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Relatório da defesa é banho de água fria nos golpistas

A última cartada do bolsonarismo flopou – ou brochou, para ficar no vocabulário presidencial. O relatório das Forças Armadas divulgado ontem concluiu que os dados de totalização dos votos das eleições estão… corretos. Não se trata exatamente de uma novidade para a absoluta maioria da população, incluindo o mundo político, que sabe desde a noite […]

3 comentários
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Foto: André Borges

A última cartada do bolsonarismo flopou – ou brochou, para ficar no vocabulário presidencial. O relatório das Forças Armadas divulgado ontem concluiu que os dados de totalização dos votos das eleições estão… corretos.

Não se trata exatamente de uma novidade para a absoluta maioria da população, incluindo o mundo político, que sabe desde a noite do dia 30 de outubro que Lula será o próximo presidente do Brasil. Mas não é pouca coisa porque enterra de vez a possibilidade de qualquer tentativa de melar as eleições.

Recordemos: a intromissão das Forças Armadas nas atividades do TSE, querendo “fiscalizar” o processo eleitoral e desacreditando a confiabilidade das urnas, era o principal estratagema de Bolsonaro em sua sanha golpista. Esse debate surgiu repetidas vezes ao longo dos meses que antecederam as eleições, o que ligou o sinal de alerta no setor democrático da sociedade.

O risco de golpe pela via de acusar fraude nas urnas era, sem dúvidas, real. Só que Bolsonaro tentou outros tipos de golpes, como usar a PRF para tentar impedir nordestinos de votar ou comprar votos desbragadamente, como mostrou o Caco Barcelos no Profissão Repórter.

A estratégia do Jair quase foi bem sucedida. O resultado foi mais apertado do que indicava a maioria das pesquisas, o que em tese daria força para a insurreição golpista. Bolsonaro permaneceu quase dois dias inteiros calado após a divulgação do resultado, certamente aguardando apoio popular e dos militares para tentar um golpe.

Não houve apoio suficiente. Lula venceu e está está chegando a hora do Jair ir embora.

Dos bolsonaristas delirantes que foram às ruas paralisar estradas e fazer quebra-quebra sobrou uma parte que aguarda e pede e clama e chora por uma “intervenção militar” – eufemismo tosco para golpe de Estado. Já se passaram incríveis 11 dias dias da eleição e a pergunta que corre o Brasil é a seguinte: esse pessoal não trabalha não?

De todo modo, eram estes guerreiros patriotas que aguardavam com mais ansiedade o famigerado relatório das Forças Armadas sobre as eleições. O relatório veio e foi um banho de água gelada. Metafórico e literal, como demonstra a pergunta indignada de um desses cidadãos de bem: “Tomamos chuva à toa?”.

À toa não foi, camarada patriota. A ação golpista da sua turma mostrou a face nua e crua do bolsonarismo para quem ainda fingia normalidade diante da ascensão fascista que vivemos. Deixou claro também que a polícia tem lado político no Brasil e que é preciso um trabalho sério, profundo e corajoso do governo Lula para fazer com que as forças de segurança sirvam ao povo e ao país, e não mais a um projeto político.

E também proporcionou ótimas risadas, é claro. A profusão de cenas tragicômicas neste pós eleição renderá memes de qualidade por um bom tempo.

O fato é que o golpe de Bolsonaro está definitivamente enterrado. Não adianta o Ministério da Defesa soltar uma nota patética dizendo que seu relatório “não excluiu” a possibilidade de fraude. Não encontraram fraude nenhuma, meus amigos. Bye bye.

E não adianta também Bolsonaro chamar reunião com generais para açular sua turba.

“Acabou, porra!”, como diria o poeta. Lula já é o presidente de fato do Brasil.

Vão ficar chorando até quando?

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Pedro Breier

Pedro Breier nasceu no Rio Grande do Sul e hoje vive em São Paulo. É formado em direito e escreve sobre política n'O Cafezinho desde 2016.

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Comentários

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carlos

10/11/2022 - 19h56

Os generais podem tomar viagra a vontade, pelo menos a vida de quem toma azulzinho vai se abreviar.

Jonathan

10/11/2022 - 19h32

Brasil, Bangladesh, Butao e Estonia…

Bandoleiro

10/11/2022 - 19h04

O sis tema eleitoral brasileiros é ridiculo…assim como o resto.


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