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Conversas revelam que Michelle Bolsonaro usava cartão de amiga; despesas eram pagas com dinheiro em espécie

Conversas interceptadas pela Polícia Federal e divulgadas neste sábado(13) pelo portal UOL, tornaram pública uma troca de mensagens entre Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, e duas assessoras da então primeira-dama Michelle Bolsonaro. De acordo com as mensagens, a ex-primeira-dama utilizava o cartão de crédito de uma amiga e existia uma orientação para […]

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Foto: Carolina Antunes/PR

Conversas interceptadas pela Polícia Federal e divulgadas neste sábado(13) pelo portal UOL, tornaram pública uma troca de mensagens entre Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, e duas assessoras da então primeira-dama Michelle Bolsonaro. De acordo com as mensagens, a ex-primeira-dama utilizava o cartão de crédito de uma amiga e existia uma orientação para que as despesas fossem pagas com dinheiro em espécie.

Na transcrição dos áudios, Mauro Cid demonstrava preocupação de que o esquema fosse descoberto e interpretado como uma “rachadinha”, e cita o senador Flávio Bolsonaro como exemplo. Em janeiro, o site Metrópoles apontou o ex-ajudante de ordens como o responsável por pagar contas, em dinheiro vivo, da família Bolsonaro.

Em conversa entre a assessora Giselle Nogueira e Mauro Cid, em 2020, o militar da reserva fala sobre Michelle utilizar o cartão da amiga, Rosemary Cardoso Cordeiro, e compara com o caso das rachadinhas de Flávio Bolsonaro. Na época, Rosemary era assistente no gabinete do senador Roberto Rocha (PTB-MA). 

“Giselle, mas ainda não é o ideal isso, não, tá? O Cordeiro conversou com ela, tá, também. E ela ficou com a pulga atrás da orelha mesmo: tá, é? É. É a mesma coisa do Flávio. O problema não é quando! É como deputado, rachadinha, essas coisas”, disse Mauro Cid em áudio enviado para a assessora de Michelle. 

Segundo a Polícia Federal, Rosemary emitiu um cartão para Michelle, que era pago pela ex-primeira-dama através de depósitos em espécie de ajudantes de ordens da Presidência da República. A existência do cartão foi revelada pelo site Metrópoles em fevereiro de 2022.  

Em conversa pelo WhatsApp, as duas assessoras também demonstram preocupação com o uso do cartão de crédito “Deus o livre, um dia a imprensa descobre que ela é dependente da Rose”. Elas falam sobre tentar convencer a primeira-dama a não utilizar o cartão.

“Então hoje é essa situação do cartão realmente é um pouco preocupante. O que eu sugiro para você é o seguinte. No momento que você for despachar com ela, é esse assunto. Você pode falar com ela assim sutilmente, né? (…) Mas eu acho que você poderia falar assim: dona Michelle, que é que a senhora acha da gente fazer um cartão para a senhora? Um cartão independente da Caixa. Pra evitar que a gente fique na dependência da Rosy. E aí a gente pode controlar melhor aqui as contas (….). Pode alertá-las o seguinte, que isso pode dar problema futuramente, se algum dia, Deus o livre, a imprensa descobre que ela é dependente da Rose, pode gerar algum problema”, diz a assessora Cintia Borba em áudio enviado para Giselle. 

De acordo com a investigação, militares da Ajudância de Ordens do ex-presidente da República, sob comando de Mauro Cid, realizavam depósitos para contas de pessoas próximas de Michelle Bolsonaro, como sua tia, Maria Helena Graces de Moraes Braga – sempre com dias e valores similares. 

Em outro áudio para Giselle, Mauro Cid mais uma vez demonstra preocupação de que o caso seja descoberto pelo Ministério Público e, mais uma vez, faz alusão ao caso em que Flávio Bolsonaro se tornou suspeito por peculato.

“Se ela (Michelle) perguntar pra você ou falar alguma coisa ou comentar, é importante ressaltar com ela que é o comprovante que ela tem. É um comprovante de depósito, é comprovante de pagamento. Não é um comprovante dela pagando nem do presidente pagando. Entendeu? É um comprovante que alguém tá pagando. Tanto que a gente saca o dinheiro e dá pra ela pagar ou sei lá quem paga ali. Então não tem como comprovar que esse dinheiro efetivamente sai da conta do presidente. O Ministério Público, quando pegar isso aí, vai fazer a mesma coisa que fez com o Flávio, vai dizer que tem uma assessora de um senador aliado do presidente, que está dando rachadinha, tá dando a parte do dinheiro para Michelle”, diz o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro.  

Em nota, a defesa do tenente-coronel Mauro Cid informou que se manifestará apenas nos autos do processo. As defesas de Michelle Bolsonaro, Giselle Carneiro e Cíntia Borba não deram retorno às tentativas de contato.  

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Raphael Lacerda

Raphael Lacerda é estudante de jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Atualmente, escreve sobre esportes, política e participa da cobertura do carnaval carioca.

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