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Análise: para quem vão os votos de Mendonça Filho e Delegada Patrícia?

Segundo o Ibope e o Jornal do Commercio (que pagou a pesquisa), a razão principal da recuperação de João Campos, na pesquisa divulgada hoje, pode ser a transferência dos votos obtidos pelo terceiro e quarto colocados no primeiro turno, para o candidato do PSB. O resultado das eleições em Recife, no primeiro turno, ficou assim: […]

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Para onde vão os votos da Delegada Patrícia, candidata de Bolsonaro no primeiro turno?

Segundo o Ibope e o Jornal do Commercio (que pagou a pesquisa), a razão principal da recuperação de João Campos, na pesquisa divulgada hoje, pode ser a transferência dos votos obtidos pelo terceiro e quarto colocados no primeiro turno, para o candidato do PSB.

O resultado das eleições em Recife, no primeiro turno, ficou assim: João Campos 29%, Marília Arraes 28%, Mendonça Filho 25%, Delegada Patrícia 14%, Carlos (PSL) 1,7%.

A matemática é relativamente simples: o candidato que herdar a maior parte dos votos de Mendonça Filho e Delegada Patrícia, tem mais chances de ganhar as eleições.

Os candidatos que ficaram em terceiro e quarto lugar são conservadores. Mendonça Filho foi ministro da Educação de Michel Temer, e um apoiador do impeachment de primeira hora. A Delegada foi apoiada explicitamente pelo presidente Bolsonaro.

A pesquisa Ibope sondou essa transferência, e descobriu que 55% dos eleitores de Mendonça Filho e 74% dos eleitores da Delegada Patrícia irão votar em Campos.

Caso esta tendência seja confirmada no Datafolha desta quinta-feira, haverá uma dinâmica favorável ao deputado socialista.

É possível ainda que toda a confusão envolvendo áudios vazados de Tulio Gadelha, deputado federal do PDT que se rebelou contra a determinação de seu partido e decidiu apoiar a petista, tenha parado em grupos de whatsapp e produzido algum estrago na campanha de Marília Arraes.

A Delegada Patrícia declarou neutralidade na campanha, deixando seus eleitores, num primeiro momento, em dúvida sobre seu voto no segundo turno. A candidata tinha a expectativa de que seu eleitor anulasse o voto, ou não fosse votar. Mas se isso não acontecer, e se o seu eleitor optar por um dos lados, isso poderia determinar os rumos da eleição.

Bolsonaro é muito rejeitado em Recife, e ambos os candidatos, João Campos e Marília Arraes, se aventuram em terreno perigoso quando tentam furar a bolha e conquistar os eleitores de Mendonça Filho e Delegada, porque podem atrair para si a pecha de candidatos ligados ao bolsonarismo.

Essa talvez venha a ser, aliás, a estratégia de Marilia: caso se torne claro que Campos começou, de fato, a herdar os votos dos candidatos que ficaram em terceiro e quarto lugar, ela poderia associar João Campos a Bolsonaro. Não será tarefa fácil. Faltam apenas três dias, e o PSB deu uma guinada à esquerda nos últimos anos, após seus “desvios” em 2014 e 2016, quando apoiou Aécio no segundo turno e, em seguida, militou pelo impeachment da presidente Dilma. No Congresso, o PSB é um partido de oposição ao governo federal.

Por outro lado, as eleições em Salvador, São Luiz, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, mostram que a maioria dos eleitores não tem seguido orientações de cunho ideológico para votar. Nada garante, todavia, que a questão nacional e a polarização ideológica não tenham um papel mais presente em Recife.

Estejamos todos preparados para mordemos a língua no dia da eleição, porque as pesquisas estão tendo dificuldade para captar o sentimento e as tendências do eleitor!

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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