O presidente Lula acaba de passar pela Rússia, onde participou das comemorações dos 80 anos de vitória contra o nazismo. Ele aproveitou para assinar diversos acordos entre os dois países, e encontrou-se com o presidente russo, Vladimir Putin, em diversas ocasiões.
É um momento interessante para estreitar relações com a Rússia, pois o país, sancionado pelos Estados Unidos e seus vassalos do Norte Global, possui uma grande quantidade de capital excedente que poderia ser investida no Brasil.
A corrente de comércio entre Brasil e Rússia nos últimos 12 meses, até abril, atingiu o recorde histórico de US$ 12,7 bilhões, um aumento dramático de 90% em 10 anos.
A relação comercial, todavia, ainda é desequilibrada, porque o Brasil importa muito mais do que vende. Mas exatamente por isso há oportunidades imensas. Que já estão sendo aproveitadas, aliás.
As exportações brasileiras para a Rússia nos últimos 12 meses (até abril) cresceram 35%, e alcançaram US$ 1,5 bilhão.
Os principais produtos brasileiros exportados para a Rússia foram café e carnes.
O Brasil exportou, nos últimos 12 meses, o equivalente a US$ 459 milhões em café, um aumento impressionante de 213% sobre o ano anterior.
As exportações brasileiras de carne para a Rússia, por sua vez, cresceram 35%, e chegaram a US$ 437 milhões.
Os dados são do Comexstat, o banco de dados interativo da Secretaria de Comércio Exterior, órgão vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.
A Rússia é nossa principal fornecedora de derivados de petróleo, especialmente diesel.
Nos últimos 12 meses, o Brasil importou US$ 6,3 bilhões em petróleo da Rússia, quase tudo na forma de derivados, principalmente diesel, que é o combustível mais importante para o transporte de frete no país.
Marco Paulo Valeriano de Brito
12/05/2025 - 13h04
O TREM BOLCHEVIQUE
“No trem para Moscou”… Com chulé, básico e popular, mas tem trens por lá, na grande Rússia.
Menção a um trem boliviano rústico, mas o da Rússia é mais funcional, sem a precariedade da Bolívia, nem a sofisticação da França.
Me lembrei do “trem para as estrelas”, do Cazuza, ah ah, ah ah, hum, hum, …
No Brasil, se fala do trem bala, mas há décadas acabaram com o trem de prata.
A gari da Leopoldina segue abandonada, locomotivas e vagões em sucata, e aquele furdunço fétido, milhões de chuléis, barulhada infernal, na Central do Brasil.
Nos trens bolcheviques tem cabines, beliches, mesinhas, ferromoças, restaurantes, que proporcionam mobilidade aos trabalhadores russos e turistas.
No Brasil, sequer tem trens de passageiros. Tá, tem dois de longo percurso, na ferrovia Carajás, na ferrovia Cariacica-Belo Horizonte, será que vale?
Nem contei o precário serviço ferroviário metropolitano, onde tem. Sampa, Rio, e sei lá quantas mais cidades brasileiras têm trens para o povo.
No trem básico para Moscou tem histórias, culturas e paisagens.
No Brasil, da bala perdida, a pobreza invadiu os trilhos, ferrovias renascem só em cargas, a vida trabalhadora não merece ferrovias, estamos imobilizados nas nossas iniquidades.
Marco Paulo Valeriano de Brito