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Minha análise da entrevista de Ciro no Jornal Nacional

[Para assistir à entrevista do Jornal Nacional, clique aqui. Ao fim desse post, dou link para a entrevista no Jornal das 10, na Globonews] Tenho uma opinião bem diferente da maioria da esquerda em relação às críticas ao formato das entrevistas com candidatos. Admito que há excessos. Era desnecessário, por exemplo, que William Bonner repetisse, […]

51 comentários
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[Para assistir à entrevista do Jornal Nacional, clique aqui. Ao fim desse post, dou link para a entrevista no Jornal das 10, na Globonews]

Tenho uma opinião bem diferente da maioria da esquerda em relação às críticas ao formato das entrevistas com candidatos. Admito que há excessos. Era desnecessário, por exemplo, que William Bonner repetisse, interminavelmente, a mesma pergunta (uma pergunta idiota, aliás) sobre a questão da “simplicidade” da proposta de Ciro para tirar o nome das pessoas do SPC.

Mas considero que esse formato de”enfrentamento” nas entrevistas ajuda muito o candidato a ressaltar a sua própria posição.

É chato quando entrevistador e entrevistado concordam. O bom é o embate. Por isso, as entrevistas da grande mídia com personagens do PSDB são tão sonolentas e tediosas.

A entrevista com Alckmin no Roda Viva teve uma das mais baixas audiências de todas.

As nossas entrevistas, na esquerda, também são chatas.

Quando a esquerda voltar ao poder, e quiser construir uma estratégia de comunicação, a solução não é montar programas com apresentadores de esquerda entrevistando pessoas de esquerda. A solução é montar bancadas plurais. Quando o entrevistado for de direita, que haja sobretudo jornalistas de esquerda, e quando o entrevistado for progressista, que se monte uma bancada com presença de conservadores.

Por ocasião da entrevista com Manuela D’Ávila no Roda Viva, por exemplo, eu notei que a então candidata obteve um lucro político sensacional justamente porque houve o enfrentamento. Se os entrevistadores fossem de esquerda, e fizessem perguntas bonitinhas e inofensivas, a audiência e o impacto seriam muito menores.

E não adianta falar que entrevistadores de esquerda podem ser duros com entrevistados de esquerda. Podem até tentar, mas nunca haverá um enfrentamento real, e se houver, gerará antes mal estar, para ambos, do que um embate produtivo.

Para uma entrevista obter audiência, em se tratando de política, é preciso haver polarização.

Na entrevista com Ciro, ontem, no Jornal Nacional, o seu sucesso se deve, claro, à maneira assertiva com que o candidato respondeu às perguntas, mas também à postura agressiva de William Bonner.

Essa mesma postura agressiva terá de se repetir hoje, com Jair Bolsonaro, e agora vamos ver se Bonner não cai na armadilha de tentar confrontar o capitão com pautas “esquerdistas”, e sim com perguntas difíceis sobre economia, educação e saúde, para que a população veja se o candidato é preparado ou não para governar o país.

Voltando à entrevista com Ciro. Quando Bonner insiste na história de que Carlos Lupi é réu, o candidato poderia ter encaixado facilmente uma crítica à mentalidade implícita na própria pergunta do âncora. Ele poderia ter respondido algo assim: “Olha, que eu saiba, Lupi não é réu de nada, mas por amor ao debate, digamos que ele fosse: ser réu é bem diferente de ser culpado. Quem prejulga e condena é, me desculpem, a mídia brasileira”.

A entrevista ajudou a esclarecer muitos pontos. Vou comentar alguns, mas de maneira muito resumida.

  • Lava Jato

Ciro deixou claro suas críticas à seletividade da operação, que não prendeu um tucano até o momento. Explicou suas críticas aos excessos do judiciário e ao ministério público (cada num em sua “caixinha”).

  • Aliança com PT e “união da esquerda”

Não era uma bandeira de Ciro Gomes, e sim da sociedade, de setores da imprensa alternativa (o Cafezinho, inclusive), que queriam evitar o que, infelizmente, aconteceu: PDT, PSB e PT separados, com recursos de campanha e tempo de TV fragmentados, embates desgastantes entre as diferentes militâncias. Seja quem for que chegar ao segundo turno, enfrentará dificuldade em secar as feridas e reerguer as pontes.

  • Esquerda  X Centro-Esquerda 

Ciro deixou claro que seu projeto é de “centro-esquerda”. Ajudou a desfazer uma confusão (em que houve um tanto de má vontade) produzida por entrevista a uma revista norte-americana, em que disse que seu “projeto não era de esquerda”. Teve gente que, deliberadamente, omitiu a frase que vinha a seguir: “meu projeto é de centro-esquerda”. Desde que, para o público comum, essa diferença entre esquerda e centro-esquerda é algo incompreensível, a criação dessa dicotomia tem um objetivo estratégico: afastar preconceitos ideológicos relativos à esquerda, agregando-lhe o prefixo tranquilizante “centro”.

  • Katia Abreu 

Ciro explicou, com bastante franqueza, as razões pelas quais escolheu Katia Abreu para sua vice: agregar um eleitorado que não é de esquerda, inclusive usando a fórmula de Lula, quando trouxe o empresário José de Alencar para sua chapa presidencial, em 2002. Deixou claro que pensa diferente de Katia Abreu, mas que a vê como uma pessoa honesta, corajosa, que lutou contra o “golpe” (ele usa essa palavra, o que é sempre importante no embate semiótico contra a Globo), e que se posicionou contra as reformas de Michel Temer.

  • SPCiro

Foi a parte algo cômica da entrevista, em que William Bonner achava que iria fazer o candidato se confundir, sendo que esse é o tema em que Ciro se sente mais à vontade para falar. Quem acabou se queimando foi o próprio Bonner.

  • Lula e PT

Esse é o tema mais sensível para Ciro Gomes, porque ele é adversário de primeiro turno do PT, e a tensão inevitável inerente à competição eleitoral, mais a lembrança dos acordos frustrados com o PSB,  tem produzido mal estar na relação entre PT e PDT, apesar de serem aliados históricos há muitos anos. Em algumas entrevistas, Ciro comete o erro de fazer algumas críticas ao PT que me parecem desnecessárias. Ontem, no entanto, Ciro tratou o tema com a elegância que ele merece, inclusive mencionando uma aliança no segundo turno. E conseguiu uma proeza em relação ao tema Lula. Fez uma crítica leve, sutil, à maneira como Lula lidou com as nomeações para a Petrobras, que resultariam na Lava Jato, mas defendeu com muita ênfase o governo Lula e seu legado para o povo.

Aconselho aos internautas a assistirem também à entrevista na Globonews (link abaixo), que foi, do ponto-de-vista programático, bem melhor que a do Jornal Nacional.

https://www.youtube.com/watch?v=wRAmBW7tOiE&feature=youtu.be

 

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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Comentários

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Atineli

29/08/2018 - 06h17

Concordo com o Cafezinho. Ciro se saiu muito bem diante da truculência dos entrevistadores. Concordo principalmente em relação à necessidade de um embate colocando jornalistas do espectro oposto ao entrevistado. Tbm acho que há muita “clique” de direita e de progressistas pq a sociedade brasileira ainda não aprendeu a enfrentar o outro dando espaço para o contraditório. Para sair desse clima de ódio q toma conta de todos é preciso exaltar o contraditório com respeito e coragem. Parabéns pela análise serena e justa.

luis castro

29/08/2018 - 00h18

A agressividade de Bonner favoreceu Ciro. Recordar que Dilma também passou pela agressividade de Bonner na campanha de sua reeleição. Na verdade, a grande maioria das pessoas sempre fica do lado do agredido e nunca do agressor. É aquele negócio de se solidarizar com aquele que está apanhando ou fisicamente ou verbalmente.

felipão

28/08/2018 - 21h29

O problema da esquerda é…. a esquerda… querem porque querem assumir o poder, não interessa o país, não interesse projetos bons, nem pessoas, interessa é o poder… sentado a espera de ser atendido na caixa economica, a uns anos atrás, o livro comemorativo de 200 anos, ou algo assim, que deveria ser institucional começava assim “Desde 2003 o novo governo social mudou … bla, bla, bla…” , é como se o banco não existisse antes do PT chegar ao poder e só fizesse coisas boas a partir de la… o resultado a gente vê em 3 anos de recessão que nunca houve na história do país…

    Nostradamus ( banquinho & bacia )

    28/08/2018 - 21h42

    Desde as eleições passadas, mais precisamente, o dia da eleição, quando o Aécio não aceitou o resultado e prometeu infernizar a vida do PT, até hoje, ( exatos quatro anos ) a direita manda neste pais com pautas bombas, vampiros, quadrilhas nos ministérios. Arrasaram o Brasil como se tivesse havido uma guerra. O déficit que tanto alardearam multiplicaram por dez, vinte. Vão deixar o tacho raspado. Todas as obras paralisadas. A inflação voltou a subir e o dólar vai deixar a gasolina e o pãozinho sem condições de consumir. A culpa é da esquerda… na cabeça de mamão macho!

      Brasileiro da Silva

      28/08/2018 - 21h59

      Uma coisa não posso negar: a Follow é ilegal, mas ela treina bem seus funcionários. Vc deve ser o funcionário padrão do Miguel Correia. Deve ter foto no quadro de avisos: funcionário do mês. Top 10

        Nostradamus ( banquinho & bacia )

        29/08/2018 - 09h22

        Rapaz, somos catarinenses, da praia da Joaquina, não sabemos do que estas falando. Você é um abobado e metido. Na vida real já deves ter apanhado na cara. Já há muito tempo observamos como abordas os comentários das pessoas neste blog de maneira abusada como se tivesses arrombando a boca do balão. Repetitivo, intriguento, nojento até, você já conquistou uma plêiade de aversões de todas as correntes políticas. Pois o abobado é facilmente identificado. Aborto da natureza, nos incomoda mas, temos que conviver por pura contingência. Melhor… por necessidade, pois, havendo oportunidade… de lermos alguma manchete de que foste empalado e apareceste enforcado nos aflorará apenas o sentimento da indiferença…

      Fábio Barbosa

      29/08/2018 - 19h57

      Prá mim, o pedetista se saiu bem, não por ser esquerda, direita, centro…por ser sóbrio, maduro e com respostas claras e objetivas. O Bonner querendo dar uma de que sabe de Constituição aludidndo ao art.2º… Teve resposta precisa, e o Ciro não se alterou.

Felipe Pansano

28/08/2018 - 19h31

Geraldo Alckmin o candidato da população Brasileira.

    hocuspocus

    28/08/2018 - 19h35

    Patético

      Brasileiro da Silva

      28/08/2018 - 19h42

      Concordo. Mas pelo menos ele não indicou um presidiário.

hocuspocus

28/08/2018 - 18h59

O fanatismo é a opção pela emoção portanto a negação da razão.
Se o Ciro saiu-se bem por suas “críticas” a farsa jato então eu não entendi ,porque ele diz “eu apoio a lavajato e a operação representou uma virada de página…bla,bla,bla”.
Eu não tinha visto a entrevista mas,aguantei até os`6 minutos quando ele definiu o MP como sendo o 4° poder ,ai larguei.
Como se sentiram os críticos ciristas a farsa jato??? é obvio pra quem é informado ,QUE NÃO EXISTE NENHUMA CHANCE DE TECER QUALQUER ELOGIO A ESSA CAMBADA DE DELINQUENTES.
Ciro sendo Ciro ,desta vez deixou o coronel autoritário na recepção da globosta.

André Romero

28/08/2018 - 18h54

Miguel, estou contigo em sua opinião. Também acho que o desempenho de Ciro ganhou maior visibilidade pelo formato agressivo da Globo – marca registrada da empresa quando se trata de entrevistar quem ela deseja neutralizar.
O evidente contraste da agressividade mau educada do apresentador e a tranquilidade, frieza e elegância com que Ciro respondia as perguntas não passou despercebido aos olhos até do mais simples telespectador.
Foi inclusive dada de bandeja a oportunidade para Ciro mostrar para os telespectadores que suas posições são firmes e não tem nada de destemperadas. Além de divulgar em rede nacional da própria Globo, em primeira mão, seu plano de retirar o nome das pessoas dos órgãos de controle de crédito – com direito a manual e tudo, esfregado na cara de um apresentador com uma risadinha debochada e um sorriso nervoso, claramente incomodado com a própria burrice.
Ou seja: a intenção da Globo de desacreditar Ciro junto à sua audiência, foi um verdadeiro tiro no pé.
Nota: não dá para levar a sério a opinião de alguns petistas aqui que acham que Ciro deveria ter ‘defendido Lula’ ao invés de aproveitar seu exíguo tempo para apresentar sua visão do Estado e seus planos de governo. Incrível essa gente.

Tamosai

28/08/2018 - 18h26

Com todo o respeito gostaria de discordar.
O que eu vi não foram perguntas incisivas. Eu vi interrupções, pegadinhas, perguntas pouco relevantes sobre o país, tentativas de encurralar o candidato etc.
Dá para entrevistar bem sem baixaria.

Alan Cepile

28/08/2018 - 17h40

Ciro sai das cordas e põe a Globo a nocaute:

https://www.conversaafiada.com.br/politica/ciro-sai-das-cordas-e-poe-a-globo-a-nocaute

    Brasileiro da Silva

    28/08/2018 - 18h43

    Opinião do PHA? Se a Globo tivesse feito 100 x1, ele ia falar que a Globo foi humilhada ao tomar 1 gol. O único problema do PHA é o trauma que ele tem de não ser um Global.

      Justiceiro

      28/08/2018 - 18h59

      PHA já foi Global, mas foi chutado e até hoje é um poço de mágoas.
      Parece o cara que foi deixado pela mulher mas não se conforma e toma cachaça todo dia pra tentar esquecer.

      Alan Cepile

      29/08/2018 - 07h19

      Imagino que opinião válida seja a do viajandão do rui costa pimenta…

      Zé dos Bagos

      29/08/2018 - 09h34

      O único problema do brasileiro da silva é que ele pensa que é mais sabido do que todo mundo.

Flávio

28/08/2018 - 17h20

As sabatinas do JN com os candidatos a presidente sempre tiveram esse formato; de confronto. Nunca apreciei essa forma de sabatina. Fica chato !

Fehnelon

28/08/2018 - 17h04

Vejam da forma preferida, floreiem a realidade ao bel prazer. Do ponto de vista do Brasil, do espaço em rede nacional, foi um desastre, simplesmente ecoou a retorica golpista…

Alexandre

28/08/2018 - 15h53

Poucos comentários nesse artigo

Faz o de hoje que amanha vc vai ver isso aqui bomba

    André Romero

    28/08/2018 - 18h56

    Alexandre, os debates aqui tem sido extensos e mais acirrados. Creio que, pelo tamanho, muitos devem ainda estar em moderação. Com a palavra, o Miguel.

milton castro

28/08/2018 - 15h50

NEO TUPI TEM TOTAL RAZAO,E INFELIZMENTE A GLOBO FEZ A CABEÇA DE ALGUNS MANIPULANDO-OS COMO LULA TIVESSE SORTE.MEU DEUS ..LEIAM INFORMAÇOES DO OUTRO LADO,NAO PRECISAM DE SER DO PT,PARA PODER FAZER UMA MELHOR ANALISE,A PLURARIDADE FAZ O PONTO DE EQUILIBRIO,MAS SE LER SOMENTE INFORMAÇOES DO PESSOAL NEO LIBERAL,O BRASIL VAI SER O QUE SEMPRE FOI NOS GOVERNOS SARNEY,FHC,COLLOR E TEMER,NAO VAMOS SAIR NUNCA DESSA CONDIÇAO.O CAPITAL TEM O DINHEIRO,SO QUER LUCRO,NAO IMPORTA COM O BRASIL,COM SEU POVO.SUBORNA MUITA GENTE COM GRANDES FORTUNAS. O BRASIL COM O NEO LIBERAL FICA COMO ELES GOSTAM…BRASIL MAPA DA MINA.

Alan Cepile

28/08/2018 - 15h05

Miguel,

As entrevistas serem nesse formato tudo bem, o problema, no meu entender, é a causa e não o efeito.
Os jornalistas estão procedendo desta forma não pra ficar melhor para quem assiste, mas pq está se comportando tal qual o judiciário, ou seja, no partido da mídia golpista
O efeito pode até ser interessante (tenho ressalvas), porém a causa não é nem um pouco republicana.

JESSE OLIVEIRA GUIMARAES

28/08/2018 - 14h24

A análise foi muito boa. A Globo faz questão de mostrar que é “DONA” do pedaço. Mas o Ciro se saiu relativamente bem, com alguns arranhões como não poderia deixar de ser. Já a entrevista na Globonews, foi para esclarecer e ele deu um bom recado. Creio que apertarão o Bolsonaro. O candidato da casa deve ser a Alckimin.

Alexandre Neres

28/08/2018 - 13h47

Caro Miguel, permita-me discordar do seu ponto de vista. Não acho que a entrevista tem que ser um jogo de compadres, mas não vejo a menor razão para o pseudojornalista ir pra cima do entrevistado com sangue nos olhos, isso pra não falar do falso moralismo do apresentador galã. Um bom jornalista deixa o entrevistado falar, não fica o interrompendo toda hora. Não se via ali a tentativa de informar, queria colocar o Ciro numa sinuca de bico, fazer pegadinha. Um bom jornalista, ao deixar o entrevistado se posicionar, dá a ele corda pra se enforcar, se for o caso. Intervém em um ponto específico e explora as contradições do discurso, as incongruências, as inconsistências, não há necessidade daquela agressividade toda, o que desvela uma fragilidade. Agora pra mostrar uma falsa isenção, vai partir pra cima dos outros também. Não perco meu tempo vendo JN, vi só pra ver como o Ciro se sairia. É bem melhor assistir quando não é o seu candidato que está sendo jogado aos leões.

    André Romero

    28/08/2018 - 19h07

    Alexandre, concordo com você, pois acho desprezível essa tentativa de pregação ideológica das Organizações Globo.
    Mas creio que o ponto do Miguel não foi a de defender essas interrupções medíocres do apresentador – um claro desqualificado, na acepção da palavra – mas sim ressaltar a necessidade de embate e a tentativa de deixar o candidato desconfortável com as perguntas, para ver como ele se sai ou entra em contradição.
    Nesse formato, apenas os mais preparados conseguem escapar com firmeza as cascas de banana que lhe são jogadas. Os mentes fracas ou com nada a dizer acabam por se expor e mostrar ao público sua vacilação.

SUZANA MOTTA

28/08/2018 - 12h45

O Presidente CIRO GOMES mandou muito bem, mais , infelizmente, o comprometimento da NOSSA MÍDIA BRASILEIRA COM O SISTEMA CORROMPIDO DEIXOU A DESEJAR. O fato é que essa geração de jornalistas estão sendo TREINADOS PELO SEUS EDITORES à SÓ APOIAR À AQUELES CANDIDATOS QUE O PRÓPRIO CARTEL SE IDENTIFICAR, ESTE TEM QUE TER COMO O PRÉ REQUISITO ESTÁ AFINADO COM AS PAUTAS DOS RENTILÍSTAS E NEOLIBERALISTAS QUE USURPA MAIS DE 50 POR CENTO TUDO AQUILO QUE O NOSSO PAÍS ARRECADA
LAMENTÁVEL TAL COMPORTAMENTO QUE SÓ DEIXA O BRASIL MAIS EMPOBRECIDO

JOÃO BATISTA

28/08/2018 - 12h23

Ciro mandou bem.
Creio que o tom com os demais candidatos será o mesmo.
Jornal Nacional é sinônimo de arrogância desde sempre, pois é imagem e voz da emissora e de todo o grupo, que vale mais pelo que deixa de divulgar, segundo seu fundador.
A mídia tradicional, aqui e no exterior, achaca e chantageia gestores públicos para deles retirar vantagens. E esse tipo de entrevista é o aviso de como será se for eleito.
O pt salvou a globo da falência e depois se rendeu ao achaque e à chantagem.
Espero que se um progressista for eleito tenha como meta a eliminação da globo a afins, normalizando o segmento, tão ou mais cartelizado que o dos bancos, ambos sócios no que Ciro diz ser a tragédia nacional, pois fabricam crises para delas se beneficiarem.

Antonio Passos

28/08/2018 - 12h01

Entendo seu ponto de vista Miguel, mas discordo. A Manuela teve ganhos políticos no massacre que sofreu, porque a direita já está desmoralizada. Uma coisa é fazer perguntas incisivas, outra tomar a palavra do entrevistado, não deixar ele responder e debochar do que ele diz. O efeito só não é devastador porque, como eu disse, a direita já está desmoralizada, o povo já está percebendo é que foi iludido.

J Fernando

28/08/2018 - 11h35

Perguntas duras tudo bem. O problema é que Bonner parece estar num debate, sendo ele o candidato adversário ao Ciro. Ele interrompe demais, dá risadinhas sarcásticas (com aquele ar de superioridade, de arrogância mesmo) e insiste nas posições dele (Bonner), não aceitando os esclarecimentos do candidato.
Ciro não é o meu candidato, mas tem e terá meu respeito sempre. Um segundo turno entre Ciro x qualquer candidato de direita, voto Ciro sem qualquer dúvida.

maria do carmo

28/08/2018 - 11h30

Leiam e relembrem (entrem no blog de Luis Nassif online: Um dia com William Bonner e nove mestres da Usp de 20-8-2014 Globo e seus canalhas…

NeoTupi

28/08/2018 - 11h24

O subconsciente do Miguel não gostou da entrevista, pois não postou o vídeo do JN, preferindo postar outro onde Ciro se saiu melhor.
Eu não assisto a Globo então não sei avaliar. Só acho que a Globo perdeu as 4 últimas eleições e Haddad ou Lula pode ser o primeiro presidente eleito da história sem aparecer na Globo durante a campanha.

    JC

    28/08/2018 - 11h37

    O vídeo está disponível nesse blogue também. É só ter a boa vontade de rolar a feed.

      NeoTupi

      28/08/2018 - 12h06

      Então melhor seria ter o link nesta matéria para o vídeo. Não é todo mundo que lê todas as matérias.

        Gustavo

        28/08/2018 - 13h25

        O link está na primeira linha do texto. Pode ter sido acrescentado depois que você leu, não sei dizer.

          Miguel do Rosário

          28/08/2018 - 14h05

          Sim, acrescentei depois. Mas o link do JN já tinha sido publicado em outro post e no “Alerta”.

Pedro Vieira

28/08/2018 - 11h02

Não vejo tal emissora, mas acredito que se trata de verdadeira armadilha, vindo desta emissora, o que esperar?
São verdadeiros lixos em forma de humanos!
Não a rede de lideres em mentes poluídas e antidemocráticas!

Justiceiro

28/08/2018 - 11h01

Miguel, concordo com você no formato da entrevista. Está se entrevistando candidatos a presidente do Brasil. Perguntas duras e objetivas diferenciam os candidatos.
E você tem mais razão ainda em criticar jornalistas esquerdistas entrevistando a companheirada. É uma meladeira só. Não é entrevista, é cerimônia de beija mão.

Agora vou discordar de você quanto a insistência de Bonner sobre Ciro turar o “seu nome” do SPC. A proposta é, sim, simplista e dá a entender aos desavisados que Ciro vai simplesmente sumir com as dívidas de quem estiver com o nome sujo. É a mesma coisa de candidato a Deputado ficar prometendo que se eleito, acabar com a fome, criar empregos etc.

Rogerio Abreu

28/08/2018 - 10h48

Ciro cometeu um ato falho, depois de afirmar que com a Dilma o ciclo positivo mantido por Lula havia acabado, registrou em bom vernáculo: O provo lembra de tempos bons, há 5, 6, 7 anos atrás. Neste período quem governava o país era a sra. Dilma.

    Zé Tatu

    28/08/2018 - 12h29

    O Ciro está correto, o que existe é uma aura de mitos em torno da era PT, mas basta conhecer os fatos que a mascara desse partido cai…

    “Achar que o crescimento dos anos 2000 foi sólido é um equívoco. Naquele momento houve um boom de commodities, os preços das commodities que o Brasil exporta aumentaram e, com isso, houve então uma prosperidade durante uns cinco anos mais ou menos, durante o governo Lula, mas foi só. Não se sustentou.” Bresser Pereira

    Mais lúcido do que isso impossível, a Dilma pegou o fim desse ciclo de Commodites, cuja crise tinha sido cantada anos antes por economistas devido aomissão do próprio Lula em preparar o país pra essa ressaca.

    Ou seja, apenas pegamos carona no ciclo de crescimento da China e nada mais, e foi isso que salvou o governo Lula de um desastre…

      NeoTupi

      28/08/2018 - 13h10

      A participação no PIB das exportações brasileiras atingiram o auge em 2004 com pouco mais de 16%. Leia-se: mesmo no auge 84% do PIB deveu-se ao mercado interno.
      A partir de 2009, com a crise internacional, a participação das exportações caíram abaixo de 10% do PIB. E o PIB do Brasil cresceu 7,5% em 2010, dependendo mais de 90% do mercado interno. Logo essa estória de ciclo de commodities é uma tremenda de uma lenda urbana espalhada pelo tucanato e por Miriam Leitão. Ajudou, é claro, sobretudo em obter superávit na balança comercial, mas ajudou muito muito menos do que o crescimento do consumo das famílias no mercado interno com o crescimento do emprego, da renda, do crédito e erradicação da pobreza, muito menos do que as políticas de conteúdo nacional, muito menos do que o crescimento da construção civil, e muito menos do que as obras de infra-estrutura do PAC.

        Zé Tatu

        28/08/2018 - 15h39

        Neo Tupi, o BOOM de commodities nunca foi um falacia…
        E não adianta jogar números fora de contexto e apelar pra Mirian Leitão, por isso fiz questão de citar um economista Keynesiano do porte do Bresser Pereira pra impor credibilidade
        Esse Ciclo não afetou somente o Brasil, mais diversos outros países na América Latina, e todos eles estão sofrendo com essa mesma ressaca das commodites
        E quem quiser um explicação detalhada do assunto sugiro assistir um dos inúmeros vídeos dele no youtube

          Alan Cepile

          28/08/2018 - 16h26

          Eu trabalho na área do petróleo. No “boom” das commodities o barril chegou a custar 135 dólares.
          No auge da crise baixou para 27 dólares (5 vezes menos).
          Hoje está cotado a 76 dólares e o mercado está dando graças a Deus.

          Observação: O barril não estava saindo da cotação entre 40 e 50 dólares. Foi só o golpe vender as áreas mais promissoras do pré-sal a 1,35 dólar o barril (isso mesmo, um dólar e trinta e cinco cents) que o barril não para de subir.

          NeoTupi

          28/08/2018 - 17h22

          Aí é que está a questão, Alan. O preço alto do barril beneficiou o programa de investimento da Petrobras, tornou mais atrativo investir, pesquisar e prospectar no Brasil. Mas no comércio exterior o Brasil perdia com a subida do petróleo, pois a balança comercial da conta petróleo sempre foi deficitária até 2016. Mesmo quando o Brasil atingiu a autosuficiência em número de barris extraído tinha de exportar o petróleo bruto e importar derivados, porque não tem refinarias suficientes. Com o superciclo das commodities os derivados do petróleo importados também ficavam mais caros e obviamente mais caros do que o petróleo exportado.
          O Brasil ganhou apenas na exportação de outras commodities como ferro e soja. Porém o peso disso no tamanho do PIB brasileiro é pequeno. É importante para a balança comercial. Mas o motor do crescimento foi a expansão do mercado interno.

          Alan Cepile

          29/08/2018 - 08h47

          Há uma questão aí, era pra beneficiar o programa de investimentos da BR, mas, como diz o ditado popular, quem nunca comeu mel quando come se lambuza, a BR descobriu o pré-sal (ponto pro Lula), mas começou a perfurar demais, investiu até o que não tinha imaginando que o retorno viria rápido, só que não veio e a BR ficou sem caixa, foi um tremendo erro estratégico da gestão Lula que não soube lidar com uma riqueza do tamanho do pré-sal.
          A BR começou a ter dificuldade até em honrar os 30% do regime de partilha.
          O Eike Batista fez o mesmo erro da BR, só que a OGX era privada e bem menor que a BR, por isso quebrou.
          E o subsídio dos combustíveis feita pelo PT ajudou a ampliar o rombo da BR.
          Em resumo, a gestão petista teve o lado positivo de ter dado ao povo o melhor momento no primeiro mandato do Lula, não há argumento golpista neoliberal que negue isso, mas, por outro lado, foi igualmente responsável pela queda, endividando e deixando a BR sem caixa, e depois veio o tenebroso governo Dilma, uma invenção mirabolante do Lula que, apesar de bem intencionada, não tinha a menor condição de presidir a nação, piorando muito a situação.
          Quanto ao refino, Lula fez certo, investiu em refinarias e o golpe freou tudo para importar diesel dos EUA.

          Gerson S.

          29/08/2018 - 15h13

          O Eike Batista errou ao contratar privateiro para tocar sua empresa. Fporam para a OGX para privatizá-la. Eram da Petrobrás na época da Petrobrax. Conseguiram privatarizar a OGX. Esse foi o erro do Eike Batista.
          Quanto à Petrobrás, o refino recebeu muitos investimentos em ampliação da capacidade e modernização, como ação emergencial, para estancar esse déficit externo da conta petróleo e outros 4 projetos de novas refinarias, sendo que duas delas voltadas pra exportar refinados, as refinarias premium. A projeção financeira da Petrobrás, com a previsão de investimentos, era perfeitamente exequível no longo prazo com lucros
          No mais concordo com você. E sempre tem opinião bem elaborada e sustentada.

          NeoTupi

          28/08/2018 - 17h04

          Meus números estão exatamente no contexto, da participação das exportações no PIB comparado ao mercado interno. Se você tiver outro contexto, explique porque eu me interesso em aprender. Mas não adianta brigar com números porque eles não mentem. Foi o mercado interno o motor que impulsionou o crescimento da economia e da renda durante o governo Lula e Dilma. Isso é inegável.
          Outros países da América Latina tem o PIB mais dependente da exportação de commodities, como a Bolívia (43%), Paraguai (42%), Chile (30%), Uruguai (22%), Equador e Peru (21%) e Venezuela que não tenho os números.
          As declarações de Bresser é que não sei em que contexto estavam, nem em que época foram ditas.

          hocuspocus

          28/08/2018 - 19h33

          O mérito dos pts ,independente dos terríveis erros cometidos ,ainda que aceitemos a “teoría das commodities” É QUE ELES APLICARAM GRANDE PARTE DESSE BOOM EM MELHORAR A VIDA DE MILHÕES DE PESSOAS HISTÓRICAMENTE POSTERGADAS ,OS OUTROS FARIAM ISSO?????
          Os ciristas atribuem a sorte e não as decisões políticas os tempos de fartura ,segundo eles os pts são absolutamente ineptos.

      Alan Cepile

      28/08/2018 - 15h20

      Zé Tatu,
      Seu comentário coloca uma pá de cal no assunto governo Lula, já deu, está na hora de virarmos essa página (tal qual setores do PT disseram sobre o golpe), pararmos de falar de algo que acabou já fazem 8 anos e começar a olhar para frente.

        Nostradamus ( banquinho & bacia )

        29/08/2018 - 09h44

        Eu pagaria em ouro, em pedras preciosas, a revelação, por parte do blogueiro e dos comentaristas que se referem muitíssimas vezes a ” setores do PT ” assim no genérico, jogado ao léo, sem identifica-los exatamente. É muito fácil. Isso é exato semelhante aquela história de ” atos indeterminados ” que o Moro atribui a Lula para mantê-lo preso. É minha opinião. Publica e não corta. Não faz como a globo golpista !!!


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