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Reforma ministerial é deixada de lado mais uma vez

O governo federal anunciou novo adiamento da reforma ministerial da gestão Lula. Segundo o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, as expectativas de agregar o centrão às decisões ministeriais foram deixadas para o fim da próxima semana, quando o presidente da República retornar de viagens ao exterior. Na noite desta sexta-feira (18), lideranças partidárias foram […]

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Foto: Reprodução

O governo federal anunciou novo adiamento da reforma ministerial da gestão Lula. Segundo o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, as expectativas de agregar o centrão às decisões ministeriais foram deixadas para o fim da próxima semana, quando o presidente da República retornar de viagens ao exterior.

Na noite desta sexta-feira (18), lideranças partidárias foram acionadas pelo ministro para comunicar que, embora Lula já tenha “dado início ao processo de discussão interna”, a decisão só será consolidada após o retorno da viagem à África do Sul.

O petista embarca neste domingo (20) para o continente africano para participar da cúpula do Brics, que ocorre entre terça (22) e quinta (24) da próxima semana. Após sair de Joanesburgo, capital da África do Sul, o presidente ainda irá passar por Angola e São Tomé e Príncipe, com agenda presidencial até o próximo sábado (26).

Lula e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) se encontraram nesta quinta (17) para tentar adiantar parte da questão. O presidente informou, ainda, que o PSB pode perder espaço no governo. Alckmin disse a correligionários que ambos os partidos devem “fazer um sacrifício” em nome da governabilidade.

No entanto, esse gesto não foi o suficiente para conformar o centrão. Contrariando as expectativas dos articuladores políticos e parlamentares interessados em ministérios, a demora para definir as novas posições tem gerado “grande incômodo” – principalmente às siglas que aguardam a indicação: União Brasil, PP e Republicanos.

Para eles, a atenção do governo não é “recíproca”. Enquanto as legendas oferecem votos favoráveis ao governo, como a aprovação do arcabouço fiscal ou da reforma tributária, o governo ainda não respondeu ao principal pedido do centrão.

Conforme indicam as especulações, o ministro Márcio França (PT) deve abrir mão do Ministério de Portos e Aeroportos para o Republicanos. França, Lula e Padilha se encontraram para tratar do tema nesta sexta (18) e a expectativa é de que o ministro ocupe a pasta de Ciência e Tecnologia ou Micro e Pequenas Empresas, ainda a ser criada.

Um ponto que pesa contra a articulação do governo é o fato de que o Ministério do Desenvolvimento Social não será incluído na reforma, ou seja, Wellington Dias (PT) irá continuar no comando da pasta. Diante disso, surge a dificuldade do Planalto em definir o ministério para o PP, partido do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (AL). 

A sigla é insistente no pedido para comandar o Desenvolvimento Social, responsável pelo Bolsa Família, e Lula, por sua vez, resiste em ceder o ministério.

Articuladores também acreditam que a ausência de Lula na discussão pode indicar que ele não quer se sobrepor à série de acusações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro nesta semana.

Além disso, aliados de Lula dizem que o presidente espera aprovar algumas pautas na Câmara antes de nomear novos ministros. Isso significa que ele não quer ficar dependente do centrão e, ao mesmo tempo, ter certeza do comprometimento dos parlamentares com as pautas do governo.

No entanto, o atraso na conclusão da reforma já surte efeito nesta questão: o arcabouço fiscal, por exemplo, ainda está em trâmite na Câmara, após ter sido alterado pelo Senado. A expectativa do governo era que o processo tivesse sido concluído em julho.

Para o presidente do Republicanos, deputado Marcos Pereira (SP), a definição dos novos ministros não está próxima. “Minha percepção é que vai ficar para o fim do ano. É o perfil do Lula, ganhar tempo”, declarou.

Os parlamentares acreditam que o adiamento da reforma pode complicar o cenário na Câmara e, além disso, colocar em risco projetos na próxima semana. De acordo com um líder partidário, a falta da sinalização do governo para resolver as questões dos deputados poderá paralisar os votos na Casa.

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