Menu

Bresser-Pereira: Lula voltará a presidência

Por Luiz Carlos Bresser Pereira A pesquisa do Datafolha publicada nesta quarta-feira, 12, confirma o que já estava ficando claro nas últimas pesquisas. Lula voltará à Presidência da República, e Bolsonaro provavelmente não chegará ao segundo turno. A popularidade de Bolsonaro não para de cair, e por isso não deverá chegar ao segundo turno, seja […]

8 comentários
Apoie o Cafezinho
Siga-nos no Siga-nos no Google News

Por Luiz Carlos Bresser Pereira

A pesquisa do Datafolha publicada nesta quarta-feira, 12, confirma o que já estava ficando claro nas últimas pesquisas. Lula voltará à Presidência da República, e Bolsonaro provavelmente não chegará ao segundo turno.

A popularidade de Bolsonaro não para de cair, e por isso não deverá chegar ao segundo turno, seja porque Lula já ganha no primeiro turno, ou porque outro candidato representando uma direita civilizada o deixará para trás, ou porque sofrerá antes um impeachment.

Afasta-lo da presidência da República continua a ser prioritário, porque é preciso interromper seu desgoverno o mais rápido possível. E agora estamos todos contando com os senadores e a CPI.

Mas também já é preciso pensar como será o novo governo Lula. Que será de centro-esquerda e solidário com os trabalhadores e os pobres, não há dúvida. Mas será também capaz de mudar o regime de política econômica de liberal para desenvolvimentista?

Para fazer essa mudança não basta ser a favor de política industrial. Essa é uma política muito necessária, mas não basta. É preciso também colocar os cinco preços macroeconômicos no lugar certo para dar condições para que a indústria brasileira volte a investir e a exportar.

Para isto será preciso manter a taxa de câmbio em um nível competitivo, em torno de R$ 4,80 por dólar, e que este nível ou faixa seja confiável para as empresas industriais aqui instaladas, sejam elas nacionais ou multinacionais, e as leve a investir.

Para que esse compromisso seja confiável o governo deverá manter baixo o nível da taxa de juros, rejeitar a política de endividamento externo, manter a conta corrente do país equilibrada, assegurar o equilíbrio fiscal, e neutralizar a doença holandesa.

A política de endividamento externo não leva ao aumento do investimento mas ao aumento do consumo, mesmo quando os dólares entrados visem especificamente determinados investimentos, porque aprecia o câmbio e desestimula o investimento.

Para neutralizar a doença holandesa, além de se reestudar as tarifas hoje existentes, será preciso estabelecer uma tarifa adicional linear, igual para todos os bens, variável de acordo com o preço médio das commodities exportadas pelo Brasil. Quando esses preços estiverem baixos, ela será zero.

E criar um subsídio para a exportação de manufaturados igualmente variável de acordo o preço internacional das commodities. Se a OMC não concordar, adotar assim mesmo essa política. Mais vale eliminar essa desvantagem competitiva e termos exportações de manufaturados competitiva do que apoio da OMC.

Finalmente, para reduzir a desigualdade, o novo governo Lula deverá se concentrar em uma ou mais reformas tributárias que tornem progressivo o sistema de impostos, enquanto continua a dar como deu anteriormente apoio ao SUS e à educação pública.

Ainda haverá necessidade de muita luta política para chegarmos lá, mas Lula é um grande líder político e saberá liderar essa luta ao mesmo tempo que se soma a ela, porque essa será uma luta dos brasileiros.

Apoie o Cafezinho
Siga-nos no Siga-nos no Google News

Comentários

Os comentários aqui postados são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site O CAFEZINHO. Todos as mensagens são moderadas. Não serão aceitos comentários com ofensas, com links externos ao site, e em letras maiúsculas. Em casos de ofensas pessoais, preconceituosas, ou que incitem o ódio e a violência, denuncie.

Escrever comentário

Escreva seu comentário

Carlota

15/05/2021 - 10h01

Isso seria lamentável. Um bandido feito Lula de novo seria muito triste.

carlos

14/05/2021 - 07h07

Eu imaginei que o bandoleira, era burro mas ele é uma jumenta, ainda não existe candidatura oficial, vai ler a lei eleitoral analfabeto.

Alexandre Neres

13/05/2021 - 21h59

A análise do Bresser Pereira é perfeita. O Brasil dos nossos sonhos é o que altera sua política econômica de neoliberal para desenvolvimentista, com todas as mudanças preconizadas e outras mais.

No entanto, em termos de realpolitik isso não parece muito provável. O cenário do Brasil é de terra arrasada. Necessita-se de uma liderança que pacifique o país e Lula sabe como ninguém desempenhar esse papel. Novos pactos políticos têm de ser celebrados e é preciso fazer aliança inclusive com forças conservadoras, o que limita o alcance do que urge ser mudado, pois a nossa elite tacanha não larga o osso nem a porrete e quando se sente a perigo faz qualquer negócio para manter seus privilégios.

Tanto Lula quanto Ciro Gomes estão buscando apoios à direita, de modo que os respectivos programas têm que ser suavizados e alterados em alguma medida para acomodar os aliados. Se o campo progressista ficar digladiando entre si, batendo cabeça, não consegue implementar medidas para tirar o país desse lodaçal. Se unidos não somos maioria, separados a chance é mínima de levar a cabo um programa desenvolvimentista rodeado de neoliberal por todos os lados.

De todo modo, é preciso votar em deputados e senadores do campo progressista para reverter a correlação de forças que nos é desfavorável e fazer com que perca a validade a máxima de Ulysses Guimarães de que a próxima legislatura é sempre pior do que a anterior, até porque a que está lá é ruim de doer. Como diria o Tiririca, pior do que tá não fica.

Paulo

13/05/2021 - 20h00

Acho cedo para afirmar isso. E quanto a “pautar” Lula na economia, esqueçam! Ele vai fazer o que a “governabilidade” e o “presidencialismo de coalizão” mandarem, como já fez antes. Senão vejamos: mesmo acossado pelo mensalão, não hesitou em promover o petrolão (fora outras patifarias para obter fundos de campanha e enriquecer alguém próceres, nesse processo, que faziam parte da “nomenklatura”). A única coisa certa é que ele vai intensificar as pautas cultural e de costumes. Não que ele, Lula, esteja muito preocupado com isso. É que isso será imposto a ele, até como estratégia de vingança e manutenção do poder, à custa da corrosão de valores tradicionais da direita, vistos pela esquerda como empecilhos ao “progressismo” …

    Paulo

    13/05/2021 - 20h02

    Alguém próceres = ALGUNS próceres…

    Regina Soares

    14/05/2021 - 00h16

    Meu caro, essa tua ladainha é que levou o Brasil a estar hoje nesse terror. Lula já mostrou competência e que é possível governar o país para todos. Não é o meu ideal , mas para seguirmos enfrente vamos ter que começar do zero de novo. O meu ideal é um país socialista, igualitário e solidário. Mas tenho paciência.

Bandoleiro

13/05/2021 - 19h41

Cadé esse pseudo candidato e jà ganahador que ninguem vé ele em lugar nenhum…?

    Regina Soares

    14/05/2021 - 00h10

    Nem vais ver. Lula não é irresponsável e causar aglomeração em uma pandemia. Sem aparecer já está com essa aceitação, imagina quanto aparecer não é mesmo? ?


Leia mais

Recentes

Recentes