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China está ampliando sua hegemonia no mercado mundial de painéis solares

A batalha entre a Europa e a China pela indústria solar já dura duas décadas. E os fabricantes chineses de painéis solares estão vencendo com uma vantagem incontestável: eles agora representam 80% da capacidade global de produção. No entanto, o custo para manter essa vitória está pode ficar um pouco alto. A China domina toda […]

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Getty Images

A batalha entre a Europa e a China pela indústria solar já dura duas décadas. E os fabricantes chineses de painéis solares estão vencendo com uma vantagem incontestável: eles agora representam 80% da capacidade global de produção. No entanto, o custo para manter essa vitória está pode ficar um pouco alto.

A China domina toda a cadeia de suprimentos do setor de painéis solares. Os preços, que são quase dois terços mais baixos do que os concorrentes dos Estados Unidos, têm ajudado a conquistar participação de mercado.

A diferença de preço entre os dois países aumenta a cada ano. Houve um corte de preço adicional de 40% em 2023. A dominação chinesa é resultado de anos de investimento estatal. Foram investidos mais de US$130 bilhões na indústria solar só no ano passado, expandindo a capacidade de produção. Os fabricantes chineses conseguem construir mais de 860 gigawatts de módulos solares anualmente.

A maior vantagem das empresas chinesas é a escala. Graças ao tamanho do mercado doméstico – que adicionou um recorde de 217 gigawatts de energia solar no ano passado – as empresas investiram pesadamente em produção de maior escala e automação. Isso está rendendo bons resultados atualmente.

Mais 600 gigawatts de capacidade anual são esperados para entrar em operação este ano. Isso seria suficiente para suprir a demanda mundial total até 2032, de acordo com o grupo de pesquisa em energia Wood Mackenzie.

Claramente, o fato de que agora há oferta mais do que suficiente de produtos solares acessíveis é uma boa notícia para o meio ambiente e para os esforços globais de transição para formas mais limpas de produção de energia. A China foi a principal força motriz por trás do aumento de 50% na capacidade global de geração de eletricidade renovável no ano passado.

No entanto, o problema, para alguns analistas ocidentais da grande mídia, é que o ritmo de crescimento tem sido muito rápido. Mesmo o vasto mercado doméstico não consegue absorver essa capacidade excedente. O desempenho aquém das ações das fabricantes chinesas de células solares reflete um pouco essa discrepância. Longi Green Energy Technology, JA Solar Technology e Trina Solar caíram mais de 50% no último ano. A Longi, maior empresa chinesa do setor, que se tornou o segundo grupo de energia solar mais valioso do mundo, negocia a 18 vezes o lucro futuro. Isso é menos da metade da avaliação de empresas menores dos Estados Unidos. As margens operacionais caíram pela metade nos últimos quatro anos. Todos dados confirmados pelo Financial Times.

A Comissão Europeia iniciou investigações sobre ofertas de empresas chinesas para projetos na região. A indústria solar da União Europeia culpou uma enxurrada de importações chinesas por perdas e fechamentos de plantas de vários fabricantes europeus. Com esse mercado parecendo cada vez menos propício para o crescimento que os fabricantes chineses precisam, as perspectivas parecem sombrias de fato para o mercado europeu.

A grande aposta europeia pro século foram as fontes renováveis e sustentáveis de energia. Visto a forte dependência externa de gás, carvão e petróleo, apostar em novas tecnologias é essencial para a soberania europeia, mas mais que isso, os europeus acertaram em ver a tecnologia verde como a grande tendência do século, mas erraram no cálculo que apenas eles, e no máximo seu parceiro transatlântico norte americano, seriam os grande desenvolvedores e produtores destas novas tecnologias, e pretendiam com isso dominar novamente os mercados globais e continuarem a manter sua posição privilegiada na balança econômica mundial.

Mas não contavam com a capacidade chinesa. Os avanços chineses nesta tecnologia terão um impacto gigantesco nos mercados ocidentais. Podemos esperar um discurso cada vez mais protecionista não só dos EUA mas também em toda a UE.

Fontes: Financial Times

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