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Eduardo Bolsonaro volta a insultar a China e cônsul-geral adverte: “seria prudente não criar mais confusões”

O Consul-Geral da China no Rio de Janeiro, Li Yang, advertiu o deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do presidente da república e presidente da comissão de relações exteriores da Câmara dos Deputados, que páre de insultar a China em suas redes sociais. No dia 1 de abril, mesmo após todo o tumulto criado pelo deputado […]

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O Consul-Geral da China no Rio de Janeiro, Li Yang, advertiu o deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do presidente da república e presidente da comissão de relações exteriores da Câmara dos Deputados, que páre de insultar a China em suas redes sociais. No dia 1 de abril, mesmo após todo o tumulto criado pelo deputado no início de março, que forçou os presidentes da república de ambos a países a trocarem telefonemas, o deputado Eduardo Bolsonaro voltou a atacar a China, usando um termo que provoca imensa indignação no país, que é “vírus chinês”. Os diplomatas chineses, além disso, continuam identificando ondas intensas de ataques à China nas redes sociais, de maneira que não há como separar o uso da expressão pelo deputado desses ataques no submundo da internet brasileira.

Li Yang advertiu:  “Neste momento crucial da cooperação bilateral no combate à pandemia de Covid-19, seria mais prudente não criar mais confusões. Ainda mais importante, seja um verdadeiro brasileiro responsável, ao invés de ser usado como arma pelos outros!”

Vendedores chineses tem cancelado, sistematicamente, a entrega ao Brasil de produtos essenciais para o combate à pandemia, sem maiores explicações. As informações que correm pela imprensa internacional é que o governo Trump está jogando todo o seu peso geopolítico para convencer as empresas chinesas a desviar para os Estados Unidos todos os seus suprimentos médicos e de proteção.

Com membros ligados ao presidente Bolsonaro fazendo provocações baratas contra o governo chinês, é evidente que isso criará dificuldades para que compradores brasileiros nessas disputas comerciais. Entre um comprador que xinga a China e outro comprador que demonstra respeito pelo país, qual será o escolhido?

Aliás, não deve estar passando despercebido à diplomacia chinesa que até mesmo o ministro da Saúde, Luiz Mandetta, e seus assessores principais, tem feito observações negativas completamente desnecessárias, sem base em qualquer evidência, sobre a transparência do governo chinês nos números de mortes e infectados naquele país.

***

Na Revista Intertelas

“Valorize as relações China-Brasil, Deputado Eduardo”, Li Yang, Cônsul-Geral da China no Rio

Deputado Eduardo, no tuíte que você postou no dia 1 de abril, chamou o Covid-19 de “vírus chinês”, o que se trata de mais um insulto à China que você fez depois de ter postado tuítes em 18 de março para atacar maliciosamente a China. Você é realmente tão ingênuo e ignorante? Como deputado federal da República Federativa do Brasil que possui alguma experiência em tratar dos assuntos internacionais, você deveria saber que os vírus que causam pandemia são inimigos comuns do ser humano, e a comunidade internacional nunca chama os vírus pelo nome de um país ou região para evitar a estigmatização e a discriminação contra qualquer grupo étnico específico.


A Organização Mundial da Saúde seguiu esta regra do direito internacional para chamar o novo coronavírus de “Covid-19”. Além disso, ainda está por confirmar a origem deste vírus. O surto de Covid-19 em Wuhan não significa necessariamente que Wuhan foi a fonte inquestionável do novo coronavírus. O diretor do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos já reconheceu que, durante a chamada “epidemia de gripe” nos Estados Unidos, no ano passado, algumas pessoas teriam morrido por Covid-19. Isso justifica que, muito provavelmente, os Estados Unidos foram a fonte de Covid-19. Mas podemos batizar o Covid-19 como “vírus norte-americano”? Não! Do mesmo modo, ninguém no mundo pode chamar o Zika como “vírus brasileiro”, apesar do fato da epidemia de Zika ter acontecido e ainda acontecer casos frequentemente no Brasil.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro. Crédito: A Gazeta.
É por causa do seu ódio à China que ataca frequentemente a China? Mas de onde vem esse ódio? A aproximação entre a China e o Brasil é resultado de um desenvolvimento histórico com alicerce natural. Tanto a China como o Brasil são grandes países emergentes com território e população gigantes, com culturas ricas e coloridas e povos simpáticos e amigos. Ambos os países possuem planos grandiosos para promover a prosperidade e riqueza nacionais, bem como ambição para salvaguardar a paz e justiça internacionais.

É ainda mais importante o fato de que não há divergências históricas, nem conflitos atuais entre os dois países que já se tornaram parceiros estratégicos globais. O povo chinês sempre abraça o povo brasileiro com sincera amizade, tratando o Brasil como nosso país irmão e parceiro. O respeito recíproco e a cooperação de ganhos mútuos de longo prazo entre os dois países trazem benefícios pragmáticos para os dois povos. Por dois anos consecutivos, dois terços do superávit do comércio exterior do Brasil vieram da China, o seu maior parceiro comercial!

É por isso que tanto a geração do seu pai como a da sua idade estão todos se dedicando a promover a cooperação amigável sino-brasileira. Em resumo, os seus comportamentos remam contra a maré e não só colocam você no lugar adverso do povo chinês de 1,4 bilhões, mas também deixam a maioria absoluta dos brasileiros com vergonha, bem como criam transtornos ao seu pai, que é o Presidente da República. É realmente uma prova de ignorância a respeito do tempo atual!

Será que você recebeu uma lavagem cerebral dos Estados Unidos e quer ir firmemente na esteira deles contra a China? Os Estados Unidos eram realmente um país grande e glorioso. No entanto, neste ponto crítico do avanço da civilização humana, os EUA perderam sua posição histórica e o sentido de desenvolvimento, tornando-se quase totalmente causadores de problemas nos assuntos internacionais, e uma fonte de ameaça à paz e segurança mundiais. Os líderes atuais norte-americanos já se esqueceram dos ideais dos fundadores do país de assegurar a justiça.

Ademais, tornaram-se monstros políticos cheios de preconceitos ideológicos contra os outros países e sem capacidade de governar, o que pode ser justificado pelo desempenho horrível no combate à pandemia de Covid-19 nos EUA. Por outro lado, sendo uma potência cheia de vitalidade e em ascensão, o Brasil deve e é capaz de fazer contribuições importantes para o progresso da civilização humana, desde que tenha sua própria visão estratégica, possua sua perspectiva correta sobre os assuntos internacionais e desempenhe seu próprio papel construtivo. O Brasil não deve tornar-se um vassalo ou uma peça de xadrez de um outro país, senão o resultado seria uma derrota total num jogo com boas cartas, como diz um provérbio chinês.

Deputado Eduardo, há pelo menos uma semelhança entre a cultura confucionista chinesa e a cultura cristã brasileira que é a crença em que sempre existe a causalidade em tudo, razão pela qual temos que pensar nas consequências antes de fazer qualquer coisa. Como não é uma pessoa comum, você deveria entender melhor essa razão. O que é o mais importante para o Brasil agora? Sem dúvida, é salvaguardar a vida e a saúde de centenas de milhões de pessoas, e reduzir ao mínimo o impacto da pandemia na economia do Brasil, da China e do mundo, através da cooperação China-Brasil no combate ao Covid-19.

A China nunca quis e nem quer criar inimizades com nenhum país. No entanto, se algum país insistir em ser inimigo da China, nós seremos o seu inimigo mais qualificado! Felizmente, mesmo com todos os seus insultos à China, você não conseguirá tornar a China inimiga do Brasil, porque você realmente não pode representar o grande país que é o Brasil. Porém, como é um deputado federal, as suas palavras inevitavelmente causarão impactos negativos nas relações bilaterais. Isso seria uma grande pena! Contaminaria e poluiria totalmente o ambiente saudável que China e Brasil conquistaram até aqui.

Portanto, é melhor ser mais sábio e racional. Você pode não pensar na China, mas não pode deixar de pensar no Brasil. O demônio do Covid-19 chegou finalmente à maravilhosa terra brasileira. Neste momento crucial da cooperação bilateral no combate à pandemia de Covid-19, seria mais prudente não criar mais confusões. Ainda mais importante, seja um verdadeiro brasileiro responsável, ao invés de ser usado como arma pelos outros!

Li Yang

Cônsul-Geral da República Popular da China no Rio de Janeiro

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Comentários

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Vladimir

08/04/2020 - 16h02

E o Cônsul ainda fala em tom ameaçador. O Brasil perdeu toda a moral e soberania. É esse o Brasil, sem respeito e sem moral que querem? Ainda não notaram que estão mandando no país? Por onde esse povinho anda que não percebeu nada ainda? Em Marte? Os povos do mundo já estão cientes, só aqui o povo nada percebeu ainda.
ACORDEM! SAIAM DO REINO DE NÁRNIA ANTES QUE SEJA TARDE.
Desliguem-se do BBB, das novelas, dos programas idiotizadores e zumbificadores da TV, do futebol, que não nos levam a nada.

Francisco

04/04/2020 - 01h04

Não vai demorar e o povo vai se voltar contra os bolsonaros inclusive os bolsonaristas qdo perderem parentes por causa da estupidez do Eduardo Bolsonaro. O que era graça, zueira, mito mito, vai virar ódio. Não se brinca com a vida das pessoas.
Uma frase mal colocada e uma morte inesperada são o suficiente para causar uma guerra.
Quem perder um ente querido não vai perdoa-los pelas insanidades que dizem e falam.
São 3 filhos minados ao extremo pelo pai.

Caio

03/04/2020 - 20h08

Esse rapaz estudou na UFRJ, fez um curso top, teve aula com excelentes professores. E vemos o que ele fazia lá. Colava, matava aula e pagava para fazerem os trabalhos dele e devia namorar nas aulas tb. É um cara desprovido de cérebro.
A China tá retaliando o Brasil. Só um cara não vê isso. O Bozo. Tá retaliando em equipamentos para a pandemia e futuramente vai retaliar no comércio internacional.
Nada como ser um asno de primeiro time. Tal pai tais filhos.
O pai e os filhos são um bando de burro xucro. Qdo o Trump chutar a bunda do pai os filhos aprendem.

Alan C

03/04/2020 - 19h00

“The hole family”

uhauhahuahuahuahua… é só um fritador de hamburguer zé ninguém

chichano goncalvez

03/04/2020 - 17h52

Eu digo e repito, e não me cansarei de repetir, é uma quadrilha de bandidos , mafiosos, nazifascistas, assassinos, cafajestes, alem de serem mentirosos, falta alguma palavra do dicionario para definir essa quadrilha que esta no poder ? Falta , terão que inventar uma palavra pior das que existem para definir esse bando de estrume ( desculpe o estrume, pois este dá adubo ).


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