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Contraponto a um texto divulgado por Chico Alencar, que denuncia Cid Gomes por “coronelismo”

O deputado Chico Alencar (Psol-RJ) divulgou hoje, em sua página no Facebook, o texto de um militante do PSOL no Ceará, que traz uma crítica duríssima ao senador Cid Gomes. A íntegra do texto está ao final do post. Antes, porém, eu gostaria de fazer um contraponto. Diz o texto que “o coronelismo e o […]

37 comentários
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O deputado Chico Alencar (Psol-RJ) divulgou hoje, em sua página no Facebook, o texto de um militante do PSOL no Ceará, que traz uma crítica duríssima ao senador Cid Gomes.

A íntegra do texto está ao final do post. Antes, porém, eu gostaria de fazer um contraponto.

Diz o texto que “o coronelismo e o militarismo de extrema-direita mediram força em Sobral”.

Não é de hoje que a esquerda brasileira trata qualquer iniciativa política um pouco mais assertiva como “coronelismo”.

Na semântica do esquerdismo pós-moderno, “coronelismo”, um conceito popularizado por Victor Nunes Leal, no clássico Coronelismo, enxada e voto, é um epíteto distribuído com muita liberdade a seus inimigos políticos.

Mesmo o autor do conceito, o genial Nunes Leal, não usou o termo de maneira sempre pejorativa. Ao estudar o coronelismo, Leal conta casos de lideranças locais legítimas, que frequentemente enfrentavam o governador e o governo central, com risco de sua própria vida e de seu patrimônio, em defesa dos interesses de sua comunidade. Não eram santos. Na maioria dos casos, eram donos de terra e cultuavam algum tipo de autoritarismo. Mas também não eram demônios. Eram as lideranças políticas necessárias de seu tempo. A história do Brasil registra que muitos “coroneis” tombaram em combate. Grande Sertão Veredas, o clássico de Guimarães Rosa, conta algumas histórias dessas lutas.

Entretanto, no caso do senador Cid Gomes, o seu “coronelismo” é bastante sui generis, já que não é dono de terras, não é proprietário de meios de comunicação (esse outro tipo de coronelismo que proliferou no Nordeste após a redemocratização, e que não foi combatido durante os governos de “esquerda”), e apoiou um sucessor de outro partido, bem diferente do seu.

No episódio de que tratamos, Cid Gomes era um senador licenciado, desarmado, desacompanhado de qualquer segurança, que resolveu, após deliberar democraticamente com seus conterrâneos, enfrentar um motim miliciano que vinha aterrorizando a cidade há alguns dias.

Tratar isso como “coronelismo” me parece preconceito contra a própria ação política.

Qualquer ação um pouco mais audaciosa seria “coronelista”?

E quem é Cid Gomes? A atuação do grupo político de Cid à frente de Sobral colocou o município na liderança nacional em educação básica de qualidade. Não são características de um “coronel”, na acepção tradicional em que o termo é usado pela esquerda, de oligarca autoritário e corrupto.

No senado, tem sido, ao contrário, uma voz sempre moderada e tranquila.

É de sua autoria a lei do juiz de garantias, que hoje mobiliza o ódio descontrolado de procuradores e magistrados acostumados ao arbítrio. Se esta lei estivesse vigente há alguns anos, jamais teríamos testemunhado os abusos da Lava Jato.

Alguns partidos que hoje se tornaram ferozes inimigos dos arbítrios do sistema de justiça, nunca tiveram a iniciativa de propor mudanças legislativas que impusessem limites e freios à ação do Ministério Público e do Judiciário. Ao contrário, deram-lhes mais e mais poder, no esforço fisiológico de comprar seu apoio.

O esquerdismo infantil, como de praxe, confunde autoridade com autoritarismo, e por isso perde votos e abre espaço para o avanço da extrema direita, porque esta ao menos entende o desespero do povo diante do drama da segurança pública.

Crises de segurança pública, em qualquer tempo e em qualquer lugar, pedem soluções enérgicas. Pedem autoridade!

No caso em questão, estamos diante de algo ainda mais perigoso e dramático do que os problemas convencionais de segurança pública. Temos o avanço da criminalidade no seio da própria polícia, com apoio de forças políticas ligadas diretamente ao presidente da república!

Me parece um bocado contraditório que as mesmas forças políticas que se utilizam, muitas vezes até com um ridículo exagero retórico, da ameaça fascista como principal narrativa para atacar o adversário, mudem completamente o discurso quando nos deparamos com o fascismo em estado bruto, o fascismo puro, o fascismo clássico, que é um motim ilegal de militares encapuzados, intimidando a população nas ruas, espalhando  pânico e terror, e sob a liderança política de parlamentares de extrema direita!

Em apenas cinco dias de motim, o número de homicídios registrados explodiu no estado do Ceará. Já são 88 mortos.

Por que essa mudança de discurso? Seria porque se fareja a possibilidade de se beneficiar o concorrente político nas próximas eleições?

Ninguém é perfeito. E a ação política, em momentos decisivos, sempre embute riscos e erros. Cid Gomes poderia ter agido de outra maneira? Sim! Mas também NÃO poderia ter agido de outra maneira? Sim, também! É sempre fácil julgar a ação de quem enfrenta o fascismo, com sua própria vida, a partir do conforto de seu ar condicionado e seu computador de última geração.

Entretanto, o símbolo que fica, para o povo, é que alguém enfim tomou uma atitude. Em tempos de enorme desprestígio da retórica política e ideológica, vista como floreio verbal sem sinceridade, sem substância, e sobretudo sem consequência real sobre suas vidas, uma ação política enérgica, decidida no calor do momento, é o que mais conta!

Abaixo, o texto do advogado Felipe Araújo, militante do PSOL e integrante do mandato Renato Roseno no Ceará, divulgado pelo deputado Chico Alencar em sua página:

***

Coronelismo e militarismo de extrema-direita mediram força em Sobral

Publicado na página de Chico Alencar

No vale da loucura e da irresponsabilidade em que o Brasil está mergulhado, o coronelismo e o militarismo de extrema-direita mediram força em Sobral. Tanto um quanto o outro possuem seus próprios métodos de intimidar o debate público e sequestrar a democracia.

De um lado do portão, o coronel-senador. As mãos às rédeas de um tão imponente quanto risível trator. Ao modo de um Luis XIV da caatinga, anunciou aos quatro ventos que ali o estado era ele próprio – encarnado em empáfia, truculência e destempero. Seus adversários, avisou ao megafone, teriam não mais do que cinco minutos pra se render e beijar-lhe os pés.

Poderia ter ferido ou mesmo matado alguns dos amotinados em seu tresloucado rompante de super herói da província. Felizmente, não foi o caso. Infelizmente, porém, esse Aquiles do Acaraú, canastrão e desastrado, saiu gravemente ferido do episódio. Baleado, ao que consta nas apurações ainda incipientes do noticiário oficial, com projéteis reais disparados por seus inimigos.

O atentado, claro, deve merecer todo nosso repúdio e a vítima, toda a nossa solidariedade e desejo de restabelecimento. Não apenas uma frase protocolar, mas um sentimento concreto de empatia – qualidade, ressalte -se, que não é das mais evidentes no personagem em questão.

Essa mesma solidariedade, contudo, só será efetiva se for franqueada também aos grupos periféricos e às minorias que são baleadas cotidianamente ao apontar para as forças policiais não um trator tirânico e autocrata, mas as menores e mais frágeis expectativas de direito.

Abaixo, o texto de Felipe Araújo, jJornalista e advogado, militante do PSOL e integrante do mandato Renato Roseno no Ceará, que foi divulgado na página do deputado

Do outro lado do portão, os amotinados. O braço armado não mais do estado democrático de direito, mas dos interesses eleitorais de novos grupos políticos de extrema-direita que querem chegar ao poder também pela força.

São grupos – majoritariamente bolsonaristas, destaque-se – que saíram do controle da legalidade e ultrapassaram a legitimidade da luta corporativa por melhores salários e condições mais dignas de trabalho.

Em vez de trator, querem romper o portão da institucionalidade usando armas, balaclavas e fake news. Não querem negociar mais nada. Querem apenas apavorar a opinião pública e confundir a audiência distraída e acéfala dos grupos de whats app. E, sobretudo, manifestar o próprio empoderamento à margem da democracia.

Texto: Felipe Araújo (Jornalista e advogado, militante do PSOL e integrante do mandato Renato Roseno no Ceará)

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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Comentários

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Miramar

26/02/2020 - 02h20

Gostaria de pedir a publicação da tréplica que fiz a um cidadão. Sei que esse espaço não é para lavar roupa suja, mas não se preocupem. Não pretendo mais polemizar com esse senhor.

asddd

25/02/2020 - 14h42

cada dia mais claro que a dita esquerda ou nao sabe o que é o certo, ou é tão covarde que ainda atrapalha quem faz algo

como diz rubem gonzales a esquerda vai fazer revolucao publicando uma ode ao cu, todos lado a lado com o dedo no cu do outro… esse e o quadro mais proximo de revolucao brasileira que se pode pintar…

    Miramar

    26/02/2020 - 13h11

    Não sei quem é Rubem González, mas que cara mais tarado!

Alan C

24/02/2020 - 18h29

Chamaram esse Chico de que??????

jaciara siqueira coelho

23/02/2020 - 21h08

sobre os variados comentários …e assim a plateia composta pela elite política e econômica vai se regozijando. É uma atrapalhada atrás da outra. A extrema direita está bem assessorada e os milicianos avançam, sem dó .

Enrique

23/02/2020 - 16h27

Desde as eleições que suas posições idealistas (no sentido filosofico) para defender Ciro denotam a completa falta de familiaridade com a política e a dinâmica de seus atores. Ler alguns livros e devorar blogs não é suficiente pra isso.

Certamente que essa intervenção do psol é bizarra, inoportuna e testemunha eloquente da esquizofrenia desse coletivo de coletivos. Isso, contudo, não valida essa defesa do coronelismo cheia de equívocos conceituais e deturpaçoes históricas; nem tampouco o uso feito pra edulcorar e exaltar a atuação política da família Gomes

Alexandre Neres

23/02/2020 - 09h34

Todo esse episódio do Cid Gomes serviu pelo menos para alguma coisa. O Miguel do Rosário rasgou completamente a fantasia, abandonou o jornalismo e passou a ser mera correia de transmissão do cirismo. Desde uma leitura toda enviesada e particular de Coronelismo, Enxada e Voto. Ora ora, vá ler Sobre o Autoritarismo Brasileiro, da Lilia Schwarcz, o clã Ferreira Gomes naturalmente está lá pra entender um pouco sobre o coronelismo, que segundo o Miguel foi benfazejo. É até bonitinho todo o amor que destina de forma cega ao clã Ferreira Gomes e, em contraponto, o ódio que direciona à esquerda e à centro-esquerda.

    Redação

    23/02/2020 - 10h46

    Esse episódio serviu para uma coisa. Para mostrar como tem gente sem caráter como você, para quem “jornalismo” é exclusivamente o que concorda com o seu próprio ponto-de-vista. Eu sou um blogueiro político. Quando eu denuncio a Lava Jato e defendia o governo Lula/Dilma, eu era então apenas uma “correia de transmissão do petismo”? É muita canalhice!

      Alexandre Neres

      24/02/2020 - 17h03

      O destempero deste rapaz, falando de caráter e de canalhice, mostra que o bolsonarismo faz escola. Não à toa os bolsominions povoam este blogue. Salvo engano, quando Dona Marisa ou o neto do Lula faleceram, os minions xingaram os piores nomes e nada foi feito. Agora Cid levou uns tiros e foi hospitalizado, sem risco de morte, houve bloqueio de mensagens. Mas meu ponto nem é este. Eu defendi o ato de Cid Gomes neste blogue (neste caso específico, já que meus comentários costumam ficar retidos horas, dias e às vezes nem são publicados, foram publicados ato contínuo), sei que houve ali um destempero, mas como que no Brasil não dá para esperar da justiça que mande debelar o motim de bandidos armados e encapuzados, pois se porcos fardados agem assim é porque tem as costas largas, são respaldados pelo sistema judicial. Discuti com pessoas supostamente progressistas que disseram que Cid extrapolou, que jogou a escavadeira para cima das famílias, que não deu tempo pra eles se afastarem e agiu como coronel. Com os minions nem perdi meu tempo, pois para eles dois tiros foram pouco. O que questiono e continuarei questionando é que a atitude do Cid foi bastante controversa, eu defendi sua posição porque no Brasil de hoje não dá para ficar esperando quieto e deixar a injustiça agir, só que não há justificativa para os inúmeros textos que o sr. Miguel do Rosário passou a fazer eivados de proselitismo político, tentando mais uma vez atacar a esquerda. É o esporte predileto neste blogue descer o pau na esquerda e passar pano para o bolsonarismo, até porque como o ataque se direciona recorrentemente para a esquerda, não por acaso aqui está infestado desses haters que adoram essa temática.

      Cid não pode cobrar um apoio veemente da esquerda por que ele e seu irmão fizeram questão de se desvincular da esquerda, nem sequer participaram da campanha do Haddad contra a barbárie. Diversas vezes marcaram posição contrária à da esquerda, então não podem cobrar apoio de quem quer que seja, pois foram eles que dinamitaram as pontes que impedem uma relação ao menos cordial. É triste isso, porque nunca teve um tempo mais claro para se visualizar o inimigo, com todos os absurdos que promove, mas o neotrabalhismo ainda assim assesta para a esquerda a maioria das suas críticas. Nem o PCO escapa, quiçá o Psol. O clã Ferreira Gomes está colhendo o que plantou, o que acho uma pena.

      Em um momento que a esquerda foi bombardeada como nunca, fizeram questão de se afastar para dar uma de limpinhos, tal qual Luciano Huck tentou fazer com Aécio. Em termos de votos, não foram bem, ficaram no seu limite de sempre. Meu ponto principal dessa querela com o Miguel, que apelou feio, foi que é descabido querer apontar o dedo para a esquerda por não ter apoiado o Cid quando na verdade o que ocorreu foi que apenas colheram o que semearam. O clã Ferreira Gomes que comanda o neotrabalhismo, ou o que restou do velho e saudoso PDT, não pode mais ser considerado de centro-esquerda. O caminho deles é a terceira via, onde poderão se juntar com o Senador Christóvam Buarque para descer o pau no PT. Nem a Marina está mais nessa, foi mais assertiva ao apoiar o Haddad.

    Miramar

    23/02/2020 - 13h39

    Alexandre, não culpe o site pelo que eu faço. Quem sempre cita o livro Coronelismo, enxada e voto sou eu e não o Miguel. Quanto ao livro da Lilian Schwartz, esclareça que “clã” Ferreira Gomes é citado em apenas dois parágrafos, em que é mencionado que as oligarquias seculares de Sobral são as famílias Pena e Barreto. A autora cita vagamente o fato de que a ascensão do Ciro foi saudada pela imprensa dos anos 80 como uma derrota do coronelismo, embora, talvez para a agradar a esquerdinha de botequim, ela menciona a ideia de que o Ciro substituiu as antigas oligarquias pela própria, sem apresentar um único dado, fato ou argumento que refere de isso.
    Você pode continuar odiando o Ciro. Mas pode também mentir menos.

      Alexandre Neres

      24/02/2020 - 17h30

      Rapaz, eu nem deveria perder tempo com sabujo, que fica adulando os outros, mas vamo lá. Sabe o que me dá preguiça em você? Se julga ilustrado, melhor do que os outros, um elitista criticando o que é popular, mas não consegue nem escrever o nome Lilia Scwarcz, tampouco consegue concatenar suas ideias. Seus textos são pobres. Já te disse isso antes, seus argumentos deixam transparecer o típico elitismo racista e fascista que se erigem por essas plagas. Muito me estranha você citar Coronelismo, Enxada e Voto, só pode desconhecer quem foi Victor Nunes Leal, ou então não entendeu direito o que leu, já que pelo seu discursinho tucano (suas origens) você tem muito mais a ver com FHC, Gilberto Freyre ou Roberto Damatta.

      Muito me estranham seus comentários acerca de Sobre o Autoritarismo Brasileiro, pois fui eu que te indiquei o livro quando nem conhecia, falando que o clã Ferreira Gomes era tratado lá, que não era em tom crítico, que ela fazia uma constatação. Deixei muito claro contigo que não estava detonando o clã. Então, meu rapaz, quem mentiu aqui? Quem agiu como homem e quem agiu como moleque falando asneiras? Nada pode ser mais sintomático do que o clã Ferreira Gomes ser citado em um livro de tal nome. Pra bom entendedor pingo é letra. Já ouviu falar em capitanias hereditárias? Naturalmente, a esquerda e a centro-esquerda não fazem parte do livro. Mas também, pra quem começou no PDS e se destacou ao lado do coronel Tasso Jereissati graças a sua gestão em que economizava grampos e clipes, esperar o quê? Não odeio o Ciro Gomes, para mim ele é indiferente, acho ele autoritário e boquirroto, mas nem por isso deixo de reconhecer seus méritos. Com a falta de homens públicos que grassa por aqui, Ciro tem um espaço a ocupar. Além disso, seus 5% de votos podem vir a fazer diferença num pleito futuro, então na realpolitik é melhor mantê-lo por perto. Fazer com que os votos dele vão para o Flávio Dino, por exemplo, senão podem acabar indo para o Huck, já que seus eleitores estão cada vez mais conservadores.

        Miramar

        25/02/2020 - 14h37

        Não me julgo melhor que os outros, mas decididamente sou melhor que você. Você acha meus textos pobres,vindo de alguém que nunca teve uma ideia fora das vulgatas do esquerdismo nacional, isso é um elogio. Quanto ao Victor Nunes Leal, que gracinha! Você não sabe como eu o conheço, sequer se o conheço, pois se o li não entendi. Afinal, quem lê corretamente a sua obra vira automaticamente um esquerdista infantil e bobão que desmerece o maior intelectual brasileiro de todos os tempos: Gilberto Freyre.Lamento você referendar a lógica Bolsonarista segundo a qual todo leitor de Marx virá automaticamente um marxista.(Quanto ao Fernando Henrique, nunca o li e não gostei. DaMatta eu li. Gostei assim,assim) De qualquer forma, já que você sabe tudo sobre a vida do grande Victor Nunes Leal, refresque minha memória: ele foi ministro do STF indicado pelo seu amigo pessoal Juscelino Kubitschek (maior presidente da história nacional, figura muito mais próxima do meu pensamento que do seu), cassado pelo regime militar, comprovando que é verdade a aquele verbete da História Oficial Esquerdista Nacional de que só pessoas de esquerda fizeram oposição ao regime militar como Teotônio Vilela, Paulo Brossard, general Euler Bentes, Goffredo da Silva Telles.
        De qualquer forma, você como homem de verdade (ui, que machinho!)disse que o moleque aqui é um sabujo. Só que você está fingindo que não sabe o que nós dois sabermos: sua raivinha infantil se deve ao fato puro e simples de ter visto o Miguel citar um livro que eu cito sempre. Descontou a raiva que sente por mim nele, e eu naturalmente me senti na obrigação de responder.
        Quanto ao fato de eu escrever errado o nome da Lilian Moritz Schwartz (digitei certo agora?),cujo marido conheci como fanático do PSDB,peço perdão, mas sou um péssimo digitador. Só uso computador quando não posso evitar. De qualquer forma, você acertou em uma coisa, comprei esse livro justamente pelo fato de você dizer que havia provas e dados da filiação coronelistica de Ciro Gomes. Não encontrei prova nenhuma nos dois parágrafos em que o Ciro é citado. Mas, de qualquer forma, segundo você, isso não importa, basta que o Ciro tenha sido citado em um livro cujo tema é o autoritarismo. Livro esse muito bom por ignorar os muitos episódios de autoritarismo da esquerda nacional.Quanta honestidade da sua parte,meu rapaz!
        De qualquer forma, pelo que sei, o primeiro Ferreira Gomes que foi prefeito de Sobral, assumiu o cargo em 1890, um pouquinho depois das capitanias hereditárias. O pai de Ciro, José Euclides, foi prefeito de Sobral sessenta anos depois de um antepassado seu ter ocupado o mesmo cargo. Certamente, com seu salário de bancário e professor, estava comprando terras para aumentar seus muitos latifúndios.
        Quanto a “realpolititika” adorada pelos esquerdistas livres da moral e decência burguesa, que bom que nossos 5% não fazem falta. Por que vocês não terão. O Flávio Dino só teria esse votos em possível segundo turno se tiver a decência de, como fez no Maranhão, não permitir que a cambada que você sabe quem é suba no palanque dele. Tira voto. Aliás, quantos petistas têm cargo no governo do Maranhão? Só? Que bom! Só falta ele ter projeto de país.
        Quanto ao meu crime imperdoável de ter sido eleitor do PSDB (rompi justamente pela guinada neoliberal do meu “intelectual preferido”), me orgulho do meu primeiro voto para deputado federal: André Franco Montoro, em cuja campanha trabalhei como voluntário. Sem dúvida, um dos maiores políticos progressistas da história desse país. Ex-ministro do Jango, foi fundador do PSDB. Nunca foi petista. Tinha restrição ideológica e moral. O engraçado que pouco antes, dele morrer ele dizia que achava o PT um partido de loucos. Radical na economia e ultramoralista na política. Se ele tivesse visto o que foi na prática…
        Por fim, quanto a minha relação com esse site, esclareço uma coisa: leio esse site há mais de dez anos. Nem se chamava cafezinho. Nunca comentei antes do início de 2018, simplesmente porque eu nunca comentei nada em site nenhum. Passei a fazer isso apenas por observar que esse site, pelo qual passei a ter afinidade ideológica crescente, passou a ser subitamente assaltado por hienas petistas pelo crime de ter uma opinião diferente que por acaso, era igual a minha. Me senti na obrigação de ajudá-lo a se defender. Passou o tempo, e as hienas foram rareando. Você é uma das últimas. Sei que vocês querem transformar isso aqui num chiqueiro igual aqueles sites vagabundos que nos sabemos bem quais são. Aqueles que vivem das migalhas petistas. Mas não vão conseguir.
        P.S.:”As Barbas do Imperador” e “Lima Barreto – Triste Visionário” são geniais.Mas livro que que ignora os muitos episódios de autoritarismo da esquerda nacional não é sério.
        P.S.: Racismo pra mim é coisa séria. É crime e crime grave. Pode ser honesto uma vez na vida e dizer quando eu fui racista? Por que fascista eu sei quando fui. Foi na primeira vez em que critiquei o PT, há quase trinta anos. Foi a primeira vez que me chamaram de fascista. Mas era uma adolescente bonitinha me criticando…minha namorada.Você se expressa como um velho feio.
        P.S.: Essa “realpolititika”… Sou um admirador incondicional da Marina Silva. Minha casa foi uma das “Casas de Marina” da campanha de 2010. Interessante que você que só a criticava, mas no momento em que descobriu que eu a admiro,ela subitamente virou mais assertiva que o Ciro, por ter assinado uma nota em que pedia votos para o poste, coisa que o Ciro fez quinze dias antes.Claro que ela não subiu no palanque da cambada.
        P.S.: suas indicações de livro são ruins pra cachorro.

    Enrique

    23/02/2020 - 17h19

    Poxa, usar essa besteira rasa da Lilia de referência é muito triste

    Daisy

    27/02/2020 - 06h17

    Concordo plenamente! Mas pra mim ele rasgou a fantasia há tempos, não só nesse episódio. O ambiente nesse site se tornou um antro de bolsominios. Ar irrespirável, só lamento, saudades do tempo que MR era um jornalista imparcial.

NeoTupi

23/02/2020 - 02h01

Não vi nada de errado no artigo do Felipe Araújo. Coronelismo, desde o fim da velha república, é quase sempre usado no sentido figurado, no caso em voga creio que refere-se a uma oligarquia política familiar e para perfil de político que age seguindo apenas sua vontade.
Os policiais em motim estavam em situação de insurgência.
Cid poderia mediar, negociar, ou organizar uma cadeia da legalidade com a sociedade civil para vencer na opinião pública, ou mesmo exigir a GLO e Guarda Nacional do Gov. Federal para enfrentar a situação. Poderia até organizar um levante popular de massa, se tivesse capacidade de liderança para isso.
Quando ele, sem ter autoridade constituída para isso (senador não é governador para comandar tropas), nem legitimidade política à revelia da lei que só um levante popular teria, dá ultimato de 5 minutos para rendição e resolve enfrentar à força uma tropa amotinada, também fez sua própria insurgência ao querer fazer justiça com as próprias mãos. É um ato típico de coronelismo, já que é desejo de impor-se e exercer mando, e não um levante popular de fato que ele liderasse. Se ele tivesse construído um levante popular seria admirável e algo muito mais legítimo.
O fato do motim continuar mostra que seu gesto voluntarioso não ajudou a resolver a situação, sequer criou uma situação política realmente favorável, e levou à derrota nessa batalha. Felizmente não perdeu a vida.

    Miramar

    23/02/2020 - 13h44

    “Coronelismo, desde o fim da velha república, é usado em sentido figurado.” Honestidade passou longe…

Marcos Videira

22/02/2020 - 21h43

Será cada vez mais frequente os ataques do PSOL ao PDT. É o PT terceirizando o jogo sujo e posando de “bom moço – nada tenho com isso”. Em troca do apoio de Lula a Freixo, o PSOL virou um puxadinho do PT.

João Evangelista

22/02/2020 - 21h37

Camarada,com uma esquerda “shopping center “dessas quem precisa de inimigos?Tentativa de homicídio foi querer passar o trator em cima de pessoas outras,além dos próprios policiais.O próprio senador avisa pra tirarem as mulheres e crianças. Uma crítica cega só reforça o estigma que tais corporações tem contra a esquerda.Há aproveitadores?Sim,mas o grosso do movimento é composto de pessoas que estão preocupadas com a melhoria salarial ,entre outros tópicos .Colocá-los no mesmo patamar de milicianos só
faz degastar aqueles que poderiamos,como esquerda,trazer pra causa da luta de classes.Devo dizer que,gostando ou não, a Polícia Militar vai continuar existindo,pois interessa ao governante do momento,independente de qual partido for.Não esqueça que quando o Cid era governador o trato com os professores era debaixo de borracha.As polícias, antes de Lula,enxergava o PT como baderneiros, desordeiros e outros adjetivos mais.Com Lula e a criação do Pronasci,que garantia uma rentabilidade extra por curso feito,nunca havia visto tanto “petista”.Com o fim dessa remuneração no governo Dilma,e a massificação na mídia de “fatos” contra a esquerda ,a coisa voltou a piorar.Vejo com pesar ,a mídia dita progressista,reforçar um preconceito que a mídia hegemônica já faz tão bem.Qualquer coisa, se desejares,posso te explicar melhor alguns nuances desse processo todo.Abraços!

Pony Express

22/02/2020 - 19h57

Qualquer pessoa com as faculdades mentais em dia percebe claramente o nível da cagada que foi feita, esquerdistas em primis.

O que vale ressaltar é que a ideologia leva vocês a serem desonestos e a mentir a si proprios até o ponto de fingir que foi algo fantástico.

Apontar como sempre fazem para justificar o inimigo da vez é a prova clara disso tudo…que como de costume é ridiculo.

Fonzie

22/02/2020 - 19h47

Que a dos Gomes seja uma estirpe de Coronéis a gente não descobriu certamente sexta feira, é tudo menos que uma novidade.

Sebastião

22/02/2020 - 19h23

Não tem como negar, que a atitude de Cid foi extrema. Mas, foi o desespero pra que a greve política(porque esse capitão Wagner é o responsável e tem que ser responsabilizado, e por se tratar justamente na cidade dos Ferreira Gomes), tomasse maiores proporção. Fez, achando que os policiais fossem intimidados e não viessem a reagir. O que é ser muito inocente, pois os policiais estavam tocando o terror na cidade sem mostrar a cara. O que pra esses policiais, pouco importam, se os contribuintes que pagam o salário deles como servidores, sofram com a violência.

Evandro Garcia

22/02/2020 - 16h48

Redação,

justificando o ato obsceno desse elemento (exclusivamente porque de esquerda) estão criando um precedente perigoso.

Larguem de serem estúpidos e respeitem a democracia e a civilização humana.

Evoluam um pouco pois da dó ler essas coisas em 2020.

    Redação

    22/02/2020 - 16h52

    Prezado Evandro, precedente perigoso é o presidente da república e filhos apoiarem motim ilegal de polícia, causando imediatamente o aumento da taxa de homicídios no estado do Ceará.

      Evandro Garcia

      22/02/2020 - 19h34

      Realmente nãoo percebem a que ponto sem retorno chegaram ?

      Deixem essas coisas para o Afeganistão, a Líbia e o Iraque.

      Repito, estão criando um precedente perigoso, depois não reclamem…

      Wellington

      22/02/2020 - 19h37

      Continuem assim que vai dar certo….só não vale reclamar se o Brasil é considerado pouco mais que o lixão do Mundo.

      Sônia Valença

      22/02/2020 - 19h43

      Chega de mentiras e factóides também né…

      Tony Manero

      22/02/2020 - 20h16

      Tudo que acontece no Bya culpa é do Presidente da República.

      Deve ser algum fetiche sexual sadomaso.

        Tony Manero

        22/02/2020 - 20h17

        “Brasil”

      Daisy

      27/02/2020 - 06h54

      Um erro não justifica o outro, cara para que tá feio, passar por cima de milicianos com retroescavadeira não é atitude sensata, fazer motim e receber apoio dos filhos do fascista também não.

    Rodrigo Silva

    22/02/2020 - 18h29

    De qual democracia e civilização vc fala? A democracia e a civilização das economias centrais do capitalismo? Por aqui, a violência e a desigualdade já se naturalizaram! Talvez não vc não perceba…

      Evandro Garcia

      22/02/2020 - 19h35

      Da sua civilização certamente não estou falando pois não temos sinais.

        Rodrigo Silva

        23/02/2020 - 10h56

        Por favor, companheiro, vamos falar de coisas mais objetivas. Olhe os “números” desse país e os compare com zonas de guerra…

          Evandro Garcia

          23/02/2020 - 12h27

          Entendemos nesses dias do porque a violencia se naturalizou.

          Rodrigo Silva

          24/02/2020 - 08h51

          Evandro Garcia, vc não entende não!

          Entende-se ,sim, pela excessiva desigualdade do nosso país, pela ausência do Estado nas regiões pobres desse país; e quando o mesmo está presente é para reprimir. E agora com seu enfraquecimento vai virar farra das milícias.

          E a conclusão é que nossa Constituição é apenas um pedaço de papel! Ela não está no coração e na mente do brasileiro.

          Evandro Garcia

          24/02/2020 - 09h44

          “çei…”

    asddd

    25/02/2020 - 15h18

    Evandro quem quer ser PM deve saber que não pode fazer greve, escolha qualquer outra profissão se quiser direito a greve.

      Evandro Garcia

      25/02/2020 - 18h31

      Que sejam processados assim como o tratorista maluco….nào vejo onde està o problema.


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