        Mas é claro que posso está errado, pois de tudo que sei é que todas as religiões vieram da mesopotâmia.


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