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Em defesa da autonomia universitária e contra a censura na UNB

Jeferson Miola O ministro usurpador da educação, Mendonça Filho, do DEM, partido descendente da velha ARENA da ditadura de 1964/1985, não perdeu o cacoete autoritário de origem. Sentindo-se à vontade no governo ilegítimo que crescentemente assume uma fisionomia autoritária e repressiva, Mendonça pretende alinhar o front jurídico do golpe – AGU, CGU, TCU, MPF – […]

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Jeferson Miola

O ministro usurpador da educação, Mendonça Filho, do DEM, partido descendente da velha ARENA da ditadura de 1964/1985, não perdeu o cacoete autoritário de origem.

Sentindo-se à vontade no governo ilegítimo que crescentemente assume uma fisionomia autoritária e repressiva, Mendonça pretende alinhar o front jurídico do golpe – AGU, CGU, TCU, MPF – para proibir a realização do curso “o golpe de 2016 e o futuro da democracia no Brasil”, promovido pela graduação em Ciência Política da UNB [clique aqui].

É um absurdo que, na segunda década do terceiro milênio de existência da humanidade, um governo ataque a autonomia universitária e imponha a censura ao pensamento crítico na Universidade.

A autonomia universitária é uma conquista civilizatória que nasceu ainda na Idade Média, no longínquo século 13, e é um mecanismo de proteção acadêmica e científica da ingerência de grupos econômicos e, principalmente, de governos e grupos dominantes.

A liberdade de ensino, de pesquisa e de extensão é fundamental para que a Universidade mantenha independência em relação ao Estado e aos governantes, sobretudo quando se trata de usurpadores do poder e tiranos, como é o caso da camarilha que tomou de assalto o poder.

A autonomia universitária não significa o alheamento à realidade social, política e cultural. Muito ao contrário, somente a autonomia permite à Universidade ser permeável à realidade concreta da sociedade e da nação, para poder oferecer as melhores soluções às reais necessidades e problemas.

É louvável que uma Universidade brasileira se dedique ao estudo sobre assunto de maior relevância histórica, como é o golpe contra o Estado de Direito e a democracia, que foi perpetrado através do impeachment fraudulento da Presidente Dilma.

Os golpistas podem ficar de nariz torcido e contrariados com o curso da Ciência Política da UNB; porém, se fossem democratas de verdade, jamais deveriam censurar sua realização.

Seria mais inteligente e academicamente producente se os intelectuais orgânicos da oligarquia que se desempenham como professores da UNB, no contexto da liberdade universitária, promovessem cursos para justificar não ser um golpe a fraude do impeachment promovida em 2016 por Temer e Cunha com amplo apoio da Rede Globo.

Mesmo correndo o risco de não ter audiência e matrículas suficientes de alunos interessados para seu curso pouco crível, melhor fariam se pelo menos tentassem, ao invés de censurar a Ciência Política da UNB e ferir a autonomia universitária.

O ilegítimo governo Temer avança na censura. Depois da proibição do uso da faixa presidencial no desfile do vampiro neoliberalista da escola Paraíso do Tuiuti, o ataque à autonomia da Universidade é mais um passo grave em direção ao arbítrio. A ditadura de 1964 tentou, mas não chegou a tanto.

Atacando a UNB, Temer ataca a autonomia universitária como um todo. Toda a sociedade precisa se levantar em defesa da autonomia universitária e contra a censura do governo usurpador à Universidade brasileira. Em defesa de uma Universidade livre e soberana.

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Comentários

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James Stewart

23/02/2018 - 10h57

Diz pro ministro que que ‘haverão’ reações, :)

Octavio

22/02/2018 - 08h31

Por muito menos, se fosse contra o PT, algum juiz de primeira instância já teria dado seguimento a alguma ação para impedir a ação contra a abertura da disciplina. Contra uma pessoa que não tinha ainda sido julgada, os juízes de direita permitiram até fazer um filme (a comédia a lei é para todos).


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