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A batalha pelo coração da classe média

Hoje vamos falar das estratégias necessárias não apenas para vencer Bolsonaro nas urnas, mas para algo ainda mais fundamental: esmagar o “bolsonarismo social”, esse extremismo bizarro, proto-fascista, contaminado por todo o tipo de terraplanismo (científico, econômico, jurídico, etc), empurrando-o para o buraco de onde ele nunca deveria ter saído. O bolsonarismo precisa ser esmagado na […]

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Hoje vamos falar das estratégias necessárias não apenas para vencer Bolsonaro nas urnas, mas para algo ainda mais fundamental: esmagar o “bolsonarismo social”, esse extremismo bizarro, proto-fascista, contaminado por todo o tipo de terraplanismo (científico, econômico, jurídico, etc), empurrando-o para o buraco de onde ele nunca deveria ter saído.

O bolsonarismo precisa ser esmagado na sociedade, e precisa começar pela chamada “opinião pública”, que é aproximadamente o que poderíamos também classificar de opinião educada. Grasmci falava em hegemonia cultural. São fórmulas ou conceitos que o brasileiro com instrução média pode entender muito bem, sem precisar ser versado em marxismo ou ter noções profundas de sociologia. Trata-se de construir maioria política junto ao eleitor com instrução mediana para cima.

Essa é uma estratégia importante em qualquer circunstância. Ter apoio da maioria dos instruídos será fundamental não apenas para a vitória nas urnas, a qual poderia ser obtida (como já foi) sem a chancela destes, mas sobretudo para a governabilidade, pois um governo sem apoio dos setores instruídos dificilmente conseguirá se defender das tentativas de golpe que fatalmente se abaterão sobre um governo sustentado apenas pelo eleitor culturalmente vulnerável.   Em se tratando de um governo progressista, que tente levar adiante um projeto econômico que contrarie interesses das elites, a falta de apoio das classes instruídas corresponderá, necessariamente, a uma grande instabilidade política, que por sua fez paralisará a administração, contaminará a economia, resultando em declínio de aprovação popular e queda do regime. Já vimos esse filme. Lula quase caiu em 2005. E Dilma foi facilmente derrubada em 2016.

Para deixar claro, quando falo em “instruídos”, não me refiro aos acadêmicos, aos ultraletrados, aos eruditos, mas simplesmente àqueles brasileiros que tiveram oportunidade de concluir o ensino médio, além dos sortudos que fizeram alguma faculdade ou curso técnico e/ou profissionalizante, e que possuem um desenvolvimento intelectual mínimo para apreender determinados códigos do jogo político, e reagir e interagir de alguma maneira.

Isso não significa que os instruídos são mais inteligentes ou “humanos” do que os brasileiros não-instruídos. Não raro se dá o oposto. O “instruído” às vezes se mostra mais preconceituoso, violento e sectário do que o eleitor culturamente menos sofisticado. Há várias razões para isso. A mais generosa, para os instruídos, é que eles estão, por exemplo, mais expostos às campanhas de manipulação da mídia. É sempre angustiante saber, por exemplo, que alguns nomes ilustres da cultura mundial, cuja obra hoje está associada aos mais altos valores humanistas, como o cineasta sueco Ingmar Bergman, foram de início simpáticos ao nazismo.

Devemos sempre ter fé, todavia, que uma pessoa instruída, desde que não esteja emocionalmente destruída, ou intelectualmente estéril, pode rever seus valores. Assim que as informações sobre os horrores do nazismo se tornaram incontestáveis, Bergman deixou de apresentar qualquer simpatia pelo regime, e, ao contrário, o seu comportamento passado passou a ser um motivo de grande constrangimento para ele. Por sorte, a sua fama acabou se consolidando de tal maneira, que as pessoas simplesmente passaram a ignorar seu pecadilho de juventude.

De qualquer forma, a chave do nosso argumento não é nenhuma superioridade moral ou política dos mais instruídos, e sim o fato inexorável de que são indivíduos dotados de muito mais capacidade para interagir no mundo da política do que seus conterrâneos que não tiveram as mesmas oportunidades de educação.

Sendo bem pragmático: os instruídos tem mais ferramentas intelectuais e, em geral, mais tempo e recursos, para fazer a luta política nas redes sociais.

A estratégia de vencer o bolsonarismo através da conversão dos mais educados já está em curso, mas não porque as elites ou a mídia assim o determinaram. A maioria do empresariado ainda apoia Bolsonaro, segundo as pesquisas.

Os partidos políticos também ainda não deram mostras de ter nenhuma estratégia neste sentido. O petismo, por exemplo, continua apostando na estratégia de romantizar o passado, vendendo a ideia de que o Brasil precisa “voltar a ser feliz”, sem entender que foi justamente esse tipo de mensagem que deu vitória a Bolsonaro. O povo não quer voltar ao passado, porque essa “felicidade” toda nunca foi uma realidade concreta. O petismo acabou acreditando demais na própria propaganda. Um país que via mais de 60 mil de seus habitantes serem vitimas, todo ano, de violências brutais, que apresentava índices alarmantes de estupro, roubos, sequestros, onde as periferias se viam cada vez mais controladas por milícias autoritárias, com sistemas de transporte público cada vez mais caóticos, não vai querer “voltar a ser feliz”. É preciso apresentar uma mensagem para o futuro!

A estratégia está em curso porque ela faz parte do que Brizola chamava de “processo social”.

Os que os partidos políticos, movimentos sociais e cidadãos politicamente ativos podem fazer é identificar a onda e surfar nela, sem cair e sem morrer estraçalhado nas rochas pontiaguadas debaixo d`água.

Um dos erros do “petismo sociológico”, por exemplo, foi ter incentivado uma interpretação completemente estereotipada e preconceituosa da classe média, o que foi uma reação pouco inteligente ao fato do próprio PT ter perdido a hegemonia política junto aos setores médios da sociedade. Ao invés de refletir sobre as causas, e desenvolver estratégias para reverter esse processo, o PT passou a hostilizar a classe média. Para cúmulo da estupidez política, isso se dava ao mesmo tempo em que o processo econômico testemunhava, como poucas vezes se viu na história do Brasil, um vigoroso aumento da classe média brasileira, que passou a ter um peso cada vez maior na sociedade.

A classe média não pode nunca ser confundida com “elite”. Tampouco faz sentido chamá-la de “moralista” porque ela se indigna com escândalos de corrupção. Isso não é moralismo, mas sinal de saúde política! Na Suécia, uma vice-ministra teve que renunciar ao cargo porque se descobriu que ela havia comprado chocolates Toblerone usando o cartão corporativo do governo. Isso significa que a sociedade sueca é moralista?

Na realidade, o petismo sociológico – que eu também ajudei a promover, por muitos anos, pois havia um sentido aparentemente estratégico naqueles argumentos – passou a falar de moralismo como uma espécie de insulto político, e a classe média, segmento que mais se escandalizava e se indignava com os escândalos, até mesmo porque, como já lembramos acima, é a classe média que lê jornais, passou a ser associada a esse “moralismo”, o qual passou ser visto como um problema de ordem… moral. Criou-se a seguinte narrativa: a classe média era moralista porque não seria intelectualmente sofisticada para entender a política real (a realipolitik) como ela é: inexoravelmente corrupta. Ela não havia lido Maquiavel, e, portanto, deveria ser excluída do debate.

Daí alguém lembrou, genialmente, que outros governos progressistas também foram acusados de corrupção. Getúlio Vargas, JK, Jango, todos foram alvos de pesadas campanhas midiáticas que tentavam classificá-los como “corruptos”. Então tudo ficou mais claro: é uma velha tática da direita para derrotar governos progressistas!

Entetanto, como tudo na política, nada é o que parece.

A tática de acusar o governo de corrupto é tão velha como a própria política. Inclusive porque a corrupção política apenas tem condição de florescer realmente, com algum sucesso, dentro de governos.

Afinal, o governo Washinton Luiz, conservador, não foi derrubado por Getúlio Vargas também por  argumentos de que era corrupto?

FHC não foi alvo de campanhas sistemáticas, muitas lideradas pela esquerda, de acusações de corrupção?

Collor não foi derrubado por acusações de corrupção?

Temer não sofreu, igualmente, inúmeros ataques, vindo de todos os lados, inclusive da esquerda, por suas ligações com esquemas de corrupção?

O problema da política é que ela nos força a adotar algumas narrativas, que usamos durante tanto tempo que passamos a acreditar nelas. Daí de repente, quando vemos milhões de pessoas nas ruas acusando o governo de… corrupto, a gente não entende. Ora, será que eles não leram os nossos textos geniais, onde explicamos que, na verdade, tudo não passa de um grande complô midiático-judicial-internacional para derrubar o nosso governo?

Eu me sinto mal com tudo isso, naturalmente. Afinal, pode ser que eu tenha entendido tudo errado. Por muitos anos, observei alguns quadros importantes da cultura se tornarem figuras amargas, agressivas, reacionárias em certo sentido, e eu fico me perguntando se esse “vírus” da amargura não possa ter me contaminado. É um processo lento. Triste. Brutal. Lembro-me do grande Ferreira Gullar, poeta brilhante, militante comunista, crítico de arte corajoso, polêmico e iconoclasta. De repente, ele se tornou um articulista raivoso, gastando o precioso espaço que tinha no Segundo Caderno do Globo (uma página inteira só para ele!), para desancar o governo Lula e o PT. A mesma coisa com João Ubaldo Ribeiro, cujas crônicas no mesmo jornal eu tanto gostava. E então, o “vírus” pegou Arnaldo Jabor, outro intelectual brilhante, que subitamente passou para o lado das “hostes inimigas”.

O fato é que todos esses eram fenômenos ligados à perda de apoio na classe média. O que não é um fenômeno total, naturalmente. O petismo manteve algum apoio na classe média, ou entre as classes mais instruídas, mas perdeu a maioria, ou hegemonia. Quando isso aconteceu, e quando o partido decidiu reagir com arrogância, procurando ver a classe média como um eleitorado do qual ele não mais precisava para ganhar eleições (e, de fato, o PT ganhou eleições mesmo sofrendo já enorme rejeição na classe média), ele preparou a sua derrota política futura, dele e, de certa forma, de toda a esquerda que o acompanhava.

E hoje, como estamos?

Bolsonaro ganhou as eleições de 2018 com amplo apoio da classe média. Não era apenas um apoio positivo, mas sobretudo um apoio “negativo”, através da rejeição monstruosa dos setores mais instruídos ao PT.

Lembro-me que escrevi muito sobre isso aqui no Cafezinho, gerando fúria de leitores petistas, que achavam que eu estava fazendo o “jogo da direita”, porque eu advertia que uma rejeição tão alta na classe média era um fator extremamente perigoso, por causa do potencial energético da classe média em termos de mobilização política. Sem apoio das grandes construtoras e bancos, que podiam bancar campanhas eleitorais milionárias, os estratos mais instruídos da classe média (reitero que instrução aqui não tem nenhum sentido de superioridade moral, e que pode se dar justamente o contrário) são o fiel da balança numa eleição presidencial.

Felizmente, estamos assistindo outra mudança importante. A incompetência de Bolsonaro, tanto dele, pessoalmente, como de seu governo, tem sido tão evidente, que as classes instruídas estão se descolando de Bolsonaro e assumindo uma postura fortemente crítica. Ou seja, tudo indica que elas não estão mais dispostas a reelegê-lo.

Em termos quantitativos, do que estamos falando?

Segundo a última pesquisa do FGV Social, as classes A e B correspondem a 14,4% da população, o que corresponde a cerca de 30 milhões de pessoas.

30 milhões de pessoas!

A classe C, que inclui parte ainda mais numerosa da classe média, tem 115 milhões de pessoas!

Se misturarmos quantidade (número de pessoas) a qualidade (potencial de mobilização política), fica patente a necessidade de conquistar o apoio da classe média (que uso aqui como sinônimo das classes mais instruídas) para vencer Bolsonaro e dar sustentação a um projeto político de transformação social.

Agora vejamos os gráficos do Datafolha divulgados hoje, com os apoios da classe média, por renda e instrução, aos dois principais nomes da política nacional, Lula e Bolsonaro. Vocês vão entender o problema com o qual estamos lidando.

Vamos começar por Bolsonaro.

Os gráficos, que reuniram apenas os dados negativos, mostram que Bolsonaro enfrenta rejeição crescente entre os estratos médios da sociedade. Não há dúvida. O presidente não é mais o objeto de desejo do eleitor mais instruído. Entre eleitores com ensino superior, 62% responderam que Bolsonaro não tem capacidade de liderar o Brasil.

Esse afastamento da classe média do bolsonarismo é a melhor notícia que poderíamos ter, porque abre uma grande estrada para construirmos uma estratégia política e eleitoral vitoriosa. Se essa classe média começar a se mobilizar mais intensamente contra o presidente, não somente suas chances de se reeleger serão cada vez menores, como surge no horizonte um cenário que até há pouco parecia impossível: Bolsonaro fora do segundo turno.

Se a classe média estiver contra Bolsonaro, é muito mais difícil a consolidação de campanhas de fake news, porque os setores mais instruídos estarão mobilizados (gratuitamente) para conter isso. Os partidos não precisarão gastar quase todos seus recursos para esse fim, como tiveram que fazer em 2018.

E como está a imagem de Lula na classe média?

Aí mora o perigo, e por isso muitos temem que o principal trunfo de Bolsonaro será reavivar o antipetismo e repetir a mesma estratégia de 2018. Neste caso, as classes médias que hoje vemos se descolar de Bolsonaro poderiam ser empurradas novamente em sua direção.

Ao contrário do que as bolhas petistas gostariam de acreditar, a imagem de Lula piorou de 2018 para cá. Se, em abril de 2018, tínhamos 54% que acreditavam na justiça de sua condenação, hoje são 57%. Se tínhamos 40% que achavam sua condenação injusta, hoje são 38%. Os dados são do Datafolha divulgado hoje.

Um alerta: é claro que eu não acho que um processo contra Lula, ou contra qualquer cidadão, deva levar em conta uma pesquisa de opinião. Além disso, minha opinião tem sido clara, e a repito aqui: eu acho que Fachin agiu bem ao anular todos os processos de Lula, acho que ele tem todo o direito de concorrer novamente à presidência da república (se ele deveria fazê-lo, aí é outra história), e acho que sua condenação, por Sergio Moro, foi profundamente injusta.

O que está em debate aqui, porém, não é a inocência do ex-presidente, e sim a sua imagem na opinião pública. E eu quero destacar sobretudo a opinião dos mais instruídos.

Aí a situação ainda é complicada para Lula.  Claro que tudo isso pode mudar. Pode ser também que a pesquisa esteja equivocada. Minha análise, porém, parte do princípio que a pesquisa seja próxima da realidade. Até porque já tivemos muitas pesquisas sobre o mesmo tema, e os resultados das últimas eleições, de 2016, 2018 e 2020, não parecem se chocar tanto com esses dados.

O Datafolha fez três perguntas sobre Lula a pouco mais de 2 mil pessoas: se o ministro Edson Fachin, do STF, agiu bem ou mal, ao anular os processos de Lula; se Lula deveria ou não novamente à presidência; e, por fim, se a sua condenação por Moro teria sido justa ou injusta.

Nas três questões, o desempenho de Lula é negativo no total, como já vimos, mas piora quando se olha para os setores médios.  Entre famílias com renda entre 2 e 5 salários, onde está boa parte da Classe C (ou seja, nem são os estratos mais altos da classe média), mais de 65% responderam que Fachin agiu mal, que Lula não deveria concorrer novamente, e que sua condenação foi justa.

Quando olhamos para os níveis de instrução, a imagem de Lula também não traz dados promissores. O grosso de sua popularidade está entre os eleitores com até ensino fundamental. Quando a pesquisa ouve os eleitores com ensino médio para cima, a opinião negativa sobre Lula dá um salto. Entre eleitores com ensino médio, por exemplo, mais de 60% acha que sua condenação foi justa.

Conclusão: as oposições ao presidente Bolsonaro precisam desenvolver estratégias para reconquistar as classes mais instruídas, para transformá-las em seus principais exércitos de ataque ao bolsonarismo. É possível. Diferentemente de uma certa sociologia barata que se tentou vender no Brasil, por oportunismo político, a classe média não é inerentemente fascista, tampouco reacionária. Ela é, de fato, muito sensível a questões morais e de segurança pública, mas os trabalhadores da periferia e os evangélicos também o são. E ninguém poderá ganhar eleições presidenciais no Brasil sem apoio da classe média, dos evangélicos e dos moradores de periferia. A questão moral deve ser abordada com assertividade, sem vitimismo, sem teorias de conspiração, mas com propostas realistas e, sobretudo, com exemplo. Em seu livro sobre a vitória de Bolsonaro, o marketeiro político Juliano Corbellini, que ficou conhecido pela vitória que deu ao governador Flavio Dino contra o clã Sarney, observa que uma das razões da vitória de Bolsonaro foi sua imagem de político “limpo”, sem ligação a nenhum escândalo de corrupção. Uma dessas pesquisas divulgadas recentemente, perguntava qual a principal qualidade que um candidato a presidente deveria ter: honestidade aparece isolada em primeiro lugar.

Outro ponto importante para receber o apoio das classes mais instruídas é uma sinalização mais clara para o futuro. Essas classes sabem da necessidade de programas sociais, mas esse não é um tema que as mobilize. Seus interesses mais diretos estão na geração de empregos de qualidade, em projetos de transferência de tecnologia (dos centros internacionais para o Brasil), em ações de educação que preparem a si e a seus filhos para os desafios do novo mundo. Esses valores não são reacionários. Ao contrário. Economistas progressistas do primeiro mundo, como Hyman Minsky, já alertavam, desde a década de 60, que o combate à pobreza deveria ter como prioridade a geração de empregos, e não programas de transferência de renda (apesar de entender a importância desses). Programas de transferência devem ser complementares; a pobreza deve ser combatida principalmente pelo emprego. É assim que vamos conquistar as classes médias: oferecendo a elas a sinalização de que apenas um projeto nacional audacioso, moderno, social e ambientalmente justo, poderá oferecer um futuro próspero e livre para todos nós.

Como brinde final, deixo alguns gráficos. Não vou comentá-los porque já escrevi demais, mas eles são auto-explicativos.

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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Alexandre Neres

24/03/2021 - 19h17

“O Império sempre fez isso: campanha massiva contra Getúlio utilizando a corrupção (o famoso mar de lama), que o levou ao suicídio; contra Juscelino, que foi escapando graças à sua habilidade política incomparável; contra Jango, que levou ao golpe.

Deu respaldo ao lacerdismo em campanha de ódio e xingamentos, que agora Ciro tenta refazer, mas sem o brilho do Lacerda e com partidecos sem a força e respaldo político da UDN na época.”

Vivaldo Barbosa, brizolista e trabalhista histórico

dcruz

23/03/2021 - 16h19

Muito bom o artigo. No ponto em que é dito que a classe média cresceu nos governos Lula seria interessante frisar que esta “nova classe média” não ascendeu mantendo seus princípios ( lato senso) de classe imediatamente inferior da qual emergiu e sim copiando o que de pior existia na classe média atuante. Ela se “aculturou” com com o pior já vigente. Não educou a classe média em que se introduziu com sua experiência passada preferiu “chupar” o que já existia, ficando igual ou pior do que a assim chamada classe média tradicional. Não sei se o fenômeno dá para explicar a eleição do bozo e a persistência de núcleo duro que o mantém vivo nas pesquisar.

Alexandre Neres

23/03/2021 - 14h16

Sabe qual a próxima enquete da Falha: você é a favor do kit covid? Deve ser oferecido ao paciente tratamento precoce de cloroquina? A pergunta que não quer calar: juntamente com essas perguntas capciosas que externou, cadê a pesquisa das eleições presidenciais de 2022? Fez e não divulgou? Não fez? Afinal de contas, Datafalha, você tem medo de quê?

marco

23/03/2021 - 12h14

Queriam oq ?
Nem a correção da tabela do IR fizeram em 14 anos.

Marcus Padilha

23/03/2021 - 11h29

O problema é que a classe média não tem coração nem cérebro. Votam com o fígado!

José de Souza

23/03/2021 - 11h25

Não consigo discordar da Marilena Chauí: “A classe média é uma abominação política, porque é fascista, é uma abominação ética porque é violenta, e é uma abominação cognitiva porque é ignorante. Fim”,
Vivo no meio dessa “categoria” fluida chamada “classe média” e, pelo que observo, 80% dela é isso que a Chauí falou.
Os 20% restantes é que podem ser conquistados e decidirem a eleição.

EdsonLuiz.

23/03/2021 - 02h23

Comunicar um projeto.
Apresentar com eficiência um programa de governo.
Discutir um país na campanha eleitoral.

Receber pelo voto o mandato para implementar o projeto efetivamente apresentado em campanha e com isso adquirir legitimidade e confiança para sua implantação.

Acho que a assessoria de marketing deve ser feita por profissionais, mas não deve ter um marqueteiro principal; deve ser feita por uma equipe, de forma coletiva.

NeoTupi

23/03/2021 - 01h46

Em crise, classe média vota com a mão no bolso. Não no coração.

Pesquisa onde eleitor responde que honestidade é principal critério é igual ao antológico caso da fórmula da coca cola mudada ouvindo pesquisa de mercado: sucesso na pesquisa e fracasso de vendas.

O eleitor responde porque tem vergonha de admitir alguma tolerância com desonestidade (mesmo que sonegue, compre de contrabando, pirateie, cole em provas, pague “o cafezinho” para não levar multa, etc) e porque as demais opções são insossas, mal elaboradas.
Se fosse verdade Moro estaria liderando pesquisas. E as eleições para prefeito também provam isso. No Rio, Paes e Crivella foram para o 2o. Turno. Os dois tinham escândalos de corrupção em seus governos. E Paes ganhou mesmo tendo sido aliado de Cabral, pelo recall de administrador bem avaliado.
Mesmo em 2018 o tema corrupção teve mais apelo eleitoral porque vendeu-se a ideia de que uma montanha de dinheiro jorraria no orçamento da saúde, educação, geração de empregos, se “acabasse a corrupção”. Em vez disso, o dinheiro diminuiu. O eleitor comum escaldado com a experiência Bozo não vai repetir o papel de otário em 2022. Será mais cético. Não acreditará em santos no meio da política, nem na demonização de quem é acusado sem provas.

Alexandre Neres

23/03/2021 - 00h16

Esse Cafezinho às vezes dá sono. Que preguiça!

Será que vale a pena redigir um textão pra responder a esse proselitismo rastaquera?

Vale um introito para entender onde é que fomos nos meter. Não por acaso o presidente do país é quem é. Estamos no desgoverno Bolsonero, todos sabemos que o estado democrático de direito, as instituições e os direitos e garantias fundamentais estão a perigo. Dentre os jornalões, a Folha é aquele que faz as vezes de mais plural, de mais democrática, como se mostrasse as várias opções, sem tomar partido. Pois bem, eis que a Falha resolve criar uma enquete inocente, em pleno desgoverno do boçal-ignaro, indagando nessa altura do campeonato se o devido processo legal deve ser respeitado ou não. Este é o pano de fundo do que está sendo discutido, a enquete que a liberaloide Folha está propondo em um momento extremamente delicado da nação. Em suma, o debate que o Sr. Miguel do Rosário está promovendo.

Antes de tudo, como o nível é baixo, como posso debater com comentaristas que ora dizem que o PT é de centro, ora dizem que é de extrema-esquerda, ao sabor da conveniência de momento? Como na época da ditadura, querem prender o PT por ter ou não ter cão. Como posso dialogar com um obtuso que se diz liberal, mas os políticos que ele não só defende como exalta são notórios golpistas? Que espécie de liberal é este que não respeita nem direitos humanos de primeira geração? Sonho em encontrar um liberal no Brasil para debater, este para mim é meu verdadeiro adversário, mas nunca consegui encontrar um, só de meia-tigela, desses como o da Localiza que vive à custa do Estado. Como entabular diálogo com mau-caráter?

Enfim, acho que vai ser mais divertido escrever um roteiro para desentocar bolsominions enrustidos.

Quem fala:

“Detesto política!”
É bolsominion

“Não defendo A nem B”
É bolsominion

“Lulopetismo”
É bolsominion

“Sou contra a corrupção” (alguém conhece alguém que seja a favor da corrupção? É como dizer sou a favor da educação, como o golpista Cristóvam. Pra que bradar um truísmo?)
É bolsominion

“Não sou de esquerda nem de direita”
É bolsominion

“Não acho que seja o caso de encontrar culpado para o colapso da saúde na pandemia”
É bolsominion

“Lula não é inocente!”
É bolsominion

“Moro é íntegro e a LJ é imaculada”
É bolsominion

Paulo

22/03/2021 - 22h47

Eu tenho pena dessa classe média pouco instruída (“coxinhas”), ainda que abonada, que sai nas ruas com a bandeira verde-amarela, imaginando que encontrou seu “guru” (Collor, Bolsonaro, etc). Sei, por intuição e experiência, que serão traídos. Não são fanáticos como os evangélicos, capazes de sustentar a fidelidade contra todas as evidências, imaginando que essas “lideranças” os conduzirão à Terra Prometida, tão-só pela obra e graça de Deus; nem tolerantes o bastante para ignorarem os descaminhos dessas falsas “lideranças”. Em algum momento, se veem abandonadas no deserto. Falta uma liderança real de classe média, que espelhe essa classe com fidedignidade. Quem, talvez, tenha sido o grande e verdadeiro líder desse setor da sociedade brasileira, tão importante na definição dos rumos da nacionalidade, mas tão frequentemente ignorado? O PSDB, em se falando de Partidos, talvez tenha sinalizado com essa liderança, em algum momento, mas perderam a mão no caminho…

Tony

22/03/2021 - 22h38

Não existe classe media no Brasil, são somente 4 metidinhos que se acham melhores dos outros sabe se lá porque mas não passam de idiotas que nunca elegeram ninguém….nesse site tem vários.

Quem manda são os 95% dos brasileiros que vivem no dia a dia.

Parou de entender o povão já era. (Mano Brown).

Oblivion

22/03/2021 - 21h44

É… Pelo jeito tem que ser o coracão, pq, pela foto ali, o cérebro já se foi (isso se um dia existiu).

Tiago Silva

22/03/2021 - 21h34

A classe média foi radicalizada e ideologizada pela propaganda massiva de técnica nazifascista difundida pela Grande Mídia em associação à Farsa-Jato (Globo, GloboNews, Antas, Estadão, etc) e foi potencializado com o advento das redes sociais que também aproveitaram-se da impunidade nas redes para efetivar o discurso de ódio e das FakeNews (Olavo, MBL, Vem pra rua, Youtubers, Memes buscando criar um clima análogo aos Ipês e Ibad para o golpe militar de 1964 ou fascismo da década de 1930)…

A classe D e E nesse período foi tomada também pela influência de igrejas pentecostais que buscam incutir a ideologia de capitalismo empreendedor individualista aos mais pobres, enquanto a Classe C e B foi tomado pelo mesmo empreendedorismo individualista via ideologia Neoliberal que só satisfaz as elites e desregulamentacoes principalmente do Mercado Financeiro (que também buscou incutir sua lógica especulativa nessa faixa de renda).

E aí o que fazer?

Para essa parcela da classe média que se considerou empresário (mesmo sendo precarizado, desempregado, empregado ou servidor público descompreendidos), o PT seria algo de ódio por se ter a impressão que os tributos lhe tolhiam lucros e que esses valores iriam para pessoas humildes que não queriam que se aproximassem da mesma cesta de consumo (e ainda poderia rivalizado com os herdeiros na disputa no vaga de universidade ou vaga de emprego).

Esse pessoal da classe B foi dado coesão a partir da gourmetização dos estádios de Copa do mundo e Grupos de ZAP, enquanto os de classe C não se politizaram por o governo apenas se preocupar com a sanha consumista destes.

Então a classe média B radicalizada pelo fascismo do antipetismo votou em peso no capetão Bozo que representaria “Menos Brasília/Estado” e a classe média C, D e E buscou no Bolsonaro um candidato que sabia como nenhum outro se comunicar via mídias sociais e poderia representar o “anti-sistema” (e o episódio da facada ampiou essa visão nesse público, além de sua esteriotipozação como “Messias” para neopentecostais).

Ocorre com a incapacidade de gestão do Bozo, parte dessa classe média (principalmente os que se tornaram descrentes do empreendedorismo fantasioso e a classe alta que perde lucratividade no mercado financeiro) vai do Bozo para o juiz corrupto do Moro (basta ver o perfil dos maiores apoiadores dos dois para ver a semelhança, principalmente na classe média alta do sul).

E aí se encontra a chance desperdiçada até o momento de Ciro em buscar contrapor a narrativa da Farsa-Jato e desconstituir a imagem de “herói” do Politiqueiro criminoso do Moro que é péssimo em debates e não empolga comunicacionalmente que por isso a direita do PSDB pode lhe colocar como um vice para representar a simbologia da “honestidade” sem o colocar em confronto que o destruiria.

Ciro nem precisava ter focado em desqualificar o Capetão (apesar de necessário, pois segue-se um rito de votos de arrependidos no capetão para o marreco do PSDB), mas o que lhe traria mais votos da classe média radicalizada que poderia ser simpática à postura de atirador do ciro seria a desqualificações de Lavajatistas que traria os arrependidos do Marreco pro Ciro – sem contar que ainda traria admiração de eleitores de esquerda no Ciro como voto útil.

Uma pena que se analisam tantas pesquisas aqui no cafezinho, mas não se analisam as pessoas que estão por trás das percentagens da pesquisa… Além de principalmente não saberem escolher a estratégia mais adequada para o contexto desde 2013/2014 (principalmente Ciro que atira em todos os lados como biruta de aeroporto e Cirolipasminion que o seguem cegamente inclusive insuflando o antipetismo que é adubo para o NeoFascismo de Bozo e Moro), inclusive para que a esquerda trabalhe de forma coordenada por eleitores de faixas de renda ou segmento etário com maior potencial de crescimento.

Sente a falta de um João Santana para o PT ou Ciro, mas principalmente a falta de um Brizola para o PDT que em momentos cruciais da história sabia escolher a ação mais correta, mesmo que acima de vaidades.


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