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Medo fiscal domina pregão e pressiona o Ibovespa

Dólar oscilou fortemente durante o dia, refletindo o desconforto do mercado com a ausência de medidas estruturais no plano fiscal de Haddad Os mercados financeiro e cambial brasileiros fecharam a segunda-feira (9) em meio à instabilidade, refletindo as reações ao novo acordo fiscal anunciado pelo governo federal no domingo (8). O dólar recuou 0,14%, cotado […]

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A proposta de taxar investimentos isentos elevou a aversão ao risco e puniu ações ligadas ao crédito, especialmente nos setores bancário e de imóveis.
Volatilidade marca pregão na B3 após anúncio de novo pacote fiscal do governo / Reprodução

Dólar oscilou fortemente durante o dia, refletindo o desconforto do mercado com a ausência de medidas estruturais no plano fiscal de Haddad


Os mercados financeiro e cambial brasileiros fecharam a segunda-feira (9) em meio à instabilidade, refletindo as reações ao novo acordo fiscal anunciado pelo governo federal no domingo (8). O dólar recuou 0,14%, cotado a R$ 5,56, depois de flutuar durante o dia e chegar a ultrapassar R$ 5,60. Já o Ibovespa, principal índice da B3, encerrou com queda de 0,30%, aos 135.699 pontos, após oscilar negativamente mais de 1,46% no início da sessão.

Leia também: Dólar oscila e Bolsa recua após anúncio do novo do IOF

O movimento foi impulsionado diretamente pela divulgação do pacote fiscal coordenado entre o Ministério da Fazenda e o Congresso Nacional, que substitui o aumento do IOF por uma série de medidas de arrecadação. Entre as principais mudanças está a taxação de instrumentos financeiros antes isentos de Imposto de Renda, como LCIs, LCAs, CRIs, CRAs e debêntures incentivadas. A novidade pegou de surpresa o setor financeiro e imobiliário, que lideraram as perdas na Bolsa.

A estratégia governamental gerou reações críticas entre analistas e investidores, que apontam a ausência de um plano estrutural de redução de gastos como o maior ponto de preocupação. Para Alexsandro Nishimura, economista da Nomos, o governo desperdiçou uma oportunidade de mostrar comprometimento com ajustes mais profundos:

“O governo perdeu mais uma chance de apresentar um plano fiscal minimamente estruturante. A substituição do aumento do IOF por medidas arrecadatórias de curto prazo não responde à principal crítica do mercado, que é a falta de cortes de gastos.”

Arthur Barbosa, da Aware Investments, também destacou os riscos para as contas públicas: “As medidas continuam concentradas no aumento de receitas, sem avanços no controle de despesas. Isso intensifica as dúvidas sobre o cumprimento da meta fiscal de 2025.” O Boletim Focus divulgado na própria segunda-feira já projeta um déficit primário de -0,60% do PIB, bem acima do limite tolerável estabelecido em -0,25%.

No cenário corporativo, bancos e empresas ligadas ao setor imobiliário foram os maiores prejudicados com a mudança tributária. Por outro lado, algumas ações resistiram ao clima negativo, como a da Gerdau, favorecida por análises positivas vindas do exterior.

Enquanto isso, fatores externos também influenciaram o comportamento dos investidores. As conversas entre Estados Unidos e China não trouxeram avanços concretos, e dados recentes sugerem desaceleração da economia chinesa, afetando preços do minério de ferro e limitando a valorização do real frente ao dólar.

Para os próximos dias, analistas alertam que a frustração do mercado pode impactar decisões do Banco Central. Caso a pressão sobre as contas públicas se intensifique, não está descartada uma revisão na política monetária, com possibilidade de aumento da Selic — algo que vinha sendo dado como improvável até então.

Investidores seguem atentos às discussões no Congresso e aos sinais que virão do Executivo nos próximos dias, que podem definir o rumo da economia e da confiança no ambiente de negócios no Brasil.

Com informações de Metrópoles*

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