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Gilberto Maringoni: Por que a OTAN ainda existe?

Por Gilberto Maringoni A existência da Organização do Tratado do Atlântico Norte é em si um escândalo neste século 21. Mas nenhum governo Ocidental ou nenhum grande meio de comunicação faz a pergunta-chave: para que ela serve mesmo? Criada em 1949 pelos Estados Unidos, Canadá, Portugal, Itália, Noruega, Bélgica, França, Dinamarca, Luxemburgo Países Baixos, Reino […]

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Imagem: REUTERS/Ints Kalnins

Por Gilberto Maringoni

A existência da Organização do Tratado do Atlântico Norte é em si um escândalo neste século 21. Mas nenhum governo Ocidental ou nenhum grande meio de comunicação faz a pergunta-chave: para que ela serve mesmo?

Criada em 1949 pelos Estados Unidos, Canadá, Portugal, Itália, Noruega, Bélgica, França, Dinamarca, Luxemburgo Países Baixos, Reino Unido e Islândia com o propósito de estabelecer um muro de contenção ao avanço soviético na Europa, a OTAN sepultou a ilusão de Stálin sobre uma possível convivência pacífica com os aliados da II Guerra.

A partir do ataque ocidental à Coreia (1950-53), a OTAN ganhou peso e musculatura e se tornou a principal frente anticomunista da Guerra Fria. Em 1955, os países socialistas criariam o Pacto de Varsóvia, como tentativa de se contrapor ao seu poder.

Com a dissolução da União Soviética, em 1991, e sem inimigo à vista, seria quase natural que a OTAN perdesse centralidade nas políticas de defesa de seus integrantes e acabasse por desaparecer. O que ocorreu foi o contrário: mais 18 Estados se integraram a ela, nove deles ex-países socialistas, e seu orçamento se expandiu seguidamente.

Contra quem se coloca hoje a OTAN? Contra o comunismo? A Rússia é capitalista, há muito deixou de ser um império e seu governo nada tem a ver com esquerda. Contra a China? O país atua no plano global estritamente dentro das regras da economia de mercado, estabelecidas pela ONU, OMC e outros organismos multilaterais.

A OTAN não é apenas uma sucata da Guerra Fria. É a materialização do poder imperial dos Estados Unidos – cujo orçamento militar representa mais de 70% de seu total – e a ampliação de seu papel como polícia global.

Há mais uma pergunta a ser formulada nesta crise, além daquela do início deste texto. Não é o que a OTAN vai fazer na Ucrânia, mas sim o que ela ainda faz neste planeta.

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Comentários

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Paulo Werneck

24/02/2022 - 03h29

Outra pergunta: porque países como a Alemanha aceitam ter exército estrangeiro em seu território?

Nelson

23/02/2022 - 23h04

O que seria da indústria armamentista, PRIVADA, dos EUA sem o orçamento militar do Pentágono?

Como o Estado dos EUA gastaria, assim, impunemente, mais de US$ 1,4 trilhão [*] em armamentos todos os anos? – * Este é o montante real, segundo Sara Flounders (https://resistir.info/eua/pentagon_budget_p.html)

Como as megacorporações estadunidenses, de várias áreas, conseguiriam “mamar” um pouco mais na “vaca de divinas de tetas” do erário?
É assim que elas conseguem investir em pesquisa, a custo zero – para elas, é óbvio -, subvertendo princípios que tanto pregam, do liberalismo e do capitalismo de risco, com o fim de seguirem ponteando no desenvolvimento de tecnologia em todo o planeta.

Como conseguiriam convencer o povo estadunidense a aceitar que uma montanha de recursos que deveria ser investida em seu próprio bem-estar seja, todo ano, desviada para a fabricação de armas?
Se não existisse um inimigo interno, prestes a invadir seu país e a escravizá-lo, o povo estadunidense já tinha dado um jeito de acabar com essa imensa farra. Então, faz muito tempo que é necessário alimentar a existência desse inimigo para que os quase US$ 1,5 sigam fluindo para os cofres das megacorporações.

A Otan faz parte de todo esse roteiro de enganação e mentiras, golpes, destruição e assassínios em larga escala, engendrado para manter o poder sobre o planeta restrito a pequeno grupo de megacorporações e de bilionários.

Paulo

23/02/2022 - 22h32

A OTAN pode estar em um momento anacrônico, em vista de seus objetivos estabelecidos primordialmente, mas ainda serve de anteparo político e militar às ditaduras orientais, dentre as quais, as de Putin e Xi Jinping…


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