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Fabiano Santos alerta: governo tem de fazer política

  Nesta quinta-feira, 11, estive em Botafogo, na sede da IESP, núcleo de pós-graduação e pesquisa em Ciência Política, ligado à UERJ. Fomos almoçar nas redondezas, eu e seis professores. Seis sumidades da ciência política brasileira, todos assumidamente progressistas, leitores do Cafezinho e críticos à antidemocrática concentração da mídia brasileira. Entre eles, Fabiano Santos, ex-presidente […]

24 comentários
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04-dec-20-05-011

Eu e Fabiano, num debate de que participamos, em 2010.


 

Nesta quinta-feira, 11, estive em Botafogo, na sede da IESP, núcleo de pós-graduação e pesquisa em Ciência Política, ligado à UERJ.

Fomos almoçar nas redondezas, eu e seis professores.

Seis sumidades da ciência política brasileira, todos assumidamente progressistas, leitores do Cafezinho e críticos à antidemocrática concentração da mídia brasileira.

Entre eles, Fabiano Santos, ex-presidente da Associação Brasileira de Ciência Política, e João Feres, idealizador do Manchetômetro.

Após a refeição, voltamos ao IESP, e usei meu celular para gravar uma entrevista exclusiva com Fabiano Santos, em sua sala.

Santos falou sobre os novos desafios do governo Dilma.

Superados o primeiro, segundo e “terceiro” turnos, a política nacional se voltará, cada vez mais, para as eleições para a presidência da Câmara, lembra Santos.

Para ele, seria um grave erro encarar esta eleição como um processo de governo, em que o PT lançaria um candidato a favor do governo, e o PMDB, com Eduardo Cunha, um contra o governo.

O Executivo deve encarar a eleição na Câmara como um processo cuja dialética é própria ao Legislativo.

Entretanto, o cientista enfatiza que Eduardo Cunha, pese a todas as críticas, justas e necessárias, é um candidato da base aliada.

Seria um contrassenso empurrá-lo, através de um processo de radicalização ideológica, para a oposição.

O PT pode, e talvez até deva, lançar o seu candidato próprio à presidência da Câmara.

Passada as eleições, contudo, o vencedor, seja do PT, seja do PMDB, será alguém da base aliada.

“Uma guerra de vida ou morte seria um erro”, diz Fabiano.

O PMDB, como um partido de centro, tem as condições de carrear votos da centro-direita, necessários para que sejam aprovados projetos progressistas do governo.

Independente de quem presidir a Câmara, PT, o maior partido, ou PMDB, o segundo maior, terá de fazer esse meio de campo entre forças ideológicas opostas.

Mas o governo tem de fazer política; e política é uma técnica e uma arte, lembra Santos.

Conversando com Fabiano, descobri que a crítica que setores da blogosfera fazemos à comunicação do governo é, essencialmente, uma crítica à sua forma de fazer política.

O cientista pediu uma explicação ao governo para a ausência de um porta-voz, que faça o contraponto diário com a imprensa, e comunique à sociedade a posição oficial em cada assunto em pauta.

Urge escolher os ministros políticos, que serão os protagonistas no diálogo com o congresso e com a sociedade, para comporem a linha de defesa e ataque do governo.

Esse contraponto diário acaba se refletindo também na formação da consciência dos próprios deputados, tanto da situação quanto de oposição.

Se o governo não responde à mídia, ele se enfraquece na própria Câmara dos Deputados, e as votações se tornam mais difíceis.

As últimas três frases são minhas, mas refletem a conversa que tivemos, como se verá no vídeo abaixo.

Fabiano lembra que o governo, sempre que optou por fazer política, ganhou o jogo.

Quando não fez política, perdeu.

Ele acha que Dilma entra no segundo mandato com muito mais experiência: “em 2010, ela nunca tinha disputado uma eleição. Ela aprendeu.”

Tanto é que aprendeu que, na votação da LDO, que permitiu ao governo manter o seu nível de investimento, a presidenta chamou as lideranças partidárias, conversou com todo mundo, ouviu a demanda dos parlamentares, e, ao cabo, venceu.

Assista abaixo a íntegra da entrevista, em duas partes. A primeira tem 15 minutos, a segunda, cinco minutos.

É um depoimento essencial para quem deseja entender a conjuntura política do país hoje.

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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Comentários

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Claudio Heminthes

17/12/2014 - 05h59

Fazer política como se ela está com o rabo preso no Ministros Cardoso e Bernardo e não consegue movimentar um peça no tabuleiro?

eder barbosa

13/12/2014 - 11h32

O PT PRECISA DEIXAR DE SER TÃO REPUBLICANO. O NEGÓCIO AÍ É DISPUTA PELO PODER. QUEM TEM O PODER É O PT, CONQUISTADO NOS VOTOS, PORTANTO SE O PMDB É DA BASE ALIADA E INCLUSIVE TEM O VICE-PRESIDENTE, TEM DE SE DEFINIR PELOS INTERESSES DE QUEM VENCEU AS ELEIÇÕES. É PEGAR PESADO, E DERROTAR ESTE EDUARDO QUE NÃO TEM PODER NENHUM, NEM MESMO SERVIÇOS PRESTADOS À NAÇÃO. TEM DE POR PARA ESCANTEIO E PRONTO. QUEM TEM PODER É A PRESIDENTA E NÃO ESTE PATIFE.

Reginaldo Santos

12/12/2014 - 19h59

“chamou as lideranças partidárias, conversou com todo mundo, ouviu a demanda dos parlamentares, e, ao cabo, venceu” ah,ah,ah,ah, a cada texto e casa aparição do Miguel do Rosário em vídeo, me convenço cada vez mais de que o blogueiro ainda não saiu da adolescência, apesar dos 40 anos. Dilma chamou as lideranças parlamentares e disso; só libero as emendar parlamentares, cerca de um milhão, para cada parlamentar se eu conseguir aprovar as alterações da LDO e o infante blogueiro vem dizer que a presidente conversou com todo mundo, o ouviu a demanda dos parlmentares…bobinho esse blogueiro e ainda com essas infantis análises quer ditar os rumos da comunicação do governo!

    Miguel do Rosário

    13/12/2014 - 12h01

    Obrigado.

Eduardo Lima

12/12/2014 - 17h40

O que mais precisa de reforma neste país, depois da mídia, é a “justiça”. É preciso reduzir o número de recursos, acelerar os processos judiciais, eliminar as manobras jurídicas, confinar os juízes a seus papéis, restringir sua ação aos autos. Juízes, promotores e procuradores devem ser punidos severamente se atuarem de forma seletiva, atrasarem ou impedirem investigações. Toda essa sensação de impunidade, discriminação e seletividade que emanam da “justiça” brasileira atinge em cheio a Classe C e mudar isso é um dos passos que mais vai garantir a reconquista dessa parcela da população pelo governo. É sobre isso a nossa reflexão desta semana no link abaixo.

http://reino-de-clio.com.br/Pensando%20BR6.html

    eder barbosa

    13/12/2014 - 11h45

    A REFORMA DO JUDICIÁRIO É A MAIS IMPORTANTE, MAIS QUE A DA MÍDIA, A POLÍTICA E A TRIBUTÁRIA. É PRECISO FEDERALIZAR TODA A JUSTIÇA, CONCENTRAR OS CONCURSOS PÚBLICOS NO CNJ E ACABAR COM A FAMIGERADA PROVA ORAL, QUE ONDE SE FAZ AS FALCATRUAS E NÃO PASSA O MAIS CAPAZ, MAS O QUEM INDICOU. TIRAR A FORMAÇÃO DOS TRIBUNAIS DAS MÃOS POLITICAS, A ASCENSÃO À VAGA NOS TRIBUNAIS CABERIA SEMPRE AO MAIS “ANTIGO NA CARREIRA”. NADA DE ADVOGADOS OU PROMOTORES SE TORNANDO JUÍZES NO MEIO DO CAMINHO SEM CONCURSO PÚBLICO. FICANDO AINDA PROIBIDO AO JUIZ, AO SE APOSENTAR, DE ADVOGAR OU PRESTAR CONSULTORIAS, SÓ PODERIA LECIONAR. SE TORNARMOS O JUDICIÁRIO CORRETO, TRANSPARENTE, IMPARCIAL E JUSTO, TUDO MUDA. A IMPRENSA SERÁ PUNIDA QUANDO MENTIR, OS CORRUPTOS E CORRUPTORES SERÃO PUNIDOS, TODOS, E NÃO APENAS O DESAFETO POLÍTICO E ACABERIA DE VEZ COM AS DISPUTAS NO SEIO DO JUDICIÁRIO POR VAGAS NOS TRIBUNAIS. É SÓ ISSO. FEITO ISSO MUDA TUDO E O PAÍS CRESCE E DESENVOLVE-SE CORRETAMENTE E OS POLÍTICOS CARREIRISTAS SOMEM DO MAPA E OS CORRUPTOS VAZAM, IGUAL PEÃO QUANDO UMA COLMEIA EXPLODE. MUDAR O JUDICIÁRIO É O NOSSO MAIOR DESAFIO, OU O BRASIL ENFRENTA ISTO, OU VIVERÁ DE UMA CRISE A OUTRA, SEMPRE.

Fabio SP

12/12/2014 - 15h25

Fabiano quem???

    Miguel do Rosário

    12/12/2014 - 16h43

    Ah, não participa do Caldeirão do Luciano Huck então você não conhece.

      Reginaldo Santos

      12/12/2014 - 19h59

      “chamou as lideranças partidárias, conversou com todo mundo, ouviu a demanda dos parlamentares, e, ao cabo, venceu” ah,ah,ah,ah, a cada texto e casa aparição do Miguel do Rosário em vídeo, me convenço cada vez mais de que o blogueiro ainda não saiu da adolescência, apesar dos 40 anos. Dilma chamou as lideranças parlamentares e disso; só libero as emendar parlamentares, cerca de um milhão, para cada parlamentar se eu conseguir aprovar as alterações da LDO e o infante blogueiro vem dizer que a presidente conversou com todo mundo, o ouviu a demanda dos parlmentares…bobinho esse blogueiro e ainda com essas infantis análises quer ditar os rumos da comunicação do governo!

        Miguel do Rosário

        13/12/2014 - 12h01

        Não precisa comentar com vários nomes diferentes, filho.

      Rafael Mendes

      13/12/2014 - 11h22

      Mas bastou aparecer no bloguinho do Miguel do Rosário para o sujueito se tornar mundialmente famoso !

        Miguel do Rosário

        13/12/2014 - 12h03

        Olha a inveja!

    Rafael Mendes

    13/12/2014 - 09h12

    “Após a refeição, voltamos ao IESP, e usei meu celular para gravar uma entrevista exclusiva com Fabiano Santos, em sua sala”. Parabéns pelo furo, Miguel. Deve ser dificílimo conseguir uma entrevista exclusiva com essa sumidade da ciência política, Fabiano Santos!

      Rafael Mendes

      13/12/2014 - 09h13

      Gente, não riam, por favor!

        De Falco

        13/12/2014 - 11h43

        Rafael Mendes, vc é um imbecil. Isso é fato. Vá trolar em outras paragens seu coxil.. (mistura de coxinha com imbecil)…

Heloisa

12/12/2014 - 15h08

“Seis sumidades da ciência política brasileira, todos assumidamente progressistas, leitores do Cafezinho e críticos à antidemocrática concentração da mídia brasileira.”
Pois é, o simplório e pernóstico MIGUEL não sabe que ” elogio em boca em boca própria é vitupério ! “

    Miguel do Rosário

    12/12/2014 - 16h42

    Fala sério, troll! Elogio a si mesmo é vitupério. Aos outros não. Simplória!

armand de brignac

12/12/2014 - 14h57

Esse pessoal, que investiga o PETROLÃO, tem feito a diferença! Eles agem com coragem, com convicção na Justiça, no império das leis, no Estado Democrático de Direito, e valorizam sua independência. Assim como respeitam e estimam a independência da imprensa também. O procurador do Paraná, discordando da presidente Dilma, que chegou a dizer que não é função da imprensa investigar, afirmou que enxerga na imprensa independente uma “aliada” na guerra contra a impunidade.

    eder barbosa

    13/12/2014 - 11h54

    É MESMO? ENTÃO PORQUE BLINDARAM A ODEBRETCH, A MAIOR PROPINEIRA DO PETROLÃO, QUE NÃO TEVE NEM O PORTEIRO PRESO? PORQUE ESTA EMPRESA, MESMO CITADA NAS DELAÇÕES COMO A QUE PAGOU A MAIOR PROPINA, NÃO FOI INCLUÍDA NA DENÚNCIA? TEM A SANTA PACIÊNCIA, MEU CAMARADA. A LAVA JATO PRECISA DE OUTRA LAVA JATO, PARA APURAR ELA PRÓPRIA. IGUALZINHO AO MENSALÃO: DO PT APURA E PUNE, DO PSDB, MANDA BLINDAR LÁ NA PRIMEIRA INSTÂNCIA. PARA O PT O FORO PRIVILEGIADO É PARA QUALQUER UM, JÁ PARA O PSDB, CUMPRE A LEI, MANDA PARA A PRIMEIRA INSTÂNCIA E NÃO JULGA E NEM CONDENA. É ASSIM QUE A DIREITA COMBATE A CORRUPÇÃO. DINHEIRO DO PETROLÃO PARA A CAMPANHA DO PT É PROPINA, PARA A DO PSDB É CARIDADE! E AINDA TEM GENTE QUE DEFENDE ISTO.

Marcelo

12/12/2014 - 13h49

“Seis sumidades da ciência política brasileira”. Se fossem seis sumidades da medicina, da engenharia, da informática,até do marketing ainda seria algo interessante, mas sumidades da ciência política ( um dos muitos cursos de preguiçosos, tal qual jornalismo)…..! A sumidade de um médico, de um engenheiro, de um analista de sistemas ou do profissional de uma outra área que se possa chamar verdadeiramente de ciência não é difícil de se avaliar, mas “sumidade” na ciência política; como se avalia a capacidade de um cientista político? Um dos critérios certamente é ser “progressista” ou outro é “ser leitor de O Cafezinho” , pronto isto já basta para ser considerado “sumidade”. Quanto à brilhante e inédita reflexão do tal de Fabiano Santos de o governo tem que fazer política, acho que ela chegou atrasada. Há doze anos que o petê não vem fazendo outra coisa que não seja política. Vem fazendo política de distribuição de cargos, de ministérios, de diretoria de estatais, de distribuição de liberação de emendas parlamentares e até de distribuição de propinas com a base aliada. Ainda bem que o petê é pragmática e contrata para as campanhas eleitorais as sumidades do marketing e não as sumidades do jornalismo ou das tais ciências políticas!

    Miguel do Rosário

    12/12/2014 - 14h05

    que chorume cheiroso!

    Luiz Mourão

    12/12/2014 - 14h26

    Acho que o amigo deveria projetar foco NOS RESULTADOS, e não em pessoas ou Partidos…
    COMPARE resultados dos últimos 12 anos com resultados dos 8 anos de FHC…
    ANALISE os resultados do Aecim em MG…
    Foco em RESULTADOS: eles são FATOS, e não blá-blá-blá…
    TODOS os políticos e Partidos têm seus deméritos, e é alienado que se coloca como defensor obstinado de algum deles…
    Por outro lado, RESULTADOS são irretorquíveis, inquestionáveis, inarredáveis, etc, etc…

    Carlos Dias

    12/12/2014 - 14h44

    Bocejos!!
    Já li isso numa dessas revistas da Abril que só existem atualente em consultórios de dentistas e médicos coxinhas….


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