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Polícia Federal investiga suposta entrega de dinheiro a motorista de assessor de Arthur Lira

A Polícia Federal (PF) registrou, durante uma investigação de desvios em contratos de kit robótica, uma suposta entrega de dinheiro a um motorista de Luciano Cavalcante, ex-auxiliar direto do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Cavalcante está sendo investigado no caso e foi exonerado nesta segunda-feira (5) do cargo de assessor da liderança […]

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A Polícia Federal (PF) registrou, durante uma investigação de desvios em contratos de kit robótica, uma suposta entrega de dinheiro a um motorista de Luciano Cavalcante, ex-auxiliar direto do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).

Cavalcante está sendo investigado no caso e foi exonerado nesta segunda-feira (5) do cargo de assessor da liderança do PP na Câmara. Ele e o motorista Wanderson Ribeiro foram alvo de busca e apreensão na operação Hefesto, realizada na quinta-feira (1º).

A entrega monitorada ocorreu em 17 de maio deste ano e foi realizada pelo casal Pedro Magno e Juliana Cristina, apontados pela PF como operadores do fluxo de dinheiro, cuja origem poderia ser desvios nos contratos públicos investigados.

Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, o monitoramento de Pedro e Juliana levou a polícia ao assessor de Arthur Lira.

Às 15h17 daquele dia, a PF filmou Juliana realizando saques em uma agência bancária de Brasília, enquanto o marido aguardava do lado de fora.

Após os saques, o casal dirigiu-se a um hotel no Setor Hoteleiro Sul, em Brasília, e estacionou o veículo próximo ao bloco B. Ao chegar ao local, Pedro saiu do carro e aguardou a chegada do motorista de Cavalcante.

As imagens mostram os dois se cumprimentando e seguindo um veículo Toyota Corolla estacionado no hotel.

“Após a chegada de Wanderson Ribeiro, é possível verificar nas imagens que Pedro Magno pega uma pequena mochila no banco traseiro e, na companhia do motorista de Luciano Cavalcante, vão até o interior do veículo Corolla preto que estava com Wanderson”, informa a PF.

Os policiais que monitoravam a entrega perceberam que Pedro e Wanderson entraram no veículo e permaneceram dentro dele por cerca de 1 minuto.

Durante esse período, de acordo com o relatório da corporação, “é possível afirmar que Pedro Magno deixou pacotes de dinheiro na porta-luvas do veículo Corolla” e, em seguida, retornou ao outro automóvel, onde sua esposa estava com uma “bolsa aparentemente vazia”.

Após sair do carro, Wanderson entrou no hotel e foi até o apartamento de número 217. A PF investigou informações sobre esse quarto do hotel e descobriu que, naquele dia, o hóspede era Luciano Cavalcante.

Para confirmar que o apartamento era utilizado por Cavalcante, foram obtidas imagens do circuito interno do hotel, que o mostram chegando no mesmo dia 17, pela manhã, antes da suposta entrega de valores, com o mesmo automóvel preto.

Os investigadores também obtiveram informações junto aos responsáveis pelo estacionamento do hotel e descobriram que o Corolla usado por Luciano Cavalcante estava vinculado ao nome de Wanderson.

O advogado André Callegari, que defende Cavalcante, afirma que as imagens “não indicam nenhum ato ilícito por parte dos investigados, muito menos por Luciano, que sequer aparece nelas.” Segundo ele, os fatos serão devidamente esclarecidos durante o processo.

Callegari também defendeu Wanderson, afirmando que até o momento só existem imagens sem nenhuma comprovação de envolvimento em atividades suspeitas.

Os investigadores chegaram ao casal Pedro e Juliana por meio do monitoramento de pagamentos da empresa Megalic, que obteve contratos de fornecimento de kits de robótica para cidades de Alagoas.

Com base nas transações da Megalic, a PF passou a monitorar o casal em Brasília e descobriu uma intensa movimentação de saques em espécie, transferências bancárias e entregas de valores na capital federal, em cidades vizinhas e em Maceió. Em janeiro deste ano, o casal foi flagrado indo até a residência do assessor de Lira, com a esposa dele, Glaucia Cavalcante, sendo filmada dirigindo o veículo utilizado para as entregas.

O mesmo veículo utilizado em Maceió foi relacionado a Lira e registrado no Tribunal Superior Eleitoral durante a campanha de 2022, na qual o deputado foi reeleito.

Em uma nota assinada pelo advogado Eugênio Aragão, a defesa da Megalic afirmou que há um “grave equívoco” nas suspeitas e que todos os contratos foram estabelecidos de acordo com os requisitos técnicos do Ministério da Educação e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, por meio de processo licitatório e de ampla competitividade.

A nota também menciona que o Tribunal de Contas da União (TCU) não identificou direcionamento ou preços incompatíveis nos contratos e que a reportagem da Folha de S.Paulo, que originou a investigação, comparou erroneamente os produtos da Megalic com kits de qualidade inferior.

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Ruann Lima

Paraibano e Estudante de Jornalismo na UFF

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