A missão Tianwen-2 busca revelar como os asteroides se formaram e o que podem nos contar sobre o nascimento do sistema solar
A China deu um passo importante em sua exploração espacial ao lançar nesta quinta-feira (horário local) a missão Tianwen-2, que tem como objetivo coletar amostras de um asteroide próximo à Terra e trazer os materiais para estudo. Se bem-sucedida, a empreitada colocará o país como a terceira nação a realizar esse tipo de façanha, atrás apenas do Japão e dos Estados Unidos.
O foguete Longa Marcha 3B decolou do Centro de Lançamento de Satélites de Xichang, na província de Sichuan, às 1h31 no horário local (18h30 de quarta-feira no horário de Brasília). A bordo estava a sonda Tianwen-2, que agora inicia uma jornada de anos pelo espaço. Segundo a mídia estatal chinesa, a nave “abriu seus painéis solares sem problemas”, e a Administração Espacial Nacional da China (CNSA) confirmou o sucesso do lançamento.
Rumo ao asteroide misterioso
A Tianwen-2 deve chegar em julho de 2026 ao seu primeiro destino: o asteroide 469219 Kamoʻoalewa, também conhecido como 2016HO3, localizado a cerca de 16 milhões de quilômetros da Terra. Os cientistas suspeitam que esse corpo celeste possa ser um fragmento da Lua, e a missão pretende coletar amostras de sua superfície.
Se tudo correr conforme o planejado, a cápsula com as rochas espaciais retornará à Terra em novembro de 2027, trazendo material que pode ajudar a desvendar segredos do sistema solar.
O jornal estatal People’s Daily destacou que a missão tem como objetivo “esclarecer a formação e a evolução dos asteroides e do sistema solar primitivo”. Shan Zhongde, diretor da CNSA, afirmou que a empreitada representa um “passo significativo na nova jornada de exploração interplanetária da China”. Ele acrescentou que a missão pode trazer “descobertas revolucionárias e expandir o conhecimento da humanidade sobre o cosmos”.
Objetivos ambiciosos
Além de coletar amostras do asteroide 2016HO3, a Tianwen-2 também estudará o cometa 311P, localizado no cinturão principal de asteroides. A sonda analisará parâmetros físicos dos dois corpos celestes, incluindo suas órbitas, rotação, tamanho, forma e propriedades térmicas.
Os materiais coletados serão usados para determinar as propriedades físicas, composição química e mineralógica dos asteroides, informações valiosas para entender a origem do sistema solar.
China avança no programa espacial
Esta missão é mais um marco no ambicioso programa espacial chinês, que já inclui feitos como o pouso de robôs no lado oculto da Lua e a coleta de amostras lunares inéditas em 2023.
Atualmente, a China opera sua própria estação espacial, a Tiangong, já que foi excluída da Estação Espacial Internacional (ISS) pelos EUA. Em abril, três astronautas chineses retornaram à Terra após seis meses em órbita, batendo o recorde de permanência no espaço do país.
Além disso, Pequim planeja enviar astronautas à Lua até 2030, competindo diretamente com os EUA, que pretendem retornar ao satélite natural com a missão Artemis 3 em 2026.
Com a Tianwen-2, a China reforça seu papel como potência espacial e avança na corrida pela exploração de asteroides, abrindo caminho para futuras descobertas científicas.
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