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Mito da Petrobras ‘quebrada’ alimentou golpe por domínio dos Estados Unidos

Publicado na Rede Brasil Atual São Paulo – A construção, pela mídia, do mito da Petrobras financeiramente quebrada, as consequências do alinhamento da estatal aos interesses do mercado e, principalmente, dos Estados Unidos, e a greve dos caminhoneiros foram alguns dos temas debatidos no seminário “O mito da Petrobras quebrada, política de preços e suas consequências para […]

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Publicado na Rede Brasil Atual

São Paulo – A construção, pela mídia, do mito da Petrobras financeiramente quebrada, as consequências do alinhamento da estatal aos interesses do mercado e, principalmente, dos Estados Unidos, e a greve dos caminhoneiros foram alguns dos temas debatidos no seminário “O mito da Petrobras quebrada, política de preços e suas consequências para o Brasil” na noite desta terça-feira.

Promovido pela Associação dos Engenheiros da Petrobras (Aepet) e o Clube de Engenharia do Rio de Janeiro, o evento teve a participação do economista aposentado da estatal Cláudio Oliveira, do presidente da Aepet, Felipe Coutinho, e do especialista em Minas e Energia e Engenharia do petróleo Paulo César Ribeiro Lima.

“A Petrobras não tem nem nunca teve problema financeiro”, enfatizou Oliveira em sua exposição. Enquanto os saldos de caixa das norte-americanas Chevron e Exxon, por exemplo, estão caindo (são de 4,81 e 3,20 bilhões de dólares, respectivamente, em 2017) o da Petrobras, embora também em curva descendente, estava em 22,52 bilhões de dólares no mesmo ano.

“Eles dizem que vendem ativos para saldar dívida. Com 22 bilhões de dólares em caixa, essa é a empresa que eles dizem que está quebrada?”, questionou. Para o economista, dizer que a estatal tem uma dívida impagável serve “só para justificar a venda de ativos e desmonte da Petrobras”.

O presidente da Aepet, Felipe Coutinho, fez uma exposição dividida entre uma abordagem econômica e política. O mito de Petrobras quebrada graças a subsídios, corrupção e maus investimentos, disse, embasou toda a política desenvolvida a partir da posse de Michel Temer e a politica de preços que desencadeou a greve dos caminhoneiros. “Os números têm que ser discutidos fora da mitologia da mídia. As impressões vão construindo o senso comum com interesses claros contra a Petrobras e antinacionais, coerentes com os meios de comunicação.”

A política de alinhamento aos preços do mercado internacional viabilizou a importação por parte de concorrentes, principalmente dos Estados Unidos, segundo ele. “Ganham os produtores norte-americanos, os importadores, e perdem os consumidores, a Petrobras, porque perde mercado, a União e os Estados.”

A política implementada pelo ex-presidente da Petrobras Pedro Parente é baseada no princípio “The America first”, ironizou Coutinho, em alusão ao bordão utilizado pelo presidente dos EUA Donald Trump, durante sua campanha eleitoral em 2016, quando  prometeu, se eleito, voltar o governo aos interesses de seu país.

“O aumento relativo dos preços da Petrobras viabiliza a importação de derivados por seus concorrentes que ocupam o mercado da estatal, que fica com suas refinarias ociosas.”

Segundo Coutinho, em 2015, o Brasil importou 2,5 milhões de toneladas (Mt) de diesel dos EUA, o que representou 41% do total e 1,4 bilhão de dólares. Em 2017, a importação subiu para 8,9 Mt de diesel e US$ 4,5 bilhões. De 2015 a 2017, o diesel americano quase dobrou sua participação, de 41% para 80,4% do total importado pelo Brasil.

Paulo Cesar Ribeiro Lima foi aplaudido ao dizer que “o pré-sal tinha que ser monopólio”. Considerando que o Brasil é rico em petróleo, mão de obra e tecnologia, “a crise é fabricação de mentes doentias”, afirmou.

Segundo ele, na gestão Parente, o brasileiro pagou 40% mais caro no preço do diesel do que o consumidor americano, sem considerar os impostos. “É realmente inacreditável.” “É até possível fazer uma politica de direita bem feita. Mas essa é mal feita”, avaliou. De acordo com ele, a sistemática que permitia aumentos até diários dos combustíveis é o emblema da política mal feita.

Para Coutinho, com a solução encontrada pelo governo Temer contra a crise, subsidiando a diminuição do preço do diesel via impostos regressivos, os importadores saem diretamente beneficiados. A Petrobras deveria arbitrar preços justos compatíveis com seus custos, beneficiando o consumidor, defendeu. Com isso, a estatal recuperaria o mercado perdido e os preços mais baixos favoreceriam o consumidor, gerando mais caixa à Petrobras.

Em sua exposição, Felipe Coutinho enumerou uma série de “fatos relevantes” que, cronologicamente, mostrariam a relação entre o golpe que derrubou Dilma Rousseff e a política da gestão Parente na Petrobras em benefício dos Estados Unidos.

Entre eles, o treinamento de agentes judiciais brasileiros nos EUA, revelado por documento interno do governo norte-americano e vazado pelo WikiLeaks. Teriam participado promotores e juízes federais dos 26 estados brasileiros e 50 policiais federais de todo o país.

Esses fatos se sucederam, segundo ele, da seguinte maneira:

1 – Anúncio da descoberta do pré-sal, em 2006 (ainda no governo Lula)

2 – Primeira extração do pré-sal, no campo de Tupi, atual Lula (novembro de 2017)

3 – Roubo de notebooks e HDs da Petrobras (janeiro de 2008)

4 – Reativação da Quarta Frota dos EUA (abril de 2008)

5 – Governo anuncia projeto de regime de partilha do pré-sal (agosto de 2009)

6 – EUA treinam agentes judiciais brasileiros (outubro de 2009)

7 – Reunião de executiva da Chevron (Patricia Pradal) no consulado dos EUA sobre a reversão da Lei da Partilha (dezembro de 2009)

8 – Protestos de junho de 2013

9 – Brasil e Petrobras são alvos de espionagem dos EUA (2013)

10 – Operação Lava Jato e “cooperação internacional” (março de 2014)

11 – Golpe do impeachment de Dilma Rousseff (maio de 2016)

12 – Temer assume agenda das multinacionais do petróleo (a partir da maio de 2016)

13 – Nova política de preços da Petrobras, exportação de petróleo cru, importação de derivados e ociosidade do refino no Brasil (desde outubro de 2016)

14 – “Parcerias estratégicas”, o novo codinome da privatização dos ativos da Petrobras (desde 2016)

15 – Pagamento de US$ 2,95 bilhões aos acionistas da Petrobras nos EUA (janeiro de 2018)

16 – Pré-sal representa mais de 50% da produção brasileira de petróleo (2018)

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Sebastião Farias

07/06/2018 - 22h12

Caríssimos, não é surpresa, essa informação da Colômbia ao aderir ao acordo da OTAN-Organização do Tratado do Atlântico Norte, comandado pelos Estados Unidos da América ( http://impactocna.com/colombia-ingresara-a-la-organizacion-del-tratado-del-atlantico-norte-otan/ ), que segue uma sequência de informações estratégicas abaixo, muito significativas, para a insegurança e desunião continental e ainda, coloca em xeque, a democracia, o estado de direito, a soberania e a paz do Continente Sul-Americano e de seus países, inclusive, o BRASIL.
As barreiras da neutralidade continental, aos conflitos internacionais criados por interesse imperialista, assim como a fraternidade continental, a paz e o diálogo responsável dos povos do continente para resolverem suas diferenças, a ideia de uma defesa unida do continente contra agressão externa, foram rompidas ( https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2018/04/brasil-e-outros-cinco-paises-suspendem-participacao-na-unasul-diz-agencia.shtml ) e agora, se encontram abertas e desprotegidas, o trabalho interno dos inimigos da fraternidade do continente Sul-Americano ( https://www.brasil247.com/pt/247/mundo/357279/A-mando-dos-EUA-Brasil-p%C3%B3s-golpe-tenta-suspender-Venezuela-da-OEA.htm ), venceu.
Bem vindos ao caos, porque, a Colômbia, país banhada pelo Oceano Pacífico, será apenas, o álibi perfeito do império, para intervir na América do Sul, quando lhe interesse, e isso, infelizmente, com a ajuda do Brasil pós-golpe ( https://www.brasil247.com/pt/247/mundo/357458/OEA-chama-assembleia-para-com-apoio-vergonhoso-do-Brasil-suspender-Venezuela.htm ), que se sujeita a jogar por terra as conquistas e respeito internacionais, conseguidos com boas obras e políticas pacíficas de solidariedade humana ( https://www.brasil247.com/pt/colunistas/tulioribeiro/357249/As-armas-da-Inglaterra-e-OTAN-contra-a-Argentina-e-Am%C3%A9rica-do-Sul.htm ) e implantar focos de guerra de seu interesse ( https://www.brasil247.com/pt/247/mundo/357449/Venezuela-recha%C3%A7a-resolu%C3%A7%C3%A3o-da-OEA.htm ), acabando de vez, a paz que historicamente, experimentou o continente Sul-Americano.
E, aguardem, essas ocorrências nefastas e intranquilizadoras para todos nós, não demorarão, esperem até o emissário americano nos visitar e voltar ( https://www.brasil247.com/pt/247/mundo/357298/Vice-presidente-dos-EUA-visitar%C3%A1-Brasil-e-Equador-para-discutir-crise-na-Venezuela.htm ), principalmente, se levarmos em conta o que mostra a imprensa, com as previsões políticas futuras desfavoráveis ao golpe, que sem candidato potencial, não poderá se perpetuar no poder.
A conclusão que se chega à luz dessas informações da imprensa e, da pressa em prejudicarem a Venezuela, esses personagens, não pensarão duas vezes, nos riscos de envolver com urgência, o Brasil e seu povo, em conflitos bélicos, para proveito próprio. Com a palavra sobre tudo isso, os estrategistas geopolíticos continental, que se manifestem sobre o assunto, enquanto há tempo. Com esse comportamento subserviente da diplomacia brasileira, o Brasil, abdica de seu protagonismo digno e soberano como líder reconhecido no continente e no mundo, para se transformar em capitão-do-mato do império americano.
Agora, imaginem o olho gordo do imperialismo em relação ao Brasil ( https://outraspalavras.net/brasil/o-brasil-no-epicentro-da-guerra-hibrida/ ). Se temos riquezas naturais abundantes, incluindo : Biomas Únicos; Aqüiferos e Água abundantes; Recursos Petrolíferos, o Pré-Sal e Minerais abundantes, inclusive, estratégicos, de alto valor no mercado; terras agricultáveis; Recursos Florestais, Animais e Piscícolas imensos; Biodiversidade invejável; Temos um litoral belo e invejável; Temos duas Amazônias, uma terrestre e Verde e uma oceânica e Azul; somos por enquanto, um dos maiores produtores de alimentos, etc; infelizmente, nosso povo é ingênuo e não tem noção dos bens naturais que recebeu de Deus, para cuidar e proteger, prefere entregar ao estrangeiro, passivamente, coisas que o império e os colonizadores não fazem nem permitem isso, em seus países. Acordem brasileiros ignorantes, enquanto lhes restam algo, porque lutarem e defenderem. (https://www.brasil247.com/pt/colunistas/carlosdincao/337148/Sobre-a-ignorância.htm ).
Paz e Bem
Sebastião Farias
Um Brasileiro Nordestinamazônida


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