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Não há cadeia nem cova suficiente que mate a luta revolucionária

Por Felippe Sammarco, militante do PSOL A fragmentação sempre foi uma estratégia de controle. No caso Lula, tem sido bastante comum a aderência ao discurso que fragmenta a realidade e isola o fato: Lula roubou, Lula deve ser preso. Qual o problema dessa lógica? O problema é que o momento histórico gerador do fato é […]

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Por Felippe Sammarco, militante do PSOL

A fragmentação sempre foi uma estratégia de controle.

No caso Lula, tem sido bastante comum a aderência ao discurso que fragmenta a realidade e isola o fato: Lula roubou, Lula deve ser preso.

Qual o problema dessa lógica? O problema é que o momento histórico gerador do fato é colocado em segundo plano. E por que isso é um problema? Porque ele é o lastro de realidade que temos; ele é a origem do processo.

A mídia reforça muito a descontextualização de mundo. Sabe-se que palestinos e israelenses estão em conflito há décadas, que regiões da África vivem na miséria e que Bin Laden era terrorista.

Somos enciclopédias superficiais.

Paulo Freire cunhou o termo “educação bancária” para uma estrutura educacional que apenas deposita uma gama de informações abstratas nas mentes do alunos-passivos. Uma série de fatos concretos não-articulados e isolados de seus contextos simplificam a compreensão de um todo dialético e nunca maniqueísta.

É necessário, portanto, jogar Lula no mundo e perceber que seu processo e sua prisão representam a continuação de um golpe jurídico-parlamentar-midiático iniciado com a abertura do processo de impeachment contra Dilma. É necessário perceber também que, desde o golpe, a culpa pelos problemas do país tem caído em cima da classe trabalhadora e da esquerda, resultando numa estratégia de repressão e silenciamento desses grupos.

A prisão de Lula é, além disso, um grande ato simbólico que satisfaz o gozo do antipetismo insuflado pelas estruturas de poder desde o surgimento de sua liderança sindical. Os egos antipetistas hoje estão delirantes, pois “nunca confiaram”, pois “sempre souberam”. Estaríamos chegando ao “fim do lulismo” também como motor psíquico da oposição raivosa?

Lula concentrou em sua figura muito do que se odeia no país: a desordem dos sindicalistas, o povo nordestino, a língua que não segue a norma culta, as referências populares no discurso, o povo pobre. Esses desqualificados jamais poderiam dar ordens a uma elite. O lugar deles é no silêncio de qualquer posição subalterna; e, em caso de alguma insubordinação, na cadeia.

Um erro da análise fragmentada, liberal, individualista é desconsiderar que, ainda que os indivíduos sejam símbolos importantes, a luta revolucionária é um ideário, não um indivíduo.

Matam Marielle, prendem Lula, mas isso não encerra a História. Todos os explorados e oprimidos continuarão tomando consciência de sua situação e continuarão se insubordinando contra as estruturas. Esse é o motor da história.

O lulismo foi o auge de uma estratégia da esquerda em um determinado momento. Outras construções de esquerda estão sendo feitas a todo o momento.

Não há cadeia nem cova suficiente que mate a luta contra todas as formas de opressão.

Nos manteremos unidos. Incomodaremos. Construiremos. Estaremos no poder. Moveremos as estruturas. Moveremos a História.

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Pedro Breier

Pedro Breier nasceu no Rio Grande do Sul e hoje vive em São Paulo. É formado em direito e escreve sobre política n'O Cafezinho desde 2016.

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Julio Cezar Menta

20/04/2018 - 12h08

Povo brasileiro esta na hora de se levantar e enfrentar essa corja de juizes comprados pelos Estados Unidos da America (alguns juízes não todos) como por exemplo aqueles que festejam as nossas desgraças inventando, mentindo ,calunias, provas que não existe, assim como foi o caso do Lula, será para qualquer um de nós.

Raul Capablanca

18/04/2018 - 21h18

oferecemos paz, querem guerra.

Otavio Demasi jornalista Mtb 32548 e consultor de turismo

18/04/2018 - 18h51

Este parece ser o melhor momento de uma luta revolucionária, mesmo sendo via urnas, mas é um grande momento depois de cinco séculos que as pseudas elites mandam e desmandam.
É tão gritsne o fosso entre os mais ricos e todas as camadas econmicas da população até chegar a base, que pouco ou nada se analisou das transformações na base da piramide e isso desde o inicio do governo Lula do PT. A conscientização e politização dessas populaçõesfoi enorme, inclusive pela ação ciltural. A estruturação e ações do MST- MTST , de partidos como PSOL, PCO PCdoB, os Movimentos Femininos, a eleição de legisladorse-ras, embora poucos e poucas, mas atuantes. Os Movimentos pela Negritude, Quilombolas, Indígenas que se sobressaiu bastante, a amálgama de milhões de atuantes nas redes sociais, lutando por uma sociedade melhor, denunciando, enfim nos mandatos do PT, outorgados pela maioria nas urnas, já foi uma revolução-modesta-, mas foi.
O fogo revolucionário, voltou a arder após o golpe de 2016, onde além da perda da democracia, houve a perda do medo,embora o ódio ascendesse violentamente e os autores do golpe foram desnudados pelo povo – Imprensa – Judiciári partidarizado – Empresários corruptos – Políticos golpistas, oportunistas e corruptos.
Um dado importnte para o despertar dessa revolução, dá-se pela interligação dos problemas enfrentados pelo povo pós-golpe, ou seja, a quebra dos direitos trabalhistas, que afetaram os trabalhadores em todos os patamares economicos,, o pavor e a confirmação da quebra geral da emoregabilidade e a volta da escravidão na carne dos remediados e mais humildes, advindo a perda da casa própria, a retirada de filho-s- da escola particular, a não compra de novo carro, a não viagem anual, e daí por diante. A penúra, a miséria a fome e o desespero economico, varreram todos os extratos sociais abaixo da burguesia e após dois anos, os paneleiros, coxinhas remediados, abriram os olhos.
A revoluçaõ vem avançando, mas precisa politiar e conscientizar a população, do que é a quebra da soberania e seus reflexos njá veio em formo dia-a-dia. A revoluçaõ teve m capítulo, ou uma avant-premiére no carnaval com o desfile da Tuiuti com o Vampirão e continua comos descalabros da Judiciário. Esses descalabros dos donos do Brasil, é que abriram os olhos do povo.
A deusa platinada, tirou todas as suas vestess e mostrou quem ela é de corpo mente e ações.Mais um passo revolucionário, pois eles próprios foram os que mais politizafram e conscientizaram e jogaram o pavil para ascender a revolucionaridade do povo. O PIG, com todos seus interesseiros, além de terem tomado um pé no traseiro, inflamaram o povo contra o atual estado de escravidão e golpismo.
A parte partidária do Judiciário,marcou dez gols contra, jogando mais gasolina, ao ser escancarado as manipulações jurídicas encetadas contra a Nação e seu povo.
Essa mesma Justiça, que só pelo fato de encarcerar Lula, mesmo que fosse por 24 horas, jogou gasolina e forneceu os fósforos ao povo, que ainda prudente, mas com o revolucionarismoo no sangue, dá a última oportunidade, visando transpor mais essa etapa e voltarmos a democracia, com eleições limpas e Lula concorrendo.
É evidente que nessa redemocratização, caberá aos donos do Brasil, se enquadrarem e apoiarem a Democracia do Povo, visando JustiçaSocial, Poçíticas Públicas, Qualaidade de Vida e tudo que eleve a dignidade humana aos degraus de ser humano e não animais escravizados.
A Revolução a Brasileira tem suas característicass, mas em si é uma Revolução quemudará para a passo esse Brasil desigual, desumano e injusto.

Fehnelon

18/04/2018 - 09h55

Eles ainda não entenderam, eliminando do jogo, de forma suja, a esquerda “reformista” de Lula estão abrindo espaço para a esquerda “revolucionaria” que acabara herdando os órfãos indignados, q estão descobrindo a inutilidade de seguir regras democráticas com esses “do poder”. Momento crucial de lutar por Lula e tudo que ele representa, até para evitar de se abrir a caixa de pandora.


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