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Seriam os banqueiros do Brasil os mais honestos do planeta?

Imagem: Reprodução Por José Carlos de Assis, economista A incrível evidência de honestidade dos banqueiros brasileiros Aparentemente temos o sistema bancário mais honesto do mundo. No meio da avalanche de corrupção por compra de parlamentares envolvendo grandes construtoras e o maior conglomerado de carnes do mundo, ninguém surgiu, até o momento, para apontar o menor […]

29 comentários
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Imagem: Reprodução

Por José Carlos de Assis, economista

A incrível evidência de honestidade dos banqueiros brasileiros

Aparentemente temos o sistema bancário mais honesto do mundo. No meio da avalanche de corrupção por compra de parlamentares envolvendo grandes construtoras e o maior conglomerado de carnes do mundo, ninguém surgiu, até o momento, para apontar o menor deslize moral dos bancos brasileiros. A bem da verdade, houve apenas uma suspeita.

Trabuco, presidente do Bradesco, envolvido na operação Zelotes, foi inocentado por unanimidade pelo Tribunal Federal de Recursos da 1ª. Região.

Há dois tipos de justificativa para isso. Ou os banqueiros brasileiros se contentam em roubar o povo, pressionando pelas taxas de juros mais altas do planeta como se fosse uma coisa natural, ou simplesmente operam a corrupção com mão de gato, colocando terceiros – por exemplo, a Fiesp – como operadores de suas maracutaias. Lembro-me bem como, na constituinte, um operador da Fiesp e da CNI, Rui Figueiredo, tendo por trás os bancos, percorria com uma mala preta os corredores do Congresso comprando parlamentares.

Podemos perguntar, diante dessa segunda hipótese, por que as empreiteiras foram pegas por Moro e os banqueiros conquistaram tanta condescendência na Justiça, como é o caso do TRF-1. Acho que a única explicação para isso é que são tremendos profissionais, protegidos pelo competente cartel da Febraban e sob a proteção generosa do Banco Central.

Caso fossem colocados nas mãos de Sérgio Moro, é possível que, depois de meses a fio de prisão temporária, acabassem abrindo o bico em profusão de delações premiadas.

Há ainda a razão segundo a qual os bancos brasileiros não são exatamente nacionais, mas braços operativos de um sistema bancário internacional que funciona em rede. Nessa situação, mexer com Itaú e Bradesco é mexer com a banca mundial, conforme se poderia escrever em camisetas. Os políticos corrompidos estão protegidos indiretamente pela regra que protege os bancos segundo a qual são “grandes demais para quebrar”. Qualquer ameaça nesse campo e o Banco Central entra no jogo para acobertar seus protegidos.

É muito curioso, também, que a atividade empresarial mais odiada pelos brasileiros, por causa dos altos custos de crédito que recaem sobre a sociedade, é extremamente bem protegida pela mídia. Isso, porém, dispensa maiores explicações: basta somar o tempo de publicidade que os bancos ocupam na grande mídia para concluir que sabem muito bem comprar discrição, mais do que apoio. Quanto a compra de parlamentares, ora essa… eles são os melhores operadores de caixa dois e lavadores de dinheiro.

Entretanto, há um único risco para o sistema bancário brasileiro: a eventual delação premiada de Antônio Palocci. Ele se ofereceu para isso e sugeriu que tem muita, muita coisa para contar. Na verdade, diante do esgotamento de delações nas áreas de empreiteiras e de carne, há pouca coisa para Palocci contar como novidade capaz de lhe atenuar a pena. Restam os bancos. É significativo que Sérgio Moro e os procuradores da Lava Jato ainda não se manifestaram a favor dessa delação. Curioso. Afinal, seria a mais alta autoridade dos governos do PT a prestar esse serviço à Nação.

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Luis Edmundo

Luis Edmundo Araujo é jornalista e mora no Rio de Janeiro desde que nasceu, em 1972. Foi repórter do jornal O Fluminense, do Jornal do Brasil e das finadas revistas Incrível e Istoé Gente. No Jornal do Commercio, foi editor por 11 anos, até o fim do jornal, em maio de 2016.

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Comentários

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Cesar Biasotto

17/06/2017 - 14h39

Comandados pelos Rotschild

Cleide X Rondenelly Melo

17/06/2017 - 13h12

Francisco De Sousa Vieira Filho

Hendrik Oliveira van Dingenen

17/06/2017 - 10h57

SÓ TEM SANTO

Frederico Carvalho

17/06/2017 - 09h31

No mundo capitalista, os bancos são de uns 40 anos para cá o próprio Estado. A sociedade e a política são completamente planejadas por eles em todos os detalhes de alguma importância, com mão de ferro.

A corrupção que se vê no momento equivale a roubo de cachos de pitomba vis-à-vis a corrupção pantagruélica da banca, a maior parte dela legal — amparada em dispositivos constitucionais e legais comprados sem discussão de preço.

São assim no Brasil, por exemplo, o parágrafo primeiro do art. 164 da CF 88 [Art. 164. A competência da União para emitir moeda será exercida exclusivamente pelo banco central.

§ 1º É vedado ao banco central conceder, direta ou indiretamente, empréstimos ao Tesouro Nacional e a qualquer órgão ou entidade que não seja instituição financeira.], a LRF, de 2000, e a EC 95, de 2016.

Estes marcos legais — e outros similares no restante do mundo capitalista — colocam na mão da banca privada, à inteira discrição dela, o manejo do artefato que, mais do que qualquer outra coisa, significa a soberania dos países, vale dizer o poder que eles possuem de criar moeda fiduciária.

Desse modo, a banca privada é a verdadeira senhora do Estado em todo país capitalista. Poderia bater no peito e gritar “L’État c’est moi!” — se bem que este arroubo seria bastante incaracterístico da coorte financeira de Basel, que governa deslizando nas sombras.

Marcos Lolezzi

17/06/2017 - 03h07

Esqueceram de acompanhar o BTG? Banco Santos? BMG? Ceis tão por fora mesmo, hein?

James

16/06/2017 - 21h28

Um pessoa com uma arma pode roubar um banco.
Uma pessoa com um banco pode roubar o mundo inteiro.

Romero

16/06/2017 - 21h26

O Brasil precisa implementar elementos de democracia direta , ampliar a participação democrática, e permitir o povo votar diretamente.
Esse processo de democracia representativa é muito atrasado.
É facilmente comprado por influências financeiras, midiáticas, etc e o povo não tem poder nenhum.
O povo vota, pela internet e pronto, e defende seus interesses sem intermediários marginais eleitos por interesses da casa grande.

zazul

16/06/2017 - 20h55

Quer cometer um grande crime? Roube um banco. Quer cometer o crime perfeito? Funde um banco.

Marcio Koiki

16/06/2017 - 23h17

Feche sua conta nos bancos, desligue a televisão, não ande de carro ou nenhum outro transporte movido a gasolina, gás, eletricidade, querosene, não coma nada produzido pela indústria.. afinal, bancos, empresas de energia, mídia e multinacionais do ramo alimentício fazem parte de uma sociedade secreta liderada pelos EUA e que aos poucos estão controlando a mente dos brasileiros.. cafezinho continua sendo uma obra de ficção! Melhor, só a Socialista Morena!

    Marcos Silva

    17/06/2017 - 02h04

    Você é um robô muito bem feito, só faltou o cérebro.

    Marcio Koiki

    17/06/2017 - 06h02

    Volta pra sua toca, marionete fakezinho.. canalha covardezinho a quem falta além de cérebro, coragem e vontade própria..

Marcos Campos Taveira

16/06/2017 - 23h02

O escândalo Banestado aponta nesta direção: nosso sistema bancário é o mais honesto da galáxia (tirando uns 125 bilhões de dólares, pois nem toda a honestidade é de ferro).

Vitor

16/06/2017 - 19h44

O erro foi ter permitido a sucessão de fusões e aquisições que concentraram demais o nosso sistema bancário. Agora já era. De fato possuem muito poder e certamente são grandes demais pra quebrar…

Gabriel Schilling Springer Pitanga

16/06/2017 - 21h04

KKkkkkkkkKKK!!! A Globo tem cada uma…

Gabriel Schilling Springer Pitanga

16/06/2017 - 21h03

Em relação ao protocolos que seguem apenas entre si, os banqueiros são sim honestos. Já em relação ao resto do mundo, são algo como um tubarão muito bonitinho e cheio de dentes.

Gustavo Pacheco

16/06/2017 - 21h02

Os bancos nunca lucraram tanto quanto nos governos petistas.

    Gerson Pompeu

    17/06/2017 - 04h09

    Economia bombando.
    PIB nas alturas.

    Joaquim Lopes

    17/06/2017 - 04h56

    Lucram em qualquer situação.

    Marcos Silva

    17/06/2017 - 18h42

    Não só os bancos, os comerciantes os empresários, os trabalhadores…

Gabriel Schilling Springer Pitanga

16/06/2017 - 21h02

Que piada…

Jose Jailton Da Silva

16/06/2017 - 19h38

Faz me rir

Augusto Dos Anjos

16/06/2017 - 19h32

“O que é roubar um banco comparado a fundar um?” Bertolt Brecht

Marcelo Figueiredo

16/06/2017 - 18h54

Seriam os donos da mídia os mais honestos do Brasil? Por que o juiz de Curitiba não investigou a área de publicidade da Petrobrás? Quantos bilhões foram torrados em propaganda só na rede globo nos últimos 30 anos? Um filão desses e o juizeco investigando Ipads de criança e pedalinhos.

    Carlos Poersch

    17/06/2017 - 16h01

    Juiz não investiga, julga.

    Marcelo Figueiredo

    17/06/2017 - 16h13

    Concordo com você. Mas o Moron faz tudo. Investiga, acusa, defende, julga, dá palestras e até ajuda na edição do jornal nazional.

Vitor Hugo Silva Dos Santos

16/06/2017 - 18h36

Como tanto dinheiro circulado ? Se eu recebo um pregatorio a receita fica sabendo esse montante de dinheiro mala mochila caixa ???? Se eu precisar acima de r $ de 3.000,00 tem que ter previsão. ?????

Jorge França

16/06/2017 - 18h26

banqueiro não nada a ninguém


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