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China avança na construção da maior barragem do mundo

A barragem de Shuangjiangkou, no sudoeste da China, iniciou seu processo de armazenamento de água em 1º de maio, marcando uma nova fase na construção do projeto hidrelétrico que, quando finalizado, será a estrutura do tipo mais alta do mundo. A obra, localizada na prefeitura autônoma tibetana e de Qiang de Aba, na província de […]

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DIVULGAÇÃO

A barragem de Shuangjiangkou, no sudoeste da China, iniciou seu processo de armazenamento de água em 1º de maio, marcando uma nova fase na construção do projeto hidrelétrico que, quando finalizado, será a estrutura do tipo mais alta do mundo.

A obra, localizada na prefeitura autônoma tibetana e de Qiang de Aba, na província de Sichuan, está em desenvolvimento há quase dez anos e visa à geração de energia elétrica e ao controle de enchentes na região.

O empreendimento é conduzido pela estatal Power Construction Corporation of China (PowerChina), que confirmou na terça-feira (7) a elevação do nível da água no local para 2.344 metros acima do nível do mar, após a conclusão da primeira etapa do processo de enchimento.

O nível está cerca de 80 metros acima do curso original do Rio Dadu, que nasce no Planalto Tibetano oriental e deságua na Bacia de Sichuan.

Com investimento estimado em 36 bilhões de yuans (cerca de US$ 4,9 bilhões), a estrutura contará com uma barragem de 315 metros de altura. A medida supera em 10 metros a atual recordista, a barragem Jinping-I, também situada em Sichuan.

Segundo a PowerChina, a capacidade de armazenamento de água da usina é de 110 milhões de metros cúbicos — o equivalente a quase oito vezes a capacidade do Lago Oeste, em Hangzhou.

O projeto inclui não apenas a barragem principal, mas também um complexo sistema de desvio do rio, mecanismos para geração de energia, estruturas de descarga de enchentes e sistemas de monitoramento técnico. A previsão é de que a primeira unidade geradora entre em operação até o final de 2025.

Quando plenamente operacional, a usina terá capacidade instalada de 2.000 megawatts, com projeção de geração superior a 7 bilhões de quilowatts-hora por ano, volume suficiente para atender ao consumo anual de mais de 3 milhões de residências.

De acordo com dados divulgados pela PowerChina, essa produção poderá substituir o consumo de cerca de 2,96 milhões de toneladas de carvão e reduzir as emissões de dióxido de carbono em 7,18 milhões de toneladas por ano.

O projeto recebeu aprovação do governo central chinês em abril de 2015, e as obras foram iniciadas em julho do mesmo ano. Desde então, os trabalhos envolveram soluções de engenharia para lidar com os desafios impostos pela altitude superior a 2.400 metros e pelas características geológicas da região.

Artigo publicado em 2016 no periódico Engineering, da Academia Chinesa de Engenharia, destacou a complexidade do empreendimento, apontando dificuldades relacionadas à resistência sísmica, controle de infiltrações e drenagem.

Para superar essas limitações, foram incorporadas tecnologias como sensores remotos, robótica e comunicação por rede 5G. Entre as inovações, estão rolos robóticos equipados com sensores, utilizados para coletar dados em tempo real, e drones aplicados na identificação de riscos ambientais em áreas próximas à obra.

O projeto Shuangjiangkou se insere em um histórico mais amplo de construção de barragens na China. Desde a década de 1950, o país ergueu mais de 22 mil barragens com mais de 15 metros de altura, o que representa aproximadamente metade de todas as estruturas desse tipo no mundo. Essas construções têm sido usadas principalmente para geração de energia, controle de enchentes e irrigação.

A maioria das barragens de grande porte na China está concentrada no sudoeste do país, em bacias hidrográficas que incluem os rios Lancang, Yangtze e Jinsha. A construção dessas estruturas, no entanto, tem sido alvo de críticas relacionadas a seus impactos ambientais e sociais.

Entre os efeitos apontados por especialistas estão a perda de biodiversidade, erosão do solo, destruição de sítios arqueológicos e culturais, além da remoção compulsória de populações locais. Estima-se que mais de um milhão de pessoas tenham sido realocadas em decorrência de projetos hidrelétricos em todo o país.

No caso de Shuangjiangkou, houve iniciativas pontuais para mitigar impactos ambientais. Segundo informações técnicas divulgadas em publicações acadêmicas, foram criados jardins botânicos com o objetivo de preservar e transplantar espécies vegetais protegidas que foram removidas durante as obras. A empresa responsável não forneceu detalhes adicionais sobre a compensação ambiental ou o reassentamento de populações atingidas.

O comissionamento da usina nos próximos meses será acompanhado por órgãos reguladores e instituições ambientais, que deverão avaliar as consequências operacionais da barragem sobre o ecossistema local e a infraestrutura regional.

A conclusão do projeto consolidará a liderança da China em megaprojetos de engenharia hidráulica e ampliará a matriz energética do país com uma nova fonte de energia não-fóssil em larga escala.

Com informações do SCMP

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