O índice que mede o risco Brasil atingiu nesta sexta-feira, 27, o patamar de 152 pontos, segundo dados compilados em plataformas financeiras internacionais. Trata-se do menor nível registrado em 2025 até o momento. Desde janeiro, quando o indicador marcava 214 pontos, a redução acumulada é de 62 pontos.
O indicador, calculado com base nos contratos de Credit Default Swap (CDS), reflete a avaliação dos investidores globais sobre a probabilidade de um país não honrar suas dívidas. O CDS funciona como um tipo de seguro contra calotes, permitindo que investidores se protejam caso o emissor dos títulos não cumpra com os pagamentos.
A pontuação atual significa que, para adquirir proteção contra um possível calote da dívida soberana brasileira, investidores pagam um prêmio de 1,52% ao ano. Cada ponto do índice corresponde a 0,01%, o que posiciona o risco Brasil abaixo de outros países emergentes e mais próximo de economias que apresentam maior estabilidade fiscal.
A queda contínua observada ao longo do ano sugere uma mudança na percepção dos agentes de mercado sobre o cenário macroeconômico brasileiro. Embora o relatório de referência não aponte diretamente os fatores que influenciaram a trajetória de queda, analistas do setor financeiro associam esse movimento à combinação de fatores como controle fiscal, política monetária, estabilidade cambial e melhora nos indicadores externos.
A comparação com os títulos do Tesouro dos Estados Unidos, considerados praticamente livres de risco, é o parâmetro adotado para o cálculo do CDS. A diferença entre os juros pagos pelos papéis brasileiros e os americanos define o valor do prêmio de risco. Quanto menor essa diferença, menor o custo de proteção e, consequentemente, menor a avaliação de risco atribuída ao Brasil.
O recuo do risco Brasil é acompanhado de perto por investidores institucionais, agências de classificação de risco e formuladores de políticas públicas. A tendência de redução pode contribuir para melhorar as condições de captação de recursos no mercado internacional, uma vez que sinaliza maior confiança na capacidade do país de cumprir seus compromissos financeiros.
O índice CDS é utilizado também como referência para a precificação de empréstimos internacionais, investimentos de longo prazo e decisões de agências de rating. Uma queda consistente nesse indicador pode influenciar positivamente a classificação de risco do país em avaliações futuras.
Embora o cenário atual indique um movimento de melhora na percepção de risco, analistas alertam que o índice pode oscilar conforme variáveis internas e externas. Questões como mudanças na política fiscal, instabilidade política, variações nos juros internacionais e conjuntura global ainda são consideradas fatores de impacto no comportamento do indicador.
A performance do Brasil no mercado de CDS é comparada regularmente com a de outros países emergentes. No momento, o país apresenta um dos menores níveis de risco entre as principais economias da América Latina, atrás apenas de países como Chile e Peru, que tradicionalmente mantêm políticas fiscais mais conservadoras.
Especialistas ressaltam que a leitura do índice de risco deve ser feita em conjunto com outros dados econômicos, como inflação, crescimento do PIB, saldo da balança comercial, reservas internacionais e trajetória da dívida pública. A convergência desses indicadores é o que permite traçar um cenário mais amplo sobre a sustentabilidade fiscal do país.
Com a queda acumulada no primeiro semestre de 2025, o risco Brasil retorna a níveis semelhantes aos observados em períodos de maior confiança no mercado internacional. A manutenção dessa tendência dependerá da continuidade de políticas econômicas consideradas responsáveis pelos investidores.
O próximo relatório consolidado sobre o comportamento do CDS e os fatores associados à sua variação deve ser publicado no início do terceiro trimestre. Até lá, o índice seguirá sendo monitorado por analistas e instituições financeiras como termômetro da confiança externa na economia brasileira.
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