Menu

Análise: o encontro de Ciro e Lula e o que significou para a política brasileira

Na última quinta-feira, 29 de outubro, os jornais amanheceram com a notícia de um encontro, ocorrido em setembro, entre o ex-presidente Lula e o ex-ministro Ciro Gomes, que não se falavam desde as eleições de 2018. Imediatamente, o fato se tornou a notícia mais comentada no dia, e criou uma série de especulações. A matéria […]

22 comentários
Apoie o Cafezinho
Siga-nos no Siga-nos no Google News
Reprodução.

Na última quinta-feira, 29 de outubro, os jornais amanheceram com a notícia de um encontro, ocorrido em setembro, entre o ex-presidente Lula e o ex-ministro Ciro Gomes, que não se falavam desde as eleições de 2018.

Imediatamente, o fato se tornou a notícia mais comentada no dia, e criou uma série de especulações. A matéria do Globo que deu o “furo” interpreta o encontro como uma “trégua” entre os dois líderes, diz que eles “selaram as pazes”, e que houve um “início de reaproximação”.

Os protagonistas do encontro, Lula e Ciro, mantiveram segredo sobre o teor da conversa. Após a repercussão do diálogo, Ciro publicou uma nota que é uma dessas pequenas obra-primas de diplomacia política, repleta de mensagens subliminares. Sem citar Lula ou mesmo o encontro, o pedetista procura explicar as razões que o levaram a aceitar se encontrar com o petista. 

“Promover o impeachment desse presidente genocida e irresponsável para proteger a democracia brasileira e punir seus reiterados crimes de responsabilidade; discutir alternativas de mudanças ao modelo econômico para reverter a maior crise socioeconômica da história brasileira; e proteger o patrimônio nacional contra a entrega corrupta a barões locais e potências estrangeiras.

Ao redor desses valores, considero-me mais que autorizado, sinto-me obrigado a construir, no que estiver ao meu alcance, o diálogo possível com quem for necessário para proteger a nação brasileira.

Isso não muda em nada minha compreensão ao redor do atual momento brasileiro. Para além dos gravíssimos problemas estruturais, estamos na eminência de eleições municipais. Dessa forma, trabalho para que o voto do nosso povo tenha um duplo objetivo: escolher bons prefeitos e prefeitas, vereadores e vereadoras, que serão essenciais para mitigar a gravíssima extensão da crise, que se agravará em 2021, data de suas posses. E, também, estou tentando ajudar para que esse voto auxilie na construção de um caminho alternativo, que ofereça ao Brasil as bases de um novo projeto nacional de desenvolvimento, encerrando a confrontação odienta e despolitizada que tem dividido de forma perigosa a nação brasileira.

Na prática, lembro que o meu partido, o PDT, construiu alianças preferenciais no campo do que chamamos de centro-esquerda – cujo núcleo base é formado por PSB, PV, REDE, PDT- , mas também temos alianças, por exemplo, com PSD em Belo Horizonte, DEM em Salvador e São Luís e PSOL em Florianópolis e Belém.”

Por parte do PT, as reações foram díspares, embora previsíveis. O ex-governador Tarso Genro não ocultou seu entusiasmo, qualificando o encontro de “histórico” e “extraordinário”. Para Genro, o Brasil “precisa de uma recomposição de diálogo político civilizado. Isso tem que ser concertado com as lideranças que têm  grande credibilidade política”.

A presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, que sempre foi um dos quadros mais hostis a Ciro Gomes dentro do partido, teve uma primeira reação bastante constrangida. Ao final de uma longa entrevista à Radio Arapuan FM,  concedida ainda no dia 29, o âncora perguntou a Hoffmann se o encontro significava “entendimento entre os dois líderes e os dois partidos para as próximas eleições”. Após enfatizar que não podia confirmar o encontro, Gleisi faz uma declaração não de todo antipática, afirmando que “qualquer gesto de unir as oposições é importante”, mas emenda dizendo que um desses gestos deveria ser, por parte do candidato que os Ferreira Gomes apoiam em Fortaleza, parar de “atacar” a candidata petista Luizianne Lins.  Ela encerra, porém, com uma sinalização de paz: “mas esses gestos a gente tem que ir construindo”.  A resposta é tão breve e seca que os radialistas ficam em silêncio, durante quase meio minuto, à espera que ela acrescente mais alguma coisa. Ela não diz mais nada, e o âncora do programa agradece e se despede. Em seguida, o mesmo âncora comenta que é curioso que Gleisi tenha se negado, de início, a reconhecer a própria realização da conversa, que estava na capa de todos os grandes jornais do país: “estão com medo de assumir que Lula conversou com Ciro?”

Horas depois, Gleisi endurece um pouco o tom e faz a seguinte declaracão ao Globo: “Lula é um homem generoso, de coração grande. Mas eu, particularmente, penso que qualquer aproximação com Ciro Gomes passa por um pedido público de desculpas dele ao Lula e ao PT, pelo que ele disse, principalmente ao Lula”.

O cuidadoso segredo com que o encontro foi realizado, o tom sombrio e enigmático da nota de Ciro, o silêncio do ex-presidente Lula, o entusiasmo de Tarso Genro, a reação inicialmente constrangida e, em seguida, hostil, da presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, nos ajudam a entender melhor o significado dessa conversa. 

É preciso separar duas coisas: uma coisa é o que Ciro e Lula tinham em mente quando aceitaram se encontrar em São Paulo, no Instituto Lula; outra coisa, totalmente diferente, é o impacto político desse encontro na sociedade, sobretudo a partir da informação contida na reportagem do Globo, jamais rechaçada por nenhum dos dois, de que foi selada uma “trégua”, e que eles “fizeram as pazes”.

Sobre os motivos políticos ou pessoais de ambos, não é difícil especular.

Vamos começar falando dos motivos de Ciro.

As eleições em Fortaleza devem ter sido um dos temas do encontro, especialmente se lembrarmos que, ainda segundo a reportagem do Globo, o principal articulador da conversa foi o governador do Ceará, Camilo Santana, que é do PT. Em nenhum lugar do país, a relação entre PT e PDT é tão problemática, tensa, contraditória, como Fortaleza. Igualmente, em nenhuma capital, o bolsonarismo tem mais chances de obter uma importante vitória política e eleitoral como em Fortaleza. A força eleitoral de Capitão Wagner é anterior à onda bolsonarista, embora de alguma forma já fosse um de seus sinais. Com o apoio de Bolsonaro, todavia, Wagner se torna ainda mais forte – e mais perigoso. 

As pesquisas e a observação empírica da situação em Fortaleza mostram duas coisas: se o Capitão Wagner disputar o segundo turno com Luizianne, ele ganha. Já ganhava na eleição anterior, de 2016, e agora ganha com ainda mais facilidade. Se enfrentar o candidato do PDT, José Sarto, por sua vez, Wagner perde o favoritismo. Ele pode até ganhar, mas de maneira muito apertada. As razões políticas são fáceis de entender: numa disputa entre Wagner X Sarto, todo o centro político de Fortaleza vai com Sarto; num embate entre Wagner X PT, todo o centro é atraído para Wagner. 

Para Ciro Gomes, uma vitória em Fortaleza é muito importante. O PDT não esconde que tem grandes planos para 2022: Ciro deve vir novamente candidato a presidente da república, e o trabalhista Roberto Claudio, atual prefeito, será o candidato a governador no Ceará, com boas chances de vitória.  Para Ciro, será fundamental ter um palanque firme no Nordeste, a região onde é mais conhecido e onde, segundo todas as pesquisas, obtém sua melhor performance eleitoral.

Mas em que Lula poderia “ajudar” Ciro em Fortaleza? 

Bem, basta olhar para a reação de Luizianne Lins ao encontro. A petista reagiu com perplexidade, indignação e por pouco não abandona a sua campanha. Para debelar a crise, o PT sentiu-se obrigado a publicar uma “carta” em apoio a sua candidatura, o que é um tanto bizarro. A troco de que um partido manifesta apoio a um candidato de seu próprio partido senão diante da suspeita de que a candidatura estaria sendo abandonada?

Por que a revolta de Luizianne? A imprensa cearense matou a charada num minuto, explicando que a divulgação do encontro entre Lula e Ciro ajudaria Sarto a neutralizar uma das principais “armas” de Luizianne, que seria pintá-lo como “inimigo” de Lula, e, com isso, evitando que o eleitorado simpático ao ex-presidente, expressivo na cidade, desse seu voto de confiança no pedetista. 

Além disso, o encontro ajudaria o governador Camilo Santana a enfrentar a terrível saia justa em que se encontra. Ao mediar um encontro entre Ciro e Lula, Camilo abre mais espaço a seu redor, neutralizando os militantes mais estridentes de ambos os lados.

O sucesso da aposta de Ciro (que para ele foi de alto risco) pode ser medido pelas pesquisas de intenção de voto em Fortaleza. O seu candidato, José Sarto, conseguiu atravessar o momento mais perigoso da campanha, aquele em que aparecia atrás de Luizianne Lins, durante o qual havia o risco da petista receber o “voto útil” do eleitor antibolsonaro. Hoje, Sarto está à frente de Luizianne e as pesquisas trazem cenários de segundo turno que deixam bem claro que apenas ele, Sarto, tem condições políticas de vencer o segundo turno contra o Capitão (e mesmo assim, não será fácil). O “voto útil” agora tende a se concentrar em Sarto. 

Só isso já teria valido o encontro. Mas esses são os motivos mais imediatos, e, por assim dizer, menores, de Ciro. Há outras razões, mais universais, de mais longo prazo, sobre as quais falaremos mais adiante. 

E Lula, o que ganha com esse encontro?

Para Lula, o encontro com Ciro foi muito importante. Na verdade, se pusermos de lado a questão de Fortaleza, foi ele quem mais ganhou com sua divulgação. 

O principal ganho político de Lula é aparecer como principal articulador das oposições a Bolsonaro.

Possivelmente, Lula já antevia que a candidatura de Luizianne não tinha muito futuro e por isso entendeu que, mesmo que o encontro pudesse prejudicar o PT na disputa em Fortaleza, ele valia a pena, porque amplia sua própria liderança e influência sobre todo o campo progressista. Se fôssemos usar a linguagem do xadrez, poderíamos dizer que Lula, antevendo que não podia mais salvar uma peça importante mas não essencial (um peão, por exemplo), resolve sacrificá-la para ganhar um posição mais estratégica no jogo.  

Entretanto, seria injusto com ambos falar apenas de seus interesses políticos pessoais. Independente dos defeitos, excessos, equívocos, de cada um, não se pode negar que ambos são lideranças profundamente nacionalistas. E são nacionalistas aqui no sentido verdadeiramente autêntico do termo, de compromisso com os interesses nacionais, incluindo aí a soberania e o bem estar da população. 

Neste sentido maior, o encontro de Ciro e Lula, independente dos cálculos políticos locais e imediatos de cada um, teve um significado realmente histórico, cujas ondas permanecerão vibrando durante muito tempo. 

A militância cirista reagiu ao encontro com ceticismo, irritação e até mesmo frustração, por razões políticas muito evidentes: ela percebeu imediatamente os riscos e os danos que isso poderia trazer a Ciro, visto que uma das principais virtudes do trabalhista tem sido conquistar, a duras penas, sob ataque cerrado diário de outras forças de esquerda, o status de uma liderança progressista independente de Lula e do PT, disposta a fazer todas as críticas que sejam necessárias, sem papas na língua, aos erros cometidos ontem e hoje pelo campo que o próprio Ciro tem chamado, num tom não muito carinhoso, de “lulopetismo”. 

A militância petista, por sua vez, pelos mesmos motivos, reagiu com satisfação ao encontro: ela entendeu que o gesto foi uma vitória política de Lula. Afinal, Ciro veio ao encontro de Lula, e não o oposto. E Lula é que volta a aparecer, como já dissemos, como o Grande Articulador.

Entretanto, é um grande erro analisar qualquer fato político a partir da interpretação da “militância”.

Quando olhamos para fora dessas duas bolhas “adversárias”, lulopetismo versus trabalhismo, constata-se rapidamente que o encontro foi bem visto pela maioria das pessoas, sobretudo aquelas identificadas como oposição a Bolsonaro, de esquerda ou não. 

O que a militância cirista vê, por exemplo, como um dano político a Ciro, que é se aproximar justamente daquele a quem o trabalhista critica duramente, a maioria das pessoas entendeu como um gesto acima de tudo democrático, além de demonstrar a humildade de quem colocara o interesse nacional acima das divergências partidárias. 

Por sua vez, o que a militância petista entende como vitória de Lula, ou a prova de que ele é, de fato, a única liderança capaz de unir o campo progressista, a maioria das pessoas viu como a disposição do ex-presidente de dividir essa responsabilidade com outros quadros e outras forças, igualmente por entender que o Brasil é mais importante que uma legenda. 

Olhando para o que os americanos chamam de  “big picture”, o grande quadro, constata-se que as duas lideranças saíram muito maiores do encontro. A disposição para o diálogo, o esforço para dar uma forma mais civilizada e madura às divergências políticas, e, sobretudo, a sinalização para um entendimento futuro fundamentado nos grandes interesses nacionais, tudo isso oferece uma diferença tão radical com o modus operandi do bolsonarismo, que já representa, por si só, uma poderosa demonstração de força da oposição a Bolsonaro. O fato do gesto ter sido protagonizado por duas lideranças do campo progressista consiste, por sua vez, numa vitória moral de todo o campo.

O gesto oferece ainda uma lição política: as divergências são saudáveis, necessárias até. Se não houvesse a divergência entre Ciro e Lula, o encontro dos dois não teria tido impacto nenhum. Neste sentido é que se deve interpretar a decisão de Ciro de se afastar do processo eleitoral no segundo turno de 2018: para deixar claro que, a partir daquele momento, o PDT não queria mais fazer parte do que o povo entendia como uma coisa só, o petismo. E a razão desse gesto não era egoísta, mas um cálculo político visando a preservar, para o campo progressista, um espaço de liberdade não contaminado pelo antipetismo. É importante que o campo progressista tenha forças autônomas, independentes. Que impacto teria uma possível “união” do campo progressista se já estivesse junto num bloco só? Nenhum! O impacto de uma eventual união dos diferentes é proporcional ao grau de força e autonomia de cada partido ou movimento. Quanto mais independentes e diferentes entre si, maior será a força que terão ao se unirem, justamente porque terão ampliado seu alcance para além das bolhas individuais. Se Ciro tivesse associado sua imagem ao PT no segundo turno de 2018, ele seria visto hoje como uma subliderança petista, e teria perdido a capacidade de costurar alianças com setores sociais críticos ao PT. E se ele entendia, assim como muitos outros, que o antipetismo foi a força dominante nas eleições de 2018, era essencial que o campo progressista tivesse uma estratégia para se reconciliar com todo esse eleitorado crítico ao PT. Em 2022, essa reconciliação com o eleitorado crítico ao PT será determinante para a derrota de Bolsonaro.

Essa união dos campo progressista, porém, não pode ser artificial ou forçada. Não é uma união que se faz com uma fotinha nas redes sociais, ou uma canetada. Até porque, para fazer sentido, ela não pode representar prejuízo para nenhum dos lados. O PCdoB, em especial, costuma pregar uma união que, ao cabo, acaba prejudicando a si mesmo, e, ao se enfraquecer, prejudica a esquerda como um todo. Pensar em si mesmo, em sua própria imagem, é tão importante quanto pregar a união. Nos avisos de emergência dos aviões, a instrução é pôr o respiradouro antes em si mesmo, e apenas depois em seu próprio filho, porque não se pode ajudar ao outro se você mesmo não consegue respirar. 

Os que pregam uma união dessa maneira, na verdade contribuem para ampliar ainda mais a cisão de todo o campo, na medida em que obrigam as diferentes forças a provarem, com mais ênfase que antes, que são diferentes e independentes. 

As pesquisas para as eleições municipais deste ano indicam que o antipetismo não arrefeceu. A decisão de Ciro e do PDT, de terem mantido uma distância crítica do PT, tanto nas eleições de 2018, como nas municipais deste ano, tem se mostrado, até aqui, correta, e – se as urnas assim o confirmarem – terão evitado um terrível desastre eleitoral para o campo progressista. 

Ao mesmo tempo, o encontro de Ciro e Lula é sinal claro de que há necessidade de retomada do diálogo.

Ciro cometeu excessos lamentáveis em seus ataques ao PT e a Lula. Com isso, afastou não apenas quase todos os eleitores petistas, como também perdeu muita gente que não simpatiza com esse tipo de ataque. Algumas frases de Ciro flertaram com a calúnia política, e, neste sentido, a presidenta do PT tem razão ao dizer que o pedetista deve alguns pedidos de desculpas ao PT e a Lula. Ciro deveria fazê-lo.

Além disso, Ciro parece ter ajudado Lula e PT a reforçarem a narrativa de que são apenas vítimas e perseguidos (e, em certa medida, são mesmo, embora a narrativa também seja útil para esconder todos os seus erros políticos). 

Mas é preciso também admitir que poucas vezes se testemunhou uma campanha de destruição de imagem e reputação mais insidiosa do que a feita pelo petismo contra Ciro. A narrativa de “fuga para Paris”, por exemplo, é uma invenção do PT, visto que Ciro deixou claro, no próprio dia da eleição, a sua opção política. 

A decisão do PT de não usar o vídeo de Ciro dizendo “Ele não” após saber do resultado da votação no primeiro turno, e usar todas as suas forças, em plena campanha, para estigmatizar a sua decisão de não participar diretamente da campanha petista (quando era óbvio que Ciro se resguardava para manter um espaço de oposição a Bolsonaro que não fosse tão facilmente neutralizável como “petista”), visou exclusivamente destruir a imagem do pedetista. E quase o conseguiu. 

O PT igualmente deveria pedir desculpas a Ciro por isso.

O encontro de Ciro e Lula, por fim, é uma sinalização também para que amigos e conhecidos petistas e pedetistas parem de levar as divergências políticas para o lado pessoal. É possível ser amigo, é possível conversar, mesmo com diferenças, especialmente se há um objetivo em comum, que é derrotar o obscurantismo político, o ultraliberalismo plutocrático e a milicianização institucional representados pelo governo Bolsonaro!

Apoie o Cafezinho

Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

Mais matérias deste colunista
Siga-nos no Siga-nos no Google News

Comentários

Os comentários aqui postados são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site O CAFEZINHO. Todos as mensagens são moderadas. Não serão aceitos comentários com ofensas, com links externos ao site, e em letras maiúsculas. Em casos de ofensas pessoais, preconceituosas, ou que incitem o ódio e a violência, denuncie.

Escrever comentário

Escreva seu comentário

Aline Sá

02/11/2020 - 20h56

Você foi cirúrgico! Parabéns!!!

Tiago Silva

02/11/2020 - 19h36

*Observam-se…

Tiago Silva

02/11/2020 - 19h34

Observa-se três constatações:

1- Ciro precisa do Lula, mesmo em Fortaleza;

2- Os “coristas” estão cada vez mais parecidos com “bolsonarista” ou “mblistas” do anti-petismo (o que transforma-se na esquerda que a direita gosta, quando não a própria direita – mesmo que só Freud explique isso Kkk);

3- A necessidade de “coordenação” dos partidos de Esquerda (mais até que união em uma chapa, mas várias chapas coordenadas em primeiro turno para que se brigue em todos os perfis do eleitorado).

P.S. Pior que a reação desconcertada da Gleise Hoffman, parece-me a necessidade de tamanha construção narrativa do Miguel do Rosário em perceber que passou ao menos 3 anos adubando o anti-petismo que diminui o PT, mas também todas as esquerdas (inclusive o PDT), assim como favorece a cultura do ódio como política e que fez o Brasil ser terreno fértil do NeoNazismo (Neoliberalismo + Nazismo) do Bozismo ou NeoFascismo (Neoliberalismo + Fascismo) da Lava-Jato/VemPraRua/MBL/etc ou até de “cirismos cegos” (de ódio) como comentado em item acima.

Francisco*

02/11/2020 - 13h32

Sobre o colóquio do ‘dar os dedinhos’, nada mais esclarecedor, além do bastante, ‘estridente silêncio de Lula’, a ‘jenial’ nota, “uma dessas pequenas obra-primas de diplomacia política, repleta de mensagens subliminares”, a ponto de ter que ser complementada, no ‘explicar as razões’, não tão minuciosa e explicitamente explicadas, por essa miscelânea requentada pelo barista chefe do estabelecimento, em tentativa de alumiar a intelecção dos comentaristas, em vão, vistas as primárias bicadas desferidas.

“Cría cuervos …”.

E deixando o brincante ‘trabalhismo progressista bicante’, de lado, antes que costeie o alambrado, para maior desespero celestial dos mestres Briza e Darcy com o atual ‘Airpdt’, resta para encerrar o pós colóquio em tela, o trabalhista Mangabeira Unger.

Tadeu

02/11/2020 - 13h01

Essa narrativa de Paris é só mais uma das habituais canalhices dos petistas. Quem votou em Ciro no primeiro turno, votou no Andrade no segundo, e teria votado independentemente de quem ficou aqui, quem viajou para Paris ou quem foi para a PQP. A questão nunca foi essa. O que os petistas queriam e continuam querendo é uma demonstração cabal de submissão de Ciro ao cachaceiro. Foi só sair essa nota (n’O Globo, que as pessoas estão esquecendo, por descuido ou estratégia, se tratar do pasquim da empresa que tem o seu próprio projeto, de moldar uma esquerda que atenda aos seus interesses), aliás, que a petralhada voltou à carga de tentar empurrar a empulhação de que Ciro finalmente se dobrou ao poderoso chefão.

Ninguém quer “unidade” nenhuma, e sim hegemonia. E até aí tudo bem, o jogo é jogado. Mas quando o PT – novamente, de acordo com a personalidade dos seus filiados e a cultura e o histórico do partido – resolve jogar sujo, isso precisa ser denunciado, e respondido à altura. Senão fica parecendo que o PT teria uma espécie de direito de fazer contra Ciro e o PDT – ou contra Marina e o PSB, como já aconteceu – exatamente o que fazia contra FHC e o PSDB. Se é assim, então os demais partidos têm o mesmo direito de contra-atacar com as mesmas armas. Que é o que o PSOL já está fazendo, inclusive, se aproveitando da mesma paúra que o PT tem de atacá-lo decisivamente que as outras forças de esquerda têm de atacar decisivamente o PT.

A real é que nenhum partido de esquerda considera o Bonoro um inimigo pior do que os outros partidos de esquerda. Cada um quer destruir os outros, não vê correlação de forças que possibilite isso, e por isso passam a manter esse relacionamento tóxico que se vê agora. É em cima disso que a direita joga, parada, e ganha.

    Diógenes

    02/11/2020 - 15h08

    A tragédia é termos elementos como Cirolipa e Lula ainda em 2020…os brasileiros já cortatam a cabeça desses dois primatas mas alguém ainda não entendeu…

Bruno Wagner

02/11/2020 - 11h38

Excelente análise, Miguel!

Hilario

02/11/2020 - 09h34

“O ENCONTRO DE CIRO E LULA E O QUE SIGNIFICOU PARA A POLÍTICA BRASILEIRA…?”

A desgraça do Brasil atual me parece um bom exemplo do significado.

Jota One

02/11/2020 - 09h00

Alguém acredita na sinceridade de Ciro Gomes?

Oblivion

01/11/2020 - 22h33

Gleisi h sempre se portando como uma infiltrada no pt que tem como único objetivo levar o partido pro buraco (e tá conseguindo). Lembram que ela foi, no mínimo, a porta voz da ala do pt q insistiu na “eleiçao sem Lula é fraude” e que o pt não sairia de vice do Ciro (Ciro – Haddad) nem se um camelo passasse por uma fechadura (ou algo assim). Minha sugestão, frente de esquerda sem pt nem de vice; temos muitos bones ótimos (molon, randolfe, Marina Silva, dino…), claro que o pt tem muita gente boa, mas agora é hora de mostrar sua potential grandeza.
Só uma dúvida, é a pl do senador petista da paraiba que oficializa benésses com dinheiro público pros bancos? Lula, Ciro, Molon, Randolfe…. estão todos de acordo tb?

Henrique

01/11/2020 - 21h30

“especialmente se há um objetivo em comum, que é derrotar o obscurantismo político, o ultraliberalismo plutocrático e a milicianização institucional”
E o lulismo não representa o liberalismo plutocrático não?
Cara, que lamentável esse texto…

Henrique

01/11/2020 - 21h27

Retomada de diálogo com uma corrente de fanáticos? Não há possibilidade de diálogo com fanatismo. Há 3 fanatismos a serem combatidos com toda a força no país. O bolsonarismo, o neoliberalismo e o lulismo. Com toda a força! Sem dó nem piedade! NÃO PRECISAMOS DO LULA! Pelo contrário, precisamos nos afastar o máximo possível!

    Diógenes

    02/11/2020 - 06h51

    “Com toda a força! Sem dó nem piedade! NÃO PRECISAMOS DO LULA! Pelo contrário, precisamos nos afastar o máximo possível!”.

    Ainda bem que você não é fanático…kkkkk

Henrique

01/11/2020 - 21h24

“Ciro cometeu excessos lamentáveis em seus ataques ao PT e a Lula.” Porra, bicho, pelo amor de Deus! Qual excesso? Ciro preciso do centro pra 2022 e não do Lula.

Marcos

01/11/2020 - 21h23

Boa noite, Miguel. Gosto muito dos seus textos. E mais uma vez, você se esforça para nos brindar com uma analise ampla do momento, muito complexo pra ser exato. Soma, aprofunda e vale a pena a leitura.

Mas meu ponto de visto sobre esse episódio é mais sucinto. Creio que esse é o ponto de virada de chave de CIRO, pra mim, seu discurso beligerante para com o PT, em parte se esgota junto com essa onda bolsonarista que não elegerá nenhum nome em uma Capital de peso no processo eleitoral. SOU CIRISTA, e foram 2 anos de ataque frontais com repetidos discursos sobre a corrupção nos governos do PT, e isso foi necessário (como vc disse para demonstrar independência).

E isso causa raiva/antipatia, afasta o eleitorado petista que poderia migrar para CIRO e aumenta sua rejeição. Ele sabe disso, sabe que para representar uma frente ampla (mesmo que essa não inclua o PT, e eu aposto que o projeto é esse) precisa de um tom de apaziguamento e de esperança. E agora ele tem dois anos para mostra seu projeto para o pais, focando exclusivamente nisso, claro cabendo criticas a politica econômicas equivocadas do PT, PSDB.

Agora uma aliança, pedir desculpas como a presidente do PT, acreditar nisso é pura ingenuidade.

Henrique

01/11/2020 - 21h22

“Algumas frases de Ciro flertaram com a calúnia política”? Cite uma!

    Gedeon

    02/11/2020 - 15h09

    Já perdeu apartamento e dois carros…500 mil reais.

Efrem Ventura

01/11/2020 - 19h53

Continuam insistindo com esse velhos mofos, podres, falidos até quando…?

Os brasileiros deixaram e continuam deixando todos os dias bastante claro que nao querem mais saber dessa gente, que isso é passado…

Nao percebem que falar de Lula e Ciro Gomes no ano de 2020 é ridiculo…?

Nao me parece dificil entender que é preciso de gente nova e principalmente jovem…

Alan C

01/11/2020 - 18h43

Foi somente um encontro político, nada mais. Ciro se encontra com personalidades da política nacional – exceto a bandidagem debilóide da bozolândia – o tempo todo, normal.

Algumas considerações:

1) “Fazer as pazes” é infantil demais, parece coisa do doente mental do bozo quando diz que “tá namorando” um político quando quer puxar seu saco. Coisa de inútil minúsculo.

2) Gleisi é só uma viajante maluca, ninguém liga pro que diz, não tem credibilidade. Pra ela Jesus tem que vir à Terra e pedir clemência a São Lula da Silva, uma completa desmiolada, quase uma personagem folclórica.

3) Quem saiu perdendo do encontro foi que não gosta de nenhum dos dois. Fato!

4) Ciro não deve se desculpar por ter dito verdades em relação a Lula e o PT, e não irá faze-lo. Se tivesse pedido desculpas, se apequenaria da mesma forma que o Miguel colocou muito bem quando falou da atitude pequena do PCdoB. Se tivesse se desculpado, Ciro hoje seria visto como o PCdoB é visto, como uma mera linha auxiliar do lulopetismo, algo com pouco valor, pequeno, medroso, da forma como o povo vê o militarismo hoje em relação ao zé ninguém do presidente, e se livrar dessa pecha não é fácil.

5) PT e Lula tb não devem pedir desculpas à Ciro, é do jogo político, sempre foi assim e sempre será.

6) Excelente matéria, Miguel.

JOAO BATISTA

01/11/2020 - 17h00

Espero que Ciro saiba o que faz ao se reunir, nesse momento delicado da eleição 2020, com esse velhaco corrupto ligado à escória política brasileira.

Netho

01/11/2020 - 15h18

A possibilidade de vitória de Wagner em Fortaleza era nula, tanto quanto a passagem do PT ao segundo-turno. Bastou Lula entrar na foto ao lado da ex-prefeita que a petista penetrou na ladeira escorregadia característica dos partidos em rota declinante. Lula e o PT estão fadados a se tornarem coadjuvantes, e viriam de graça, para a Frente que haverá de se formar caso haja disposição residual que seja para afastar a extrema-direita da liderança do processo político nacional que conquistou e vem ampliando com o auxílio luxuoso dos erros crassos do lulo-petismo. O colunista faz saltos triplos carpados e piruetas arriscadas para demonstrar o acerto das tratativas. O momento foi péssimo para o PDT e inútil para Ciro Gomes. Lula e o PT nesta altura do campeonato fazem soma negativa e, no futuro, não levará a outra coisa a não ser recolocar a questão ”sine qua non” pela qual o lulismo e o petismo são notoriamente conhecidos. O protagonismo obsedante do qual nunca abrirá mão e a hegemonia estratégica que sempre demarcou os movimentos petistas no tabuleiro da política nacional. Ciro e o PDT comportam-se de forma equivocada, ingênua, otimista e panglossiana. Lula e o PDT padecem da síndrome de Estocolmo. Mais uma vez, Ciro e o PDT ensaiam representar, outra vez, o papel de ”camisinhas” na tática de Lula e como ”peões negros” no tabuleiro do xadrez. O PT nunca abriu e jamais abrirá mão de jogar com as brancas. O exemplo de sacrificar o PSOL em São Paulo na primeira hora é só uma amostra do que esperar de Lula e do PT na hora ”H” do dia ”D”. Só um cego que queira ver, o pior tipo de cego segundo Millôr Fernandes, para imaginar que toda a movimentação do PDT e Ciro justificar-se-iam para assegurar a vitória em Fortaleza. Ora bolas! Se o PDT com prefeitura e governo do estado nas mãos não se mostrar capaz de vencer uma candidatura apoiada no vazio, completamente desarticulada, então o poder do fogo do governador e do prefeito aferidos nas pesquisas são falsos. Estava escrito em qualquer manual de pesquisa elementar que a ex-prefeita e o ex-capitão sairiam à frente dado o ”recall” de suas campanhas pregressas. O candidato do PDT haveria de largar atrás, por definição. Só um asno em matéria política e um pascácio sem conhecimento eleitoral poderiam imaginar que qualquer candidato do PDT apoiado pelo prefeito e, mesmo de longe, pelo governador, certamente chegaria ao segundo-turno e liquidaria a fatura na reta final. O anti-petismo é tão forte em escala nacional que já aplastou as candidaturas nos 3 principais colégios eleitorais: SP, RJ e MG. Em Fortaleza, o petismo seria levado a tapar o nariz e votar em qualquer um, menos no bloco associado ao Messias da Tortura e Arauto da Cloroquina.

    Daniel

    05/11/2020 - 09h09

    Ótimo comentário, amigo.


Leia mais

Recentes

Recentes