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Análise do editor sobre o ato em apoio a Bolsonaro neste domingo

Foi um ato muito grande. Besteira dizer que flopou. A direita mostrou enorme poder de mobilização. Mas era previsível. Esse é o principal trunfo do bolsonarismo: uma capacidade de mobilização impressionante, juntamente com algumas técnicas. Até pouco tempo, a esquerda tinha mania de fazer manifestação 3 horas da tarde em dia da semana. A direita […]

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Foi um ato muito grande. Besteira dizer que flopou. A direita mostrou enorme poder de mobilização.

Mas era previsível. Esse é o principal trunfo do bolsonarismo: uma capacidade de mobilização impressionante, juntamente com algumas técnicas. Até pouco tempo, a esquerda tinha mania de fazer manifestação 3 horas da tarde em dia da semana.

A direita só organiza domingo. Manteve a concentração numa só cidade, justamente para obter a imagem e marcaram com muita antecedência.

Não foi apenas o tamanho do ato em si. As lives que cobriam o evento, como o Poder 360, tinham 150 mil ao vivo.

Fica a lição.

Diante desta realidade, espera-se que ideias idiotas sobre “plebiscito”, como até hoje defende Ciro, sejam engavetadas por uns 20 ou 30 anos.

Também está claro que os valentões que pregam que o governo deveria radicalizar à esquerda, mandar prender o presidente do Banco Central, explodir a ideia de reduzir o déficit, não estão enxergando muito bem a magnitude das nossas dificuldades.

Ao mesmo tempo, está claro que o governo precisa investir pesado em inteligência, estratégia e comunicação, que não é propaganda de governo (que ninguém assiste ou dá bola).

Não há mais espaço para burrice ou sectarismo na esquerda. Única salvação está em consolidar a frente ampla, fazer um bom governo, competente, moderado e democrático.

Medo ou pessimismo também não nos levarão a lugar algum. A gramática moderna da política já mostrou que o eleitor silencioso, que opta por ficar em casa, é tão importante quanto o que vai às ruas, ou seja, ele reage emocionalmente a esse tipo de manifestação, formando seu voto a favor ou contrário.

Esse é o ponto fraco, vulnerável, da manifestação bolsonarista desse domingo. Há um cansaço dessa estética cafona, careta, associada ao velho, ao chato, ao reacionário.

Me parece previsível que as comunidades científicas, acadêmicas e artísticas, que formam uma vanguarda importante, ficarão mais coesas, mais unidas, a partir de hoje, contra Bolsonaro.

Uma manifestação como essa, que coesiona a direita, também ajuda a coesionar a esquerda. Há um efeito boomerang em toda ação política.

Todo o foco da luta antifascista, a meu ver, deveria ser a construção de estruturas duradouras de organização política, ou seja, a criação de um ecossistema de organizações, think tanks, movimentos, partidos, disposto a traçar estratégias de longo prazo.

No meu livro de análise política, eu discuto várias teorias, modelos e estratégias para assegurarmos uma democracia mais estável e mais comprometida com o desenvolvimento.

Os exemplares adquiridos na pré-venda, ou seja, agora, virão autografados e com dedicatória.

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A direita vem se mostrando organizada. Eles se ajudam entre si. A esquerda também precisa se mobilizar, ou seja, assinar os portais progressistas e comprar os livros dos autores progressistas.

A luta é dura, mas com humildade e perseverança, iremos avançar e continuar vencendo.

Deixem a direita fazer suas micaretas cafonas. O foco dos progressistas deve ser produzir análises objetivas e vitórias eleitorais.

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Miguel do Rosário

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Comentários

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Natalia

26/02/2024 - 10h40

Boulos ja era, nao vai ganhar nunca.

carlos

26/02/2024 - 07h16

Malafaia tem que ser preso por lavagen de dinheiro ele e a familia dele, fazem parte da máfia do bolsonaro, no caso da remrssa de dinheiro para, os EUA pode investigar com a interpol com a KGB que consegue, rastrear direitinho o caminho da lavagem de dinheiro drssa máfia.

Humberto Luiz Lima de Oliveira

26/02/2024 - 06h21

Que beleza ler tão elucidativo texto sobre nossas agruras e perspectivas de progresso na luta contra o logo, o bolor, o cheiro de morte. Parabéns Miguel do Rosario.

Ligeiro

26/02/2024 - 00h21

As vezes tenho a sensação que quem é progressista não quer ir “junto a população” e ver a fundo como tira-los do fascismo inerente. O fascismo, dado como narrado por muitos, soa a forma mais prática para um leigo político sobreviver – não precisaria mais se preocupar com se preservar, basta seguir as regras da liderança e o resto é se virar.

Talvez o progressismo – ou melhor, quem se diz progressista – acaba ignorando a pessoa que “apenas quer viver e pronto, não importa como” – as vezes a grande parte da verdadeira “classe média”, o trabalhador que pega o trem ou ônibus ou até mesmo o carro barato e faz o caminho casa-trabalho-casa. Quando vemos as mortes de inocentes, seja no genocídio de Gaza, seja na morte banal praticada pelas polícias em todo o mundo, o progressismo acaba ignorando que o certo é prevenir isso ao invés de lamentar e falar que “vai mudar no futuro”, sendo que muitas vezes a polícia está nas mãos de alguém que não é progressista.

Ater-se as descrições, as denúncias – como as de pagamento para as pessoas irem à manifestação. Quem vai em uma manifestação desta muitas vezes até agradece o fato de ter sido pago por isso, pois paga algo que precisa. Será que um programa de renda mínima evitaria que as pessoas se corrompessem por pouco? Lembrando que é aposentado e “classe média ‘que paga de rico'” os estereótipos personagens que muitas vezes integram estes eventos.

A melhor forma de combater o fascismo, ao meu ver e posso estar errado, TALVEZ é garantir ao cidadão, à pessoa não importa quem e qual, o direito básico a dignidade. E isso não é só emprego e casa que dá. Ou garantindo à parte para uns e lentamente repassando a outros. Fazer o cidadão entender que é parte e que já tem seu direito e dignidade garantidos conforta e evita ser seduzido pelo canto do fascismo. Igualdade com justiça, mas também com a consciência que todos merecem. Enfim.

Quando criamos desavenças, intrigas; geramos uma convulsão, um caos. Esta que a direita adora se aproveitar. Coesão é uma palavra chave, como bem colocado no artigo.

Zulu

25/02/2024 - 22h46

Se as eleições fossem hoje quem ganharia ?

Tiago Silva

25/02/2024 - 22h37

Apenas um adendo:

Não se pode confundir o maior público politizado/engajado da direita em relação ao menor público politizado/engajado na esquerda em relação a plebiscitos… porém é óbvio que a esquerda precisa de artistas, intelectuais e Think Tanks (como a Direita tem os influenciadores de YouTube e máquina de divulgação por redes sociais) para poder conseguir politizar, engajar e até mobilizar a população para que a esquerda não fique refém do centrão/direito de sempre.


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